quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Jorge Nunes lança livro com reflexões para o desenvolvimento do interior

 “Reflexões e contributos para o desenvolvimento regional do interior” é o nome do livro agora lançado por Jorge Nunes.
Em entrevista ao Jornal Nordeste e rádio Brigantia, o antigo presidente da câmara municipal e Bragança e Vogal da comissão directiva do Norte 2020 na CCDR N entre 2015 e 2020, diz que a opção de descentralização que está a ser aplicada não é a melhor.

Defensor da regionalização, Jorge Nunes acredita que não se está a caminhar nesse sentido e critica as decisões tomadas ao nível da eleição das comissões de coordenação e desenvolvimento regional.

“A decisão que veio a ser tomada foi a eleição das Comissões de Coordenação através de um colégio eleitoral restrito, ao nível autárquico e que deixou de fora toda a estrutura associativa, representativa da actividade empresarial, agrícola, da área social, num colégio eleitoral insuficientemente representativo. Assim o caminho, neste momento, não é o da regionalização. Pode esta medida, na perspectiva de muita gente, ser um primeiro passo para regionalização. Agora não creio que a regionalização vá acontecer de seguida. Foi dado este passo, na minha perspectiva um passo errado, o certo devia ter sido a decisão da criação das regiões político-administrativas, com competências políticas, administrativas e financeiras para num quadro de uma maior eficiência do Estado a nível, regional e local”, afirma.

Jorge Nunes também afirma que o interior deve ter uma voz reivindicativa, que está a perder com a redução da representação parlamentar. Por isso defende uma reforma a este nível. “O interior cada vez tem menos voz, em termos a representação parlamentar, à medida que a população se concentra no litoral, os círculos eleitorais do interior vão perdendo representação política. Era necessário que ocorresse uma reforma parlamentar no sentido de que a representação dos cidadãos não fosse feita só pela via da proporcionalidade da população, mas também cada território específico ter um número de deputados garantido à partida. Também a criação de círculo uninominais, no sentido que é preciso aproximar os eleitos dos eleitores e de os responsabilizar, de assegurar que fazem uma defesa efectiva dos territórios e das populações”, sublinha.

Para promover o desenvolvimento do interior, Jorge Nunes defende que são necessárias políticas “de outro nível”, que tenham âmbito nacional mas com aplicação regional, dando como exemplo medidas fiscais.

Pode ouvir a entrevista na íntegra a Jorge Nunes, hoje na Rádio Brigantia, depois do noticiário das 17horas ou ler na edição desta semana do jornal Nordeste. 

Escrito por Brigantia
Jornalista: Olga Telo Cordeiro

1 comentário:

  1. Sobre esta questão não podia estar mais de acordo com o nosso caro conterrâneo, eng. Jorge Nunes.

    ResponderEliminar