terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

A PRINCESINHA E O PRÍNCIPE DE PINDORAMA

Por: Antônio Carlos Affonso dos Santos – ACAS
São Paulo (Brasil)
(colaborador do Memórias...e outras coisas) 

A época em que tudo ocorreu não se sabe ao certo. O reino, era o das infindáveis ”Terras de Santa Cruz”. Lá, vivia uma rainha muito boa. O maior sonho da rainha era dar à luz uma filha e cuidar e educar a princesa com muito carinho. No entanto seu marido, o rei, gostava muito de festas e jogos de bravura, mas concordava com a rainha pelo fato de não terem herdeiros.

Ocorre que a Providência quis dar uma alegria à rainha e a abençoou com a maternidade. A rainha acabou por dar à luz uma linda menina. Como parte de seu plano, a rainha a educou dentro das boas regras, ensinou-lhe modos, etiqueta, valores morais da vida, obediência e  companheirismo. Ensinou-lhe também línguas estrangeiras, para que a princesinha se sentisse à vontade quando tivesse contato com os seus iguais de mais ao norte ou mais ao sul, e até em terras longínquas. Tinha já quinze anos quando o rei deu uma festa, onde havia jogos de força e coragem. O rei queria que a princesinha conhecesse os catorze príncipes que vinham participar dos jogos. E assim foi: de mais a oeste, veio o príncipe de Pindorama; de noroeste, veio o príncipe de Novo México, mai ao norte, o príncipe da Colúmbia Britânica, mais ao sul, o príncipe de La Plata, das terras longínquas, viriam os príncipes de Madagascar, da Romênia, de Islamabad, de Shandong, de Hokkaido, da Mongólia, de Nápoles, de Valpaços e Sanfins, da Mongólia e de Liechtenstein. todos eles, devidamente treinados nessa arte de jogos.

No dia determinado começou o torneio: formaram-se sete pares de príncipes, pois eram catorze príncipes que se enfrentariam, tentando derrubar o oponente do cavalo com o auxílio de uma maça de guerra sem, no entanto, ferir o oponente. O torneio levou toda a manhã; depois de um descanso para comer, voltaram os finalistas. A princesa ficou observando os dois cavaleiros que mais a encantaram: o príncipe de Pindorama e o príncipe da Romênia. Ela foi até a pista e entregou um véu, partido ao meio, aos dois concorrentes. Era o que o rei queria; os dois príncipes agora lutavam também pela mão da princesa! Mas, no primeiro embate, o príncipe de Pindorama caiu do cavalo e quebrou o braço esquerdo (que usa para dirigir o cavalo). O príncipe da Romênia esperava que o concorrente desistisse, mas o príncipe de Pindorama confirmou que mesmo com  um braço quebrado, ele iria lutar pela mão da princesinha. Quando o príncipe da Romênia já se preparava para dar a estocada final, o príncipe de Pindorama, tomou-lhe a maça de guerra com o braço direito, e guiando o cavalo só com os joelhos, conseguiu derrubar por terra o oponente, e assim venceu o príncipe da Romênia!

Nos dias seguintes, as festas continuaram, com as presenças dos reis de Pindorama, onde se festejou o casamento da princesinha com o príncipe de Pindorama.

- E viveram felizes para sempre!

Antônio Carlos Affonso dos Santos – ACAS. É natural de Cravinhos-SP. É Físico, poeta e contista. Tem textos publicados em 8 livros, sendo 4 “solos e entre eles, o Pequeno Dicionário de Caipirês e o livro infantil “A Sementinha” além de quatro outros publicados em antologias junto a outros escritores.

Sem comentários:

Enviar um comentário