sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Campanha de azeite acima das expectativas em Trás-os-Montes com 15 mil toneladas produzidas

 Os cerca de 37 mil olivicultores transmontanos produziram, durante a última campanha, cerca de 15 mil toneladas de azeite.
O número é avançado pelo presidente da APPITAD - Associação de Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro. Francisco Pavão adianta que a campanha superou as expetativas, quer ao nível da quantidade quer da qualidade.

“O balanço é bastante positivo, a campanha ultrapassou as expectativas, quer em termos de quantidade de azeitona e de azeite, mas sobretudo em termos de qualidade que se manteve e conseguimos azeites de excelente qualidade”, sublinhou.

Francisco Pavão sublinha que a manutenção desta quantidade e qualidade do azeite transmontano é assegurada em condições bem menos vantajosas do que, por exemplo, no Alentejo, onde existe água em abundância.

O presidente da APPITAD volta a insistir que é urgente que o Governo invista num plano de regadio para a região transmontana, para que seja possível mitigar os efeitos das alterações climáticas.

“As produções não têm vindo a aumentar assim tanto. No Alentejo que representa 77% da produção nacional e grande parte do olival plantado, 50 mil hectares são em regadio no perímetro de rega do Alqueva. Trás-os-Montes tem esta necessidade urgente de ter um plano de regadio, porque não só poderíamos manter a qualidade como aumentar as produções”, sublinhou.

 Francisco Pavão acredita que para chegar a este patamar de excelência da qualidade do azeite de Trás-os-Montes, há vários fatores a contribuir, desde logo, a adopção, por parte dos produtores, de novas regras e procedimentos, nomeadamente na antecipação da campanha.

“Primeiro, a região manteve uma aposta clara nas suas variedades tradicionais. 99% do olival que foi plantado manteve a tipologia do olival tradicional da região, como a cobrançosa, a madural, a verdial, a cordovil, pelo que os azeites mantêm um perfil constante de qualidade. Depois, os nossos produtores continuam a tratar o olival com bastante carinho e antecipou-se bastante a colheita, o que se traduz numa grande qualidade. As condições naturais, as variedades e o terroir permite obter um azeite distintos e bastante diferenciados”, refere Francisco Pavão.

O presidente da APPITAD diz ainda ser urgente que o Governo avance com um plano estratégico para a defesa e valorização do olival tradicional português, sob pena dos olivicultores virem a abandonar essa prática.

E para reforçar essa reivindicação, Francisco Pavão deixa um indicador importante. O dirigente lembra que os azeites obtidos a partir de olivais tradicionais têm ganho cerca 80 por cento dos prémios nacionais e internacionais do setor nos últimos anos. 

Escrito por Terra Quente (CIR)

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