sábado, 27 de fevereiro de 2021

O grifo-sentinela Castelo é uma verdadeira fortaleza

 O grifo Castelo, um dos grifos do projeto Sentinelas - Rede de Monitorização de Ameaças para a Fauna Silvestre da Palombar - Conservação da Natureza e do Património Rural, marcado com emissor GPS e anilhas no dia 31 de outubro de 2020 no Parque Natural de Montesinho (PNM), é uma verdadeira fortaleza. Depois de estar ferido e de ter passado cerca de 15 dias sem se alimentar, conseguiu recuperar-se sozinho e em pleno e voltar à sua atividade normal.

Grifo Castelo. Fotografia João Santos/Palombar.

No dia 12 de novembro de 2020, a equipa do projeto Sentinelas detetou movimentos anormais do Castelo e, de imediato, procedeu à localização e monitorização in loco do mesmo. Depois de ter sido detetado numa zona do PNM, a equipa do Sentinelas verificou que o abutre se encontrava com um ferimento, de causa desconhecida, na zona ventral/abdominal, onde foi possível ver manchas de sangue através de observação com telescópio.

Grifo Castelo. Fotografia João Santos/Palombar.
Monitorização do grifo Castelo. Fotografia Uliana de Castro/Palombar.

A ave foi monitorizada durante vários dias e, em articulação e colaboração com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e técnicos e vigilantes da natureza do Parque Natural de Montesinho, foram realizadas duas tentativas de captura do animal para que este pudesse ser enviado para um centro de recuperação. As capturas não foram concretizadas por este não estar suficientemente debilitado para que o seu resgate fosse possível, apresentando ainda capacidade de reação e voo.

O Castelo continuou, no entanto, a ser monitorizado diariamente para avaliação do seu estado e evolução. O grifo conseguiu, entretanto, recuperar-se sozinho e voltou à sua atividade normal, no final de novembro de 2020, seguindo com a sua missão enquanto grifo-sentinela para monitorizar as ameaças contra a fauna silvestre relacionadas com o furtivismo.


Desde que foi marcado, até início de dezembro de 2020, o Castelo movimentou-se sobretudo no nordeste de Portugal, na fronteira com Espanha, no eixo norte-sul (ver mapa). O Castelo é uma verdadeira fortaleza e continua a ser um guardião da sua espécie e de todas as espécies selvagens afetadas pelo furtivismo.

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