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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

O QUE FAZ O HOMEM?

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
 
Dizia o nosso Aquilino Ribeiro – que por sinal anda muito esquecido, – “Quem faz o homem é o céu, é a natureza, é o solo.”
       Disse a verdade, esqueceu-se, porém, que também são, os professores, que teve, a sociedade em que vive, e principalmente, os amigos e o meio em que habita.
       Dizem, que Sartre, em 1941, fazia parte de grupo de intelectuais, que abordavam: o socialismo e liberdade.
Sartre, como Simone de Beauvoir, lia muito, e lia-lhes o que escrevia. Estes teciam-lhe crudelíssimas críticas. Sartre rasgava, e de novo escrevia… rasgava e rescrevia…
Há quem afirme, que ele não passava de reflexo do grupo, que o rodeava, de tanto reformar os textos.
Não sei se assim é. É porem certo, que somos, em parte, um pouco daqueles que connosco convivem.
Daqui se conclui: devemos escolher os nossos amigos, com o mesmo cuidado como se escolhem livros.
Se os livros são amigos mudos, como dizia Padre Manuel Bernardes; amigos, são livros falantes, que nos ensinam, moldam-nos e levam-nos, pelas veredas do bem ou do mal.
As ideias, os pareceres, as ideologias, são sempre criadas pela leitura e pelo convívio.
Eu sei, que tudo é fruto de épocas. O que agora é certo, amanhã será errado.
O grande Unamuno, em: “ Amor y Pedagogia”, disse: “Las ideas duram como las corbatas; basta que se gastam o pasam de moda.”
Sim: ideias e ideologias, sofrem o mesmo que as palavras: gastam-se e morrem.
Houve épocas em que se usava, como bordão, a palavra: “pois”; agora emprega-se: “alavancar”. Amanhã, essa forma de expressão, cairá em desuso; outras, surgiram, e será, então bonito, elegante, chique, usá-las.
Tudo passa, tudo tem épocas, tudo tem modas.
Recordo, que certos presos nos Estados Unidos usavam calças a cair. Foi bastante, para que meninos, quisessem usa-las, na escola.
Quem no meu tempo de colegial, teria coragem de andar de calças rotas? Agora é moda, porque todos ou quase todos, usam; até meninas “ pudicas” fazem buracos até às nádegas…E ninguém leva a mal…
Na política, também é assim. A História confirma, que tudo que foi passado, volta. Não há regime ou ideologia, que sempre dure.
O homem deveria ser ele próprio: único; mas não é; É o resultado do meio em que vive, e pensa, como pensa a coletividade.
Há exceções, mas são poucas, muito poucas. E quantas vezes, esses poucos, são os que mudam o mundo…

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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