terça-feira, 21 de novembro de 2023

DA HISTÓRIA À GASTRONOMIA: O QUE NÃO DEVEMOS PERDER NUMA VISITA A BRAGANÇA

 Bragança já não fica a 9 horas de distância, como cantam os Xutos e Pontapés, mas continua a estar situada no extremo nordeste de Portugal. Bragança é capital do distrito, na Região Norte e sub-região de Terras de Trás-os-Montes (Nordeste Transmontano). É limitado a norte e a leste por Espanha, a sueste por Vimioso, a sudoeste por Macedo de Cavaleiros e a oeste por Vinhais. Fazendo parte da Rota da Terra Fria. Ainda não conhece? Comece já a planear uma viagem à região através destas dicas.

Quem visita a região pode perder-se entre montanhas, lameiros, bosques autóctones, rios límpidos e aldeias comunitárias. Comer do produto da terra – castanha, mel, posta e carne de caça, enchidos, cogumelos – e sucumbir ao pecado da gula nos ótimos restaurantes que oferece. Adentrar uma cidade que reage ao isolamento à boleia de bons museus, eventos culturais, lojas com novos conceitos, artesãos de excelência, onde o cosmopolitismo e a tradição dialogam na perfeição. Descansar em alojamentos com alma e conversar imenso… devia haver “estrelas Michelin” para as pessoas.

VISITAR O CASTELO

A Cidadela de Bragança é um espaço fortificado, que fica na zona alta da cidade. Dentro das muralhas temos o Castelo (na foto de destaque) e a sua Torre de Menagem, que abraça o Museu Militar, um Pelourinho invulgar, a Domus Municipalis e a Igreja de Santa Maria. Também pode visitar lá dentro o Museu Ibérico da Máscara e do Traje.

PERCORRER O CENTRO HISTÓRICO

Fora das muralhas encontra uma grande oferta cultural, patrimonial e comercial. O que pode visitar? A antiga Sé de Bragança, que foi construída durante o séc. XVI e a sua praça. O Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, o Centro de Fotografia George Dussaud e o Museu Abade de Baçal.

Passeie ao longo do Rio Fervença na Zona Polis de Bragança, visite o Centro de Ciência Viva e a Casa da Seda. Se ainda tiver coragem, suba ao Miradouro da Nossa Senhora da Piedade.

Pelas ruas vai encontrar muitos solares, pequenas igrejas, pormenores arquitetónicos, mas também uma aposta na arte urbana, que tem posto paredes velhas a falar novas linguagens. Não faltam, também, novos espaços de comércio feitos de bom gosto onde podem encontrar e degustar os produtos da região.

Praça da Sé e Sé de Bragança créditos: Ir em Viagem

CONHECER RIO DE ONOR E O SISTEMA COMUNITÁRIO

Rio de Onor foi eleita, em 2017, uma das Sete Maravilhas de Portugal, na categoria de aldeias, e é um dos poucos locais do país que ainda tem um sistema comunitário de partilha de fornos, de terrenos agrícolas e pastoreio com a vizinha aldeia espanhola Rihonor de Castilla.

Aldeia de Rio de Onor créditos: Ir em Viagem

DESCOBRIR AS ALDEIAS TÍPICAS

Passar e parar nas várias aldeias que estão inseridas no Parque Natural de Montesinho é obrigatório. Se quiser conhecer a arquitetura da casa transmontana (casas em granito e telhados de lousa) e perceber como se conserva a memória da vida rural, as suas tradições e lendas. Destacamos as aldeias de Montesinho, França , Aveleda, Varge e Gimonde.

Ponte Velha da Aldeia de Gimonde créditos: Ir em Viagem

PERDER-SE PELO PARQUE NATURAL DE MONTESINHO (PNM)

Sabiam que cerca de 75% das espécies animais que existem em Portugal podem ser observadas lá? Por isso, o ideal é fazer trilhos e percursos pedestres que permitam observar a fauna e a flora e mergulhar nas praias fluviais espalhadas pelo Parque. Se for em setembro, pode assistir à Brama dos veados, que ocorre durante o período reprodutivo dos veados. A natureza na sua exuberância.

Uma das paisagem do PNM créditos: Ir em Viagem

CONHECER OS SEUS ARTESÃOS

Onde há tradição, há artífices e não há melhor “beijo encantado” do que aquele que sai da produção de um artesão. A construção das máscaras ou caretas é uma das artes mais populares. Em Bragança elas são feitas de couro ou latão velho, preferencialmente pintadas de cores vivas, e ornamentadas com guizos, cornos, pelo e lã de animais. A careta que vestirá o careto que, de chocalhos à cinta e roupa colorida, animam as ruas durante as Festas de Inverno. Bragança é tradição e, por isso, não lhe faltam bons artesãos.

Artesão a fazer uma máscara ou careta créditos: Ir em Viagem

SABOREAR A GASTRONOMIA

O Norte do país é mestre exímio na arte do paladar e, em Bragança, o selo e a diferença estão nos pratos de caça (javali, veado, perdiz…), confecionados nos tradicionais potes de ferro, a que se junta a suculenta posta de vitela e o cabrito. Não há mesa transmontana onde falte os enchidos – alheiras, chouriças, salpicões, presuntos, chouriços de mel – e o típico butelo tradicionalmente acompanhado pelas casulas (cascas de feijão secas). Em Trás-os-Montes há mais três ingredientes que são magistrais – os cogumelos, as castanhas e o mel de castanheiro – que marcam presença nas ementas tradicionais e gourmet. O ideal é experimentar um pouco de tudo.

Prato de Butelo com casulas créditos: Ir em Viagem

Prato de Javali com castanhas créditos: Ir em Viagem

VIVER AS FESTIVIDADES DA REGIÃO

Bragança visita-se todo o ano e oferece-nos belezas muito diferentes, consoante as estações do ano. Mas há alturas que são imperdíveis e uma delas são as Festas de Inverno Transmontanas, que começam em novembro e terminam no dia a seguir ao Carnaval. Um destaque especial para a Festa dos Rapazes (nos dias 25 e 26 de dezembro), o Entrudo Chocalheiro (de sábado a terça de Carnaval) e o Festival do Butelo e das Casulas, que é um dos maiores eventos gastronómicos da região.

Veja a publicação original e visite o blogue IR EM VIAGEM AQUI.

Careto no desfile de carnaval créditos: Ir em Viagem

Artigo originalmente publicado no blogue Ir em Viagem.

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