segunda-feira, 19 de abril de 2021

Portugal tem 61 raças autóctones e ovinos Serra da Estrela estão em maior número

 Catálogo das Raças Autóctones, inventário que vai ser lançado nesta segunda-feira, tem por objectivo “divulgar, promover e valorizar” os animais.

Foto: Adriano Miranda

Portugal tem 61 raças autóctones, entre ovinos, bovinos, caprinos, suínos, galináceos, equídeos e canídeos, destacando-se, em número, os ovinos Serra da Estrela com 20.341 animais, segundo dados da DGAV e da CAP.

“Para além das raças autóctones das espécies pecuárias – 15 raças de bovinos, 16 de ovinos, seis de caprinos, três de suínos, seis de equídeos e quatro de galináceos, incluem-se também onze raças de canídeos portugueses, por serem intrinsecamente ligados ao mundo rural e às actividades agro-pecuária e cinegética e fazerem parte deste valiosíssimo património genético nacional, que urge salvaguardar e dar a conhecer”, lê-se numa nota conjunta da Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), enviada à Lusa.

Estes números fazem parte do Catálogo das Raças Autóctones, um inventário que vai ser lançado nesta segunda-feira pelas duas entidades, que tem por objectivo “divulgar, promover e valorizar” os animais.

De acordo com este documento, entre as raças identificadas destacam-se os ovinos Serra da Estrela com 20.341 animais de raça pura, nomeadamente, 19.239 fêmeas e 1102 machos em 211 criadores.

Nesta categoria encontram-se ainda as raças Churra da Terra Quente (13.888), Merina Preta (13.039), Churra Galega Bragança Branca (12.157), Merina Branca (8846), Campaniça (7908), Churra do Minho (4656), Merina da Beira Baixa (4453), Churra Galega Mirandesa (4917), Bordaleira de Entre o Douro e Minho (4520), Churra Galega Bragança Preta (2777), Saloia (2875), Churra badana (2540), Mondegueira (2044), Churra Algarvia (1690) e Churra do Campo (321).

Por sua vez, entre os bovinos, destaca-se a raça Alentejana com 8562 animais puros em 133 criadores, nomeadamente, 8362 fêmeas e 200 machos.

Incluem-se também nesta categoria as raças Mertolenga (8565), Barrosã (7130), Brava de Lide (6413), Cachena (6126), Minhota (6076), Mirandesa (4797), Maronesa (3879), Arouquesa (3814), Preta (1844), Marinhoa (975), Ramo Grande (763), Carvonesa (607), Jamelista (218) e Agarvia (quatro).

Dentro do grupo dos caprinos, o maior número de animais encontra-se entre a raça Serrana com 13.771, dos quais 13.083 fêmeas e 688 machos em 187 criadores.

Ainda dentro desta categoria encontram-se as raças Bravia (10.143), Serpentina (5377), Algarvia (2607), Charnequeira (2085) e Preta de Montesinho (1251).

Já entre os suínos, o maior número de animais verifica-se na categoria Alentejana (5025 – 4501 fêmeas e 524 machos em 352 criadores), seguindo-se a Bísara (3686) e a Malhado de Alcobaça (507).

Nos equídeos, a raça Lusitana totaliza 9562 cavalos, dos quais 5893 machos e 3669 fêmeas em 13.969 criadores.

Seguem-se as raças Garrana-cavalo (2682), Burro de Miranda (362), Sorraia (112), Pónei da Terceira (89), Burro da Graciosa (36).

Na categoria dos galináceos, destaca-se a pedrês portuguesa com 6223 animais em 271 criadores, nomeadamente, 5213 fêmeas e 1010 machos, seguidos pela Preta Lusitânica (5561), Amarela (5178) e Branca (2606).

No que concerne aos canídeos, o número de exemplares não é contabilizado, mas são identificadas as raças Cão Barbado da Terceira, Serra da Estrela, Água Português, Castro Laboreiro, Fila de São Miguel, Gado Transmontano, Serra de Aires, Barrocal Algarvio, Perdigueiro Português, Podengo Português e Rafeiro do Alentejo.

“Este catálogo é um instrumento importante de divulgação das raças nacionais”, considerou, citado no mesmo documento, o presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, acrescentando que “manter e proteger” estas raças é uma forma de “participar na continuação da história e respeitar o passado que é nosso”.

Por sua vez, a directora geral da DGAV, Susana Guedes Pombo, afirmou que este catálogo é “um elemento fundamental para a sistematização e divulgação das nossas raças” e que divulgando-as se está “a contribuir para a sua conservação”.

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