Para criar este serviço de proximidade junto da população, foram atribuídos a cada um dos aderentes, três contentores para recolha seletiva de papel e cartão, plástico e vidro.
Neste projeto, a empresa responsável pela gestão de resíduos do distrito de Bragança e ainda do concelho de Vila Nova de Foz Coa, investiu cerca de 700 mil euros, que inclui viaturas 100 por cento elétricas que fazem a recolha diária dos materiais a reciclar. A ideia é aumentar significativamente a quantidade de embalagens provenientes do setor comercial e residencial, em zonas com maior densidade populacional e consequentemente contribuir para o cumprimento das metas nacionais e europeias em matéria de reciclagem, refere o diretor-geral da Resíduos do Nordeste, Paulo Praça
“Reconhecidamente, a recolha selectiva é o aspecto que mais temos de melhorar e, nesse sentido, depois de um ciclo de grande infra-estruturação nos últimos anos, com investimentos em alta, nomeadamente o tratamento mecânico e biológico, que foram cerca de 20 milhões de euros, neste momento quase 7 milhões de euros em projectos aprovados são direccionados para as recolhas selectivas e para a educação ambiental das pessoas. Dentro de um conjunto vasto, muitas vezes menos conhecido pelo cidadão, de equipamentos, camiões, contentores, infra-estruturas de triagem, há estes pequenos detalhes que contribui para o bom funcionamento do sistema como um todo, como são os pequenos veículos eléctricos, os serviços de proximidade de porta a porta que visam contribuir para o aumento das metas a que estamos obrigados”, referiu.
Na apresentação pública deste projeto, esta quarta-feira, em Carvalhais, o vereador do Município de Mirandela, José Miguel Cunha, defendeu que é com este tipo de projectos que se pode incentivar a população a aumentar a separação dos lixos produzidos, e fez questão de revelar um número que espera poder servir para reflexão e de inversão nas práticas ambientais que cada um venha a implementar no futuro. José Miguel Cunha diz que, em 2020, cada mirandelense produziu, em média, mais de um quilo de lixo, por dia.
“Muitas vezes nas nossas casas não temos condições de separação e com estes programas também queremos ajudar nesse sentido, tanto nas moradias, como também agora apostámos na questão dos edifícios terem esses pontos de recolha perto. Claro que o que está a ser produzido actualmente, na minha opinião, é um número bastante elevado. Mais de 1 quilo por dia que produzimos de resíduos, é muito. O grande problema é que produzimos esse quilo mas se calhar talvez 60 a 70% é indiferenciado e não reciclagem, temos de apostar na reciclagem”, referiu.
O presidente da junta de freguesia de Carvalhais, Nélson Teixeira, afirma que o projeto-piloto está a ser muito bem acolhido pela população que aderiu e espera que no futuro venha a ser implementado nas outras anexas. “Sem dúvida que é uma mais-valia para a freguesia, neste momento só há em algumas ruas de Carvalhais e Vila Nova das Patas. No futuro esperamos que se venha a expandir e estamos a gostar muito porque as pessoas estão a aderir bastante. Tem a ver também com o slogan que é “resíduos fez “que é separar e valorizar vai do começar”. Foi o que se passou aqui realmente, foi só começar e as pessoas aderiram em massa”, destacou.
Maria Adelaide, uma das aderentes ao projecto-piloto, tece rasgados elogios à iniciativa
Vêm “na horinha certa, no dia certo, são muito cumpridores. Tenho um pequeno comércio, faço muito cartão e plástico, quer sejam embalagens de sumos ou águas, por isso ponho lá tudo no contentor, ao menos escuso de me deslocar para um local mais distante. É muito mais simples, mais prático, para cada pessoa”, conta.
Até ao final do ano, este projeto piloto de recolha seletiva porta à porta, vai ser alargado a outras zonas de grande densidade habitacional, como os bairros Tuasol, Urbimira e Zona Verde de Mirandela.
Em Dezembro, será efectuado um balanço para definir os próximos passos.
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