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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 23 de julho de 2021

Trilhos e lobos para descobrir no Norte de Portugal

 Habita ainda hoje o imaginário popular com as mais variadas lendas e mitos. O lobo, animal fantástico, amado e temido em igual proporção, serve de inspiração a estes caminhos de descoberta de serras, montes, ravinas e abismos onde se cruzam diversas outras histórias de encantar.


O Parque Natural de Montesinho espalha-se por 75 mil hectares e 90 aldeias, habituadas a conviver com o Lobo Ibérico, que neste território tem uma das mais estáveis comunidades. Um equilíbrio sempre harmonioso para o qual muito contribuem corços, veados e javalis, que aqui também habitam em abundância e são presas favoritas do lobo ibérico. E, é precisamente nestes povoados que se torna mais fácil imaginar toda a mística que ao longo dos séculos ditou a relação entre humano e animal. Quase ouvimos o seu uivo entre urzes, giestas, bosques de carvalhos-negrais e soutos de castanheiros antigos.

Cansado da história do lobo mau, apaixonado por Montesinho e pelas condições únicas de coexistência entre homem e lobo que se vivem neste território, o biólogo Duarte Cadete mudou-se de Lisboa para fundar em 2015 a Dear Wolf (Tel. 939676600), sediada em Rio de Onor. Além de investigar e monitorizar as alcateias da região também dá formação e organiza passeios onde se aprende a respeitar espécie e o território que habita. Caminhar por onde o lobo passa, ver a paisagem pelos olhos do animal e contextualizá-lo no seu habitat é o objetivo destes trilhos interpretativos e pedagógicos (desde €40), ao amanhecer, ao anoitecer ou durante um fim de semana inteiro. “Mais do que avistar lobos, a ideia é conhecer o contexto, o território e valorizar as relações ecológicas ancestrais”, explica. Partilha-se com os visitantes a paixão e o conhecimento dando a conhecer “as boas relações entre homem e lobo, que aqui nunca deixou de existir”, envolvendo cultura e comunidades locais além de outras espécies, determinantes para o equilíbrio do ecossistema do lobo e garante desta harmonia rara: o corso, o veado e o javali.

Rio de Onor

Especialista em experiências na Natureza que passam pela interpretação da terra, dos animais e território envolvente, a pé e de bicicleta, a Anda D’I (Tel. 935355633), com sede em Bragança, organiza “A hora do lobo”, acompanhada por biólogos especializados que pode ser desenhada à medida para a sua família ou grupo. Um dos mais recentes trilhos criados para explorar os encantos do parque natural arranca na aldeia de Rio de Onor. Descubra porquê durante 7 km de um caminho a revelar as particularidades da proximidade com Espanha, à curta distância de um rio, as casinhas de xisto equilibradas na paisagem, as janelas e varandas floridas. A vertente comunitária com a vizinha Rihonor de Castilla ainda se manifesta na partilha do forno, forja, tanques e moinhos de cá e lá da fronteira e no dialecto rionorês. O percurso, acessível, atravessa a aldeia passando pela Igreja Matriz, o Moinho de Água e Forja Comunitários, aventurando-se até às margens do rio Onor, onde pode deslumbrar-se com a longevidade de um Carvalho Negral Centenário – imaginando quantos lobos por aqui já terão desfrutado da frescura noturna, e a imponente Fraga do Rio Onor. Partida – e chegada – são junto ao Parque de Campismo. Saindo da aldeia em direção a Aveleda, quase no final do caminho, encontra o snack-bar O Careto. Serve petiscos e pratos confecionados em forno a lenha com ingredientes de produção própria.

Percursos Anda D’I - Diana Guerra | Contramapa

Trilhos matreiros

Outra possibilidade para explorar a pé começa em Montesinho, de onde partem dois caminhos: um em direção a França, aldeia onde encontra uma agradável praia fluvial com parque de merendas perfeito para relaxar depois da caminhada. É também aqui que vive o Centro Hípico de França (Tel. 273919031) onde pode agendar passeios a cavalo pela serra (desde €20), com monitor e, sempre que possível, travessias no Rio Sabor. O segundo percurso encaminha-se até à Barragem da Serra Serrada, no alto da montanha. Quando o cansaço vencer, às portas do Parque Natural e sem televisão, nos Bétula Studios (a partir de €80), cabe à natureza servir de cenário ao descanso num dos estúdios T1, dois deles com mezaninne para as crianças. A título de boas-vindas é oferecido um cesto bem recheado de produtos locais, como o mel e as compotas caseiras.

Com seis hectares, o Parque Biológico de Vinhais (Tel. 273771040) é uma “montra” do Parque Natural de Montesinho, concentrando a fauna e flora mais conhecidas que pode observar no centro interpretativo (€2,50). Aproveite os bungalows e pod’s para usufruir dos percursos pedestres e dos passeios de burro ou bicicleta.

Parque Biológico de Vinhais


Ana Fonseca

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