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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

QUEM SE LEMBRA DOS VELHOS?

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Meu pai, quando se aposentou, os amigos disseram:
- " Entrastes, hoje, no grupo da fome..."
A reforma era baixa, mas bastante para viver dignamente.
Mas, no correr do tempo, foi-se degradando, mormente após 1974, quando os salários subiram substancialmente, e os aposentados pouco usufruíram.
Quando faleceu, sua reforma estava tão diminuída, que mal lhe dava para comer.
É triste, quem trabalhou quarenta anos ou mais, chegue ao termo da vida, sem recursos, para viver em paz e sem preocupação monetária. São raros os políticos que se lembram dos reformados, e raros são os programas dos partidos que reclamem aumento para eles, exceto salário mínimo.
Já não digo igual ao ativo – o que seria justo, – mas, pelo menos, que acompanhe o aumento do custo de vida.
Tudo sobe, anualmente há aumento de preços, mas quem se lembra dos reformados, que não têm sindicatos que os defendam?
Uma vez aposentado, o seu sindicato deixa de o defender, reivindicando reforma atualizada.
Outrora, diz a velha história tradicional, os filhos, vendo os progenitores velhos e improdutivos, levavam os progenitores improdutivos, para as montanhas, e lá os deixavam entregues à sua sorte.
Felizmente, agora, há lares e casas de recolhimento, mas só para quem pertence à classe rica ou média alta ou estrangeiros, porque os restantes sujeitam-se a lares, sem privacidade, que parecem, muitas vezes, "armazéns", porque as reformas não lhes dão para mais.
Em quase todos os países, os velhos, são deixados ao ostracismo. Nuns mais do que noutros.
Que a situação se verifique no terceiro mundo, não é justa; mas nas nações, que se orgulham e proclamam-se ultra civilizadas, por que não cuidam dos idosos pobres e remediados? Brada aos Céus!...
Não esquecer, que há famílias da classe média, que se sustentam com um só reforma ou pensão, e merecem, como cidadãos, terem velhice digna.
Ou será que as Pátrias comportam-se como os filhos da velha e tradicional história?

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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