segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Miranda do Douro inaugura Estrutura de Acolhimento e Exposição mas fonte dos namorados permanece escondida atrás da obra

 A Fonte dos Namorados, uma das estruturas mais emblemáticas de Miranda do Douro, vai continuar fora do sítio e escondida atrás de uma nova Estrutura de Acolhimento e Exposição
Foi durante a inauguração deste equipamento, que nasceu no Antigo Paço Episcopal, que a presidente da câmara mostrou o seu desagrado. Helena Barril disse estar descontente com o parecer negativo que recebeu para colocar a fonte no local de origem. “Fiquei triste naturalmente. Não era disto que estava à espera. Se fosse eu que mandasse, a fonte ontem já estava no sítio. As coisas não acontecem no tempo que queremos mas vão ter que acontecer noutro timming. Isto não é nenhuma birra pessoal, é ir ao encontro daquela memória que fomos criando desde a nossa infância e não temos que perder isso, temos sim que o recuperar. Vamos deixar as coisas serenar e vamos tratar disto”.

A fonte estava na frente do Antigo Paço Episcopal de Miranda do Douro. Foi retirada do lugar durante as obras que converteram este espaço na Estrutura de Acolhimento e Exposição da antiga Sé Catedral de Miranda. A empreitada foi anunciada em 2017, sendo que o projecto foi financiado a 85% por fundos comunitários, através do Programa Norte 2020. Helena Barril conta que o espaço agora inaugurado servirá, para já, para acolher o espólio do Museu da Terra de Miranda, que vai entrar em obras. “É com enorme satisfação que vemos este espaço recuperado e é com maior satisfação que assinámos este contrato de comodato com o Museu da Terra de Miranda, neste caso com a Direcção Regional de Cultura do Norte. O espaço é cedido com enorme satisfação porque, neste momento, o museu, mais que qualquer outra instituição, precisa de um espaço”.

As obras no Antigo Paço Episcopal resultaram da “Operação Rota das Catedrais no Norte de Portugal”, um acordo entre o Ministério da Cultura e a Conferência Episcopal Portuguesa. A Directora Regional de Cultura do Norte, Laura Castro, vê com agrado a colaboração com o município de Miranda. “Este acordo com a câmara dá-nos imensa satisfação. Podemos ter aqui conteúdos que se relacionam com a Terra de Miranda, o museu e com a concatedral e ter estas exposições no período em que o museu estiver fechado”.

O espaço foi inaugurado na sexta-feira com a exposição “Termus – Territórios Musicais”, desenvolvida pelo Museu da Terra de Miranda e pelo Museo Etnográfico de Castilla y León. Esta exposição surge no âmbito de um projecto europeu de cooperação transfronteiriça. A directora do museu português, Celina Pinto, explica que a exposição, dividida em vários núcleos, dá a conhecer a música popular e religiosa dos dois lados da fronteira. “Há aqui um trabalho de campo, de investigação e recolha. É impossível numa exposição colocar tudo aquilo que foi recolhido. Aquilo que temos em cada núcleo são apenas algumas apresentações do tema. Tudo isto também nos permitiu a reedição de dois cancioneiros, dois do lado português e outros dois do lado espanhol”.

O investimento total na estrutura inaugurada foi de cerca de 600 mil euros. O espaço servirá, para já, para receber o espólio do Museu da Terra de Miranda, que vai sofrer obras de requalificação e de ampliação.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

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