Pertenceu aos quadros do Complexo Agroindustrial do Cachão, onde desempenhou funções de engenheiro de produção e, posteriormente, de direção do planeamento e controlo da produção, entre outras funções.
Foi, durante cerca de 6 anos, Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, estando agora a terminar o seu mandato.
Em entrevista ao Diário de Trás-os-Montes, no passado Domingo dia 12 de dezembro, em direto do Castelo de Bragança, fez um balanço do seu mandato e comentou o convite que lhe foi dirigido pelo PS.
Transcrevemos aqui só algumas perguntas, a entrevista na integra tem 24 min e pode ser vista no vídeo que disponibilizamos em baixo.
Recentemente foi convidado por António Costa para ser o cabeça de lista PS pelo distrito de Bragança, nas próximas eleições legislativas de 30 de janeiro.
E foi por aí que começou esta nossa entrevista:
DTM: Como encara este novo desafio na sua vida política, sabendo nós que é mais um homem de acção?
Sobrinho Teixeira: Como sabe sou independente, naturalmente eu ajudei, eu estando no governo, ajudei a elaborar este novo orçamento que não foi aprovado, mas ajudei a definir políticas, portanto naturalmente estou de acordo com as politicas muito viradas para as pessoas, nomeadamente na no ensino superior, viradas para a democratização e para o incremento de jovens no ensino superior, mas como o António dizia eu sou um fazedor, eu como deputado espero fazer coisas, um porta voz das pessoas e pode ser uma pessoa que ajude a construir coisas mediante aquilo que acha que é a melhor estratégia para a região, muito como no meu percurso de vida em muito em prol da região, nomeadamente no Cachão ponde iniciei a trabalhar.
DTM: O Cachão vai continuar a estar na ordem do dia e no pensamento dos transmontanos. O que falhou?
Sobrinho Teixeira: Na altura houve um erro de abordagem injusto em relação ao Cachão, ou seja, o Cachão foi feito para desenvolver a região e, portanto, tinha que receber os produtos que a região produzia e arranjar solução para eles, mas ao mesmo tempo era-lhe exigido que tivesse lucro na atividade lucrativa, ou seja, tinha uma função de implementar …. mas depois também se exigia uma função empresarial e muitas vezes as duas coisas não são compatíveis pois teria que haver uma solução atribuindo um valor à uma certa função do Cachão, um bónus pelo trabalho que estava a fazer.
DTM: Esteve aproximadamente 6 anos no governo como Secretario de Estado, que marca deixou?
Sobrinho Teixeira: A questão do Ensino Superior foi das atividades mais gratificantes onde trabalhei, trabalhando a nível nacional tenho a plena noção que nós conseguimos aquilo que é hoje a qualificação dos portugueses. Deixa aqui apenas uns números: O mais emblemático é que 50% dos nossos jovens com 20 anos estão no ensino superior, algo que era impensável há uns anos atrás. O trabalho que temos feito e aquilo que vamos deixar é para conseguirmos 6 em cada 10, ou seja, 60% no Ensino Superior antes 2030. 10 minutos
DTM: O número de 60% dos jovens no Ensino Superior está próximo dos números da Europa?
Sobrinho Teixeira: Portugal está, neste momento, nos países da Europa com maior qualificação e acima da média europeia, comparando a Finlândia e a Irlanda. Havia uma diretiva europeia onde dizia que Portugal devia atingir em 2020, 40% da sua população jovem adulta, meta esta traçada a todos os países europeus. Portugal acabou o ano de 2020 com 45,5%.
DTM: Falemos agora da menina dos seus olhos, a consolidação do Instituto Politécnico de Bragança, esteve na criação de um novo polo em Mirandela e agora de uma nova escola em Chaves. São iniciativas, a nível local, com um grande relevo e impacto na regional.
Sobrinho Teixeira: Foi possível, em Chaves, criar um centro de investigação na área da água que agora evolui para um laboratório colaborativo. Chaves deve ter uma grande oportunidade e deve olhar como uma oportunidade para a área da água. O nome da escola, em inglês é Water Scholl (em português, Escola da Água). A água vai ser um dos fatores mais determinantes no futuro, mais cruciais para a sustentabilidade do planeta e de Portugal. Esta vertente é uma vertente que vai acrescer a Chaves, mas que também vai acrescer ao país. Chaves, do ponto de vista regional, merecia e tinha que ter Ensino Superior a este nível.
Relativamente ao curso de medicina em Vila Real é absolutamente determinante, é sabido a falta de médicos em Portugal, ou sobretudo de haver uma melhor distribuição dos médicos em Portugal, e isso também se faz implementando políticas que levem as pessoas para os locais.
Ajudando a trabalho um centro académico clínico, pela componente importante que tem na área da veterinária e outras valências na aérea, veja o caso das doenças zonóticas, com a particularidade de fazer muita investigação nessa área.
O IPB é um dos grandes exemplos onde se conseguiu posicionar uma instituição de ensino, as pessoas podem não saber, mas o IPB é a maior instituição de ensino somando todas a Universidades e Politécnicos de todo interior de Portugal, com cerca de 9000 alunos, é um exemplo e uma inspiração para outras instituições.
DTM: Em que direção corre a questão das propinas e das bolsas?
Sobrinho Teixeira: “Nós queremos que Portugal tenha cada vez mais jovens qualificados, é um benéfico para todos, para o país possa progredir, o investimento nessa qualificação é para a pessoa, mas é também para nós todos, e isso é encarado com um investimento, daí que temos que ter mais bolsas para esta politica, neste momento temos 78 mil bolsas atribuídas e também a redução da propina, nós reduzimos a propina em 20% em dois anos, esta é uma mudança de paradigma no ensino superior, o ensino superior tem que ser visto como a classificação mínima que nós vamos ter no futuro, para o mercado de trabalho e para o exercício da cidadania.
E no alojamento, temos tudo finalizado, são 375 milhões de euros mudar no período do PRR e possamos atingir 15 camas no final.
DTM: Como é que se pode avaliar o trabalho dos laboratórios colaborativos?
Sobrinho Teixeira: Pelo próprio modelo que temos à cerca daquilo que deve ser o financiamento e a gestão de um laboratório colaborativo. O modelo que temos idealizado é um modelo em que, um terço, deve ser por um financiamento baze atribuído por nós (…); um terço deve ser orçamento competitivo (…) e o terceiro deve ser “vendendo ciência e vendendo conhecimento” (…).
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