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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
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sábado, 4 de dezembro de 2021

Projecto espanhol para recuperar biodiversidade dos olivais vai ser replicado em Portugal

 Numa altura em que está a decorrer a apanha da azeitona nos olivais portugueses chega a notícia de que o projecto espanhol, com financiamento europeu, Olivares Vivos, vai ser replicado em mais três países, incluindo Portugal.

Tronco de oliveira num olival tradicional. Foto: Wilder/arquivo

Acaba de ser apresentado em Madrid o sucessor do projecto LIFE Olivares Vivos que, de 2015 até Maio deste ano, concebeu um novo modelo de olivicultura que aumenta a biodiversidade e a rentabilidade dos olivais.

O projecto LIFE Olivares Vivos+, coordenado pela Sociedade Espanhola de Ornitologia (SEO/Birdlife), quer ajudar a replicar este modelo pelas principais regiões produtoras de azeite da Europa – como Portugal (no Alentejo), Grécia (no Peloponeso e em Creta) e Itália (na Toscânia e Apúlia) – e por outros cultivos como a vinha, o amendoal e os pomares de citrinos. A ideia é avançar com uma rede de propriedades com olival que possam ser demonstrativas e com cursos de formação para agricultores.

Em Portugal, o projecto conta com a participação da Universidade de Évora.

Liderado no nosso país por José M. Herrera, coordenador do Grupo de Investigação em Biodiversidade e Alterações Climáticas no Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED) da Universidade de Évora, o investigador explicou, em comunicado daquela Universidade, que o principal objetivo é “desenvolver um certificado que garante o compromisso dos olivicultores com a conservação da biodiversidade”. Para tal, acrescentou, “será testado o impacte das práticas agrícolas na biodiversidade, bem como a eficiência de diferentes actuações destinadas à sua conservação, nomeadamente o incremento da disponibilidade de refúgios artificiais para a fauna vertebrada e invertebrada”.

José Herrera sublinhou ainda a importância de “valorizar o papel da biodiversidade na sustentabilidade dos sistemas agrícolas e providenciar aos agricultores um certificado que garanta o seu compromisso com a biodiversidade e os serviços derivados da sua conservação”. Os investigadores esperam ainda “contribuir para uma maior resiliência e resistência, face às alterações climáticas, do olival, uma cultura chave para a economia da Europa mediterrânea em geral e de Portugal em particular”, salientou.

De acordo com a SEO/Birdlife, os resultados do anterior projecto demonstraram que este modelo consegue poupar em fertilizantes e fitosanitários (com uma redução média de 22%), atrair financiamento pelos serviços ambientais (através das medidas agroambientais da nova PAC, por exemplo) e pelo valor acrescido que representa para os azeites produzidos nos olivais a recuperação de espécies de fauna e de flora (graças ao selo Olivares Vivos e ao seu esquema de certificação).

O anterior projecto foi realizado em 20 propriedades na Andaluzia, nas quais se mediu a biodiversidade através de uma série de indicadores – aves, polinizadores, formigas e plantas – lenhosas e herbáceas) durante um ano. Depois foram postos em marcha planos de acção para recuperar essa biodiversidade, incluindo uma gestão do coberto herbáceo, a plantação de espécies silvestres em espaços improdutivos como bermas de caminhos e a instalação de elementos para o refúgio da fauna (como caixas-ninho, postes para rapinas e pequenas charcas).

Posteriormente voltou-se a medir a biodiversidade, tanto nos olivais do projecto como em olivais de controlo. Em média foram recuperadas mais de cinco espécies por grupo de indicador e a sua abundância cresceu 36%.

Segundo a SEO/Birdlife, o selo Olivares Vivos é o primeiro produto agroalimentar da Europa com um aval científico que certifica que para produzir esses azeites foram recuperadas espécies de flora e de fauna.

O novo projecto vai então arrancar este ano e prolongar-se-á até 2016. Ao longo destes anos, os responsáveis do projecto esperam saber mais sobre como se vai comportar a biodiversidade a mais longo prazo e perante cenários de alterações climáticas.

“O olival é o cultivo mais importante para a conservação da vida silvestre na Europa”, comentou Asunción Ruiz, directora-executiva da SEO/Birdlife. “Para o Olivares Vivos+ acelerar a sua expansão para as principais regiões produtoras de azeite do Mediterrâneo, hotspot de biodiversidade, será preciso uma aposta global para recuperar o vínculo entre agricultura e natureza, mantendo como premissa os interesses dos agricultores”, acrescentou.

Os peritos vão continuar a monitorizar a biodiversidade dos olivais e a estudar como evolui cada uma dessas regiões, uma vez postos em marcha os planos de acção para a sua recuperação.

Helena Geraldes

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