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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 16 de janeiro de 2022

Arranca em Fevereiro monitorização de sete espécies de aves no Douro Internacional

 Cegonha-preta, águia-real, grifo e abutre-preto são apenas algumas das aves rupícolas que vão ser monitorizadas em 2022 por uma equipa de 30 peritos portugueses e espanhóis no Douro Internacional e na área protegida espanhola adjacente, Arribes Del Duero.

Cegonha-preta. Foto: Frank Vassen/Wiki Commons

Os trabalhos começam já em Fevereiro, para acompanhar a época de nidificação, e deverão terminar em Setembro, revela um comunicado do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

As equipas no terreno – que incluem técnicos, Vigilantes da Natureza e Agentes Medioambientales – vão monitorizar sete espécies: cegonha-preta (Ciconia nigra), britango (Neophron percnopterus), grifo (Gyps fulvus), abutre-preto (Aegypius monachus) – incluída no programa, embora não seja rupícola -, águia de Bonelli (Aquila fasciata), águia-real (Aquila chrysaetos) e falcão-peregrino (Falco peregrinus).

Abutre-preto. Foto: Francesco Veronesi / Wiki Commons

Há já 25 anos que técnicos portugueses e espanhóis, concretamente do ICNF e da Junta de Castela e Leão, colaboram neste seguimento de aves selvagens na região. Esta parceria esteve interrompida por causa da pandemia, mas as reuniões de trabalho foram recentemente retomadas.

Graças a este esforço hoje sabemos mais sobre estas espantosas aves. Por exemplo, no ano passado foram registados naquela região 15 casais de cegonha-preta, 14 casais de águia de Bonelli e 104 casais de britango.

Destas três espécies, a águia de Bonelli é a que tem uma evolução mais positiva. “Esta espécie, que entre 1990 e 2010 apresentou uma marcada regressão, tem vindo a manifestar sinais de recuperação nos últimos anos, com a reinstalação de, pelo menos, 3 casais”, salienta o ICNF. As razões são ainda difíceis de apontar, mas este instituto lembra que a Junta de Castela e Leão aprovou e concretizou um Plano de ação específico para a Águia de Bonelli e que em ambos os países foram implementadas medidas de minimização dos riscos de eletrocussão e de colisão em dezenas de quilómetros de linhas elétricas de média tensão, e ainda o aumento da vigilância sobre os ninhos e o melhoramento da disponibilidade de alimento.

A cegonha-preta vive uma situação de “estabilidade, mantendo o número de casais”.

O britango é a espécie que revela um declínio, ainda que ligeiro, de entre 10 a 15% desde 2016. Este declínio estará relacionado com “uma redução da disponibilidade trófica na zona envolvente, uma vez que a actividade pecuária e a paisagem têm sofrido alterações importantes, nomeadamente com o quase desaparecimento da pastorícia de percurso e de outras práticas pecuárias tradicionais”.

Estas mudanças implicaram uma “menor abundância de cadáveres de animais de criação, mas também a perda do típico habitat de alimentação “aberto” com consequente redução de alimento “silvestre””.

Há seis anos que aves adultas e juvenis estão a ser seguidas, equipadas com emissores via satélite. “Os estudos com esta tecnologia permitem acompanhar a espécie na sua migração para África, onde pode estar parte da causa do declínio da espécie no Douro Internacional.” No âmbito do projeto Life Rupis – executado entre 2016 e 2020 – foi detetado um número significativo de aves mortas por veneno (cerca de 50% das causas de morte), ou por eletrocussão/colisão em linhas elétricas (18%).

Aves rupícolas em Portugal e o papel do Douro Internacional

Em Portugal ocorrem regularmente mais de 30 espécies de aves rupícolas. O Parque Natural do Douro Internacional é considerado o seu principal santuário.

Espécies estritamente rupícolas como águia-real, grifo, britango, falcão-peregrino, gralha-de-bico-vermelho e andorinhão-real têm densidades de nidificação muito elevadas nos alcantilados fluviais do Douro e afluentes.

Grifos. Foto: Dave Massie/Wiki Commons

Os efetivos dessas e de outras espécies assumem números ainda mais relevantes se adicionarmos a área espanhola homóloga, o Parque Natural de Arribes del Duero.

Para estas aves há uma boa notícia. “Perspectiva-se o alargamento da Zona de Protecção Especial do Douro Internacional e Vale do Rio Águeda, estabelecendo uma área classificada melhor ajustada aos imperativos ecológicos das aves”.

“Passará assim a integrar a quase globalidade das áreas vitais das populações de espécies rupícolas ameaçadas, parte significativa das áreas de alimentação e nidificação de Águia-caçadeira, e das áreas de nidificação, alimentação e invernada de Milhafre-real. Esta nova configuração equilibrará a relação entre as Zonas de Proteção Especial portuguesa e espanhola, englobando habitats, em diversidade e extensão, suficientes para assegurar a conservação das aves.”

Helena Geraldes

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