segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Miranda do Douro — Magnífico Concerto de Ano Novo 2022

 Neste tempo em que vivemos, há que arranjar alternativas ao isolamento, sem comprometer a nossa saúde e a dos outros. E foi a pensar nisso que resolvi ir até Miranda do Douro. 
O cartaz da edilidade anunciava, para dia 1 de janeiro, um concerto de Ano Novo na Concatedral, em que: Rui Valdemar seria o executante do órgão de tubos do século XVIII, profusamente decorado com talha dourada, um dos raros exemplares que ainda funciona em Portugal; e Paulo Meirinhos, numa simbiose perfeita, acompanhando com a gaita de foles, tão típica destas terras.

Após cumprir todos os requisitos, teste covid negativo e certificado de vacinação, revi Terras de Miranda com o mesmo encanto de antigamente.

Entrei na Concatedral com imensa vontade de viver e absorver mais um momento cultural, sabedora de que o evento iria enriquecer estas férias natalícias. Foi maravilhoso poder desfrutar deste concerto, magistralmente executado, num espaço com uma acústica excecional; o público manteve-se em respeitoso silêncio; e o distanciamento, entre as pessoas, mantido.

Prazerosamente cumprimentei várias pessoas, gente que conheço há mais de trinta anos. O calor humano que a Sra. Presidente da Câmara, Helena Barril, transmitiu, soube-me solenemente bem.

Nesta quadra natalícia, a autarquia realizou vários concertos nas aldeias, dando um pouco de aconchego às pessoas. Soube que irá realizar vários eventos culturais, nomeadamente para dar uso ao esplendoroso órgão. 

É com agrado que vejo o novo executivo camarário apostar na Cultura. É por aí o caminho, senhores autarcas. 

Uma autarquia que não valorize, estude, preserve e divulgue o património, além de embrutecer o seu povo, perde a oportunidade de gerar receita através do turismo.

Miranda do Douro é um município riquíssimo em património. Tem uma língua, o mirandês; imenso património cultural, arqueológico e arquitetónico: o castelo, a Concatedral, o espaço musealizado do Paço Episcopal, o Convento dos Frades Trinos, a Igreja da Misericórdia, a Igreja de Santa Cruz, o Aqueduto do Vilarinho, o Museu das Terras de Miranda, a Rua da Costanilha com os seus cachorros, vários castros, berrões, abrigos rupestres, eremitérios, etc.; património cultural imaterial: os Pauliteiros, os artesãos de burel, os escrinheiros, a cutelaria, a tanoaria, etc.; e o património natural que um passeio de barco, rio Douro acima, pode proporcionar aos visitantes, conhecendo a fauna através da observação de aves e a sua nidificação, assim como a flora, sem esquecer uma visita à aldeia de Atenor para ver os burros de raça autóctone.

Ir a Miranda, não é só para ver os Pauliteiros; há uma imensidade de opções a desfrutar, em que se exige ficar vários dias nestas paragens. A oferta hoteleira é de qualidade.

Como dizem em Miranda:

Un beisico. 

Texto:  © Teresa do Amparo Ferreira, 02-01-2022
Foto: Câmara Municipal de Miranda do Douro

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