Carlos Silva, cujo mandato enquanto líder da UGT termina em abril, esteve no distrito de Bragança na quinta e sexta-feira da semana passada e visitou diversos municípios, bem como a Secretaria de Estado da Valorização do Interior. “As pessoas para se fixarem tem que ter salários, transportes, escolas, finanças, agências bancárias e outros serviços que ao longo dos anos muitos desses organismos encerraram e transferiram-se. É importante reinvestir no Interior do país e reabrir serviços, como agências bancárias”, afirmou Carlos Silva.
O sindicalista deu conta que é preciso manter serviços no Interior “ e abrir agências bancárias em vez de as encerrar”, tanto mais que esses territórios precisam de gente. “O que interessa é fixar pessoas. Para isso é preciso dar-lhes condições não apenas salariais, mas acima de tudo criar emprego”, explicou ao Mensageiro à margem da visita à Secretaria de Estado da Valorização do Interior.
O sindicalista destacou o impacto dos dois anos de pandemia “que foi tremendo” para o país. “Houve uma redução do número de desempregados e um crescimento líquido do emprego em todo o país. Há regiões onde o desemprego não se sente, é quase um pleno emprego. Isto também se deve a apoio do Estado às empresas e muitos desses apoios tiveram a ver com a manutenção dos postos de trabalho, a sua defesa e o pagamento de salários”, indicou Carlos Silva.
O responsável da UGT diz que se as empresas aumentarem os salários e as condições de trabalho deixa de haver falta de mão de obra em setores como a construção civil. “Querem trabalhadores qualificados? Paguem-lhes”, sustentou.
“Entendi reforçar as visitas aos territórios de baixa densidade, Bragança, Castelo Branco, Vila Real, Viana do Castelo, a zona mais Norte do distrito de Leiria e visitar instituições, câmara municipais e aqui, aproveitar a existência da Secretaria de Estado da Valorização do Interior. Importante perceber quais as expetativas que as organizações do Estado têm em relação ao futuro”, explicou.
Ao fim de nove anos à frente daquela organização sindical Carlos Silva quer “dar visibilidade a quem investe no Interior, descentraliza e quem desconcentra, o que é fundamental na administração pública”.
Sai com a consciência que as “condições dos trabalhadores estão melhor agora do que nos tempos da austeridade”, sublinhou, o que coincidiu com o início do mandato prestes a terminar. “Houve um acordo de concertação social em fevereiro de 2012 que implicou um conjunto de penalizações e sacrifícios para os trabalhadores, prolongados até 2015. A austeridade está para trás das costas. Depois veio a geringonça e depois veio um conjunto de matérias da área laboral e salarial que viram, um pouco, a luz do dia melhor orientadas, mas ainda estamos muito longe das necessidades dos trabalhadores, ao nível salarial e da valorização das próprias carreiras profissionais. Essa é uma função do governo que vai tomar posse, porque uma maioria absoluta implica também outra responsabilidade”, explicou Carlos Silva.
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