Fotografia Luís Ribeiro/Palombar. |
A organização não governamental de ambiente Palombar - Conservação da Natureza e do Património Rural contribuiu, com ações na região do Nordeste Transmontano, entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, para a realização de censos de milhafre-real invernante, coruja-do-nabal e águia-pesqueira que decorreram naquele período organizados por várias entidades nacionais e internacionais.
Milhafre-real
No que se refere ao milhafre-real (Milvus milvus), a Palombar participou, em janeiro deste ano, no Censo Europeu de Milhafre-real Invernante, realizado no âmbito do projeto LIFE Eurokite e coordenado pela entidade da Áustria MEGEG - Central European Society for Raptor Protection.
Milhafre-real. Fotografia Pedro Rego. |
Em Portugal, este censo foi coordenado pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e contou com a colaboração da Palombar, que, desde 2015, primeiro ano de realização deste censo no território nacional, integra esta iniciativa.
A Palombar realizou a contagem de dormitórios da espécie e, este ano, verificou-se que o dormitório de milhafres-reais invernantes monitorizado pelos técnicos da organização nos últimos anos encontrava-se inativo, não tendo sido também registado outros dormitórios nas áreas adjacentes.
Desde que este censo começou a ser realizado em Portugal, 2017 foi o ano em que se contabilizaram mais indivíduos: 2 200 milhafres-reais invernantes.
Coruja-do-nabal
Relativamente à coruja-do-nabal (Asio flammeus), a Palombar participou no Censo Nacional de Coruja-do-nabal, que decorreu nos dias 17, 18 e 19 de dezembro de 2021 e nos dias 14, 15 e 16 de janeiro de 2022, organizado pelo Grupo de Trabalho sobre Aves Noturnas (GTAN) da SPEA.
O censo teve como objetivo reunir informação atualizada sobre esta espécie, a única espécie do grupo das corujas e mochos (Strigiformes) que não nidifica em Portugal, existindo, por isso, a necessidade de recolher dados através de um censo dirigido no período de inverno.
Coruja-do-nabal. Fotografia Wikimedia Commons. |
De acordo com o "Relatório do Programa NOCTUA Portugal" sobre as estimativas da tendência populacional das espécies de aves noturnas em Portugal Continental para o período 2009/10 - 2020/21, a situação relativa à coruja-do-nabal é "indeterminada", sendo, por isso, fundamental a realização de censos dirigidos para a espécie.
A Palombar contribuiu, pela primeira, para este censo e os técnicos da organização não registaram qualquer indivíduo da espécie na área abrangida para observação. Este facto poderá dever-se à não existência de habitat propício para a coruja-do-nabal na zona prospetada.
Águia-pesqueira
No que toca à águia-pesqueira (Pandion haliaetus), a Palombar deu apoio logístico na realização, em áreas do Nordeste Transmontano, de ações incluídas no Censo Nacional de Águia-pesqueira Invernante, uma iniciativa conjunta do portal Aves de Portugal e da Fundación Migres, que decorreu em simultâneo com o Censo Ibérico da espécie, organizada pelo Aves de Portugal.
Águia-pesqueira. Fotografia Wikimedia Commons. |
De acordo com dados partilhados pela organização no portal eBird, a nível nacional, durante este censo, foram contabilizadas entre 168 e 197 águias-pesqueiras, tendo sido visitadas 155 áreas propícias à ocorrência da espécie, incluindo locais com histórico de ocorrência de águia-pesqueira e vários locais sem qualquer registo no período de inverno.
Segundo os responsáveis pelo censo, os resultados confirmam a existência de cinco grandes áreas importantes para a invernada de águia-pesqueira em Portugal: a ria de Aveiro, o vale do Tejo, o estuário do Tejo, o estuário do Sado e a ria Formosa.
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