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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 19 de abril de 2022

As espécies florestais mais comuns da floresta portuguesa

 
Sem um predomínio absoluto de uma espécie, Portugal tem uma variedade de espécies florestais superior a outros países europeus. Os montados de sobro e azinho representam um terço da floresta nacional.

Em Portugal continental existem quatro grandes grupos de formações florestais:

– folhosas perenifólias: montados de sobro (Quercus suber) e azinho (Quercus ilex L.)

– pinhais: pinheiro-bravo  (Pinus pinaster) e pinheiro-manso (Pinus pinea)

– eucaliptais (Eucalyptus spp.)

– folhosas caducifólias: carvalhos (Quercus spp.) e castanheiros (Castanea spp.), entre outras espécies florestais.

Mais metade da floresta portuguesa é ocupada por espécies folhosas perenifólias e por pinhais. Juntos, representam 63% da área florestal de Portugal Continental. Os dados são referentes a 2015 e constam do Relatório Completo do 6.º Inventário Florestal Nacional (IFN6) do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), divulgado em novembro de 2019.

As folhosas perenifólias correspondem a um terço de área florestal (34%), com os montados (sobro e azinho) a ocupar cerca de um milhão de hectares, no levantamento de 2015. Seguem-se os pinhais, com uma área também próxima do milhão de hectares (959 mil ha), o que equivale a 30% do total de floresta. Este é o ecossistema florestal com maior redução de área nas últimas décadas, em particular devido aos incêndios e às pragas que têm afetado o pinheiro-bravo.

O terceiro grupo florestal mais representativo é o dos eucaliptais, que representam 26% da área florestal (845 mil hectares), reflexo da tendência de incremento registada nos últimos 50 anos.

Também em rota de crescimento estão as espécies folhosas caducifólias. Embora sejam a formação florestal com menor expressão (10% da área florestal, 320 mil ha), o aumento destes povoamentos tem sido sistemático nas últimas duas décadas e acontece de forma mais significativa desde 2005.

Ainda de acordo com o IFN6, a maioria da floresta continental (72%) é composta por espécies autóctones, como o sobreiro, a azinheira, o pinheiro-bravo, o pinheiro-manso e os carvalhos.

De relembrar que o mosaico florestal atual reflete, em grande parte, os esforços de reflorestação do século XX. A floresta portuguesa aumentou, até aos anos 70, sobretudo devido aos pinheiros, sobreiro e azinheira, enquanto que o contributo do eucalipto para a extensão das áreas florestais foi mais tardio, a partir dos anos 50.

Aumento da área de outras espécies florestais reforça variedade

Quando o foco são as espécies florestais, são três as que se destacam em Portugal Continental: eucalipto (Eucalyptus globulus Labill.), sobreiro (Quercus suber L.) e pinheiro-bravo (Pinus pinaster). Segundo o IFN6, estas espécies ocupam, em conjunto, 71% da área florestal total.

O eucalipto ocupa maior área florestal (26%, correspondente a 845 mil ha) e é seguido de perto pelo sobreiro e pelo pinheiro-bravo. Cada uma destas espécies representa 22% da floresta (720 mil ha e 713 mil ha, respetivamente).

Segundo os dados do IFN6, o pinheiro-bravo é a espécie com maior declínio nas últimas décadas, com uma quebra de 85 mil hectares entre 2005 e 2015. Numa análise temporal mais alargada, esta espécie perdeu 265 mil hectares de 1995 a 2015.

Outras espécies florestais aumentaram a sua expressão desde 2005, de acordo com a informação do IFN6: o pinheiro-manso (+21 mil ha), o carvalho (+15 mil ha), a azinheira (+14 mil ha) e o castanheiro (+10 mil ha) são algumas das espécies que expandiram a sua área.

A par do IFN6, a Carta de Uso e Ocupação do Solo de Portugal Continental de 2018 (COS2018), produzida pela Direção-Geral do Território, também fornece dados oficiais sobre a floresta portuguesa, para o mesmo ano de referência. Uma vez que os dois levantamentos usam indicadores e metodologias diferentes, os valores apresentados acabam também por ser algo distintos. De acordo com o COS2018, as florestas de pinheiro-bravo predominam na ocupação do solo (1,02 milhões de hectares, 29% do total da área florestal), seguindo-se os eucaliptais (928 mil hectares, 27%) e os montados de sobro (614 mil hectares, 18%).

Os dados reforçam a variedade como uma das características da floresta portuguesa, sobretudo quando comparada com outros países da Europa. Em Portugal, nenhuma espécie florestal chega, isoladamente, a ocupar um terço na floresta. Na Finlândia, por exemplo, o pinheiro-silvestre ou de casquinha (Pinus sylvestris) ocupa cerca de 67% da área florestal. Na Áustria, o abeto (Picea abies – falso abeto, picea europeia, espruce europeu) é dominante, com cerca de 60% da área.

Cerca de 33% das florestas da Europa são dominadas por uma única espécie florestal (sobretudo coníferas, que ocupam 46% das florestas europeias), embora estas tenham vindo a tornar-se cada vez mais diversas em termos de espécie, como indica o State of Europe’s Forests 2020. Os restantes 67% são florestas dominadas por duas ou mais espécies florestais, contribuindo para a diversidade biológica nos ecossistemas florestais.

Refira-se que a distribuição de espécies florestais na Europa varia, naturalmente, em função do clima e solo, entre outros fatores biológicos e de ação humana. É por isso natural verificar-se uma grande heterogeneidade entre os povoamentos do sul mediterrânico e norte do continente europeu, como confirma o mapa da distribuição de espécies, divulgado pela Alterra / Wageningen University, em parceria com o EFI – European Forest Institute.

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