Assim, a denominada Associação “Sopa dos Pobres”, sediada na freguesia e concelho de Bragança, tem na sua génese uma natureza social e recreativa. A data da sua constituição foi a 08 de maio de 1922, tendo como pilares basilares: “socorrer, beneficiar, auxiliar e assistir todas as criaturas desprotegidas da sorte, que por invalidez velhice e lesões físicas…promover récitas, saraus, festas etc.
Nestes estatutos, está patente a beneficência no seu esplendor, evidenciando que a ação piedosa fez o possível para que o mundo da pobreza fosse evadido, diferenciado, classificado e fixado num espaço preciso. Sob a ação da falsa caridade jaz um ego egoísta e manipulador, onde a doação tem por última finalidade beneficiar o próprio doador, mesmo que num primeiro momento não possa parecer, porém a maioria dos atos de doação estão sim contaminados com o nosso ego, com os nossos interesses pessoais, nem que seja o interesse mais oculto e subtil de disputar o reino dos céus, ou mesmo a intenção de querer e parecer ser bom aos olhos alheios. A verdadeira caridade é pura e nascida na vontade, no amor e na inteligência… Que este documento com os seus inerentes estatutos pela qual a Associação se regeu, nos façam refletir sobre a direção que temos que tomar e a verdadeira luz face ao nosso semelhante, o outro que é o Eu no espelho da Vida. Que o amor seja o sentimento que deve sustentar todas as ações de caridade, não podendo deixa-lo substituir pela emoção, a consciência de que tudo é justo, porém tudo também é mutável, fazendo da caridade um movimento com poder de realizar a alquimia de todos àqueles envolvidos na ação humana.
Eis a lição que emana dos templos da memória, os Arquivos, preservam, conservam o património coletivo para construir o futuro a partir do passado sempre presente e renovado num futuro vigente e consciente.
PT/AC/GCBGC/001/00004 (cx 198)
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