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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 18 de julho de 2022

Festival D´ONOR volta a reunir Conselho do Povo na aldeia comunitária

 O Festival D´ONOR retoma a animação em torno das tradições da aldeia comunitária de Rio de Onor, em Bragança, com a recriação do mítico Conselho do Povo, onde outrora se resolviam os problemas da comunidade.


Depois de dois anos de paragem forçada devido à pandemia de covid-19, no fim de semana de 23 e 24 de julho, os festivaleiros voltam a juntar-se aos cerca de 50 habitantes da aldeia transfronteiriça, que partilha o quotidiano com a gémea espanhola Rihonor de Castilla.

Um grupo de jovens com ligação à aldeia criou a associação Montes de Festa e lançou o Festival D´ONOR, que vai na quarta edição, para dinamizar e divulgar o património e tradições desta aldeia considerada uma das sete maravilhas de Portugal.

O modo de vida de entreajuda e partilha, entre os habitantes dos dois lados da raia, valeu-lhe o estatuto de aldeia comunitária, com um sistema próprio de justiça, que tinha no Conselho do Povo o órgão máximo de decisão e punição.

O festival arranca com a recriação do Conselho, como contou à Lusa David Vaz, da organização, em que “os festivaleiros são convidados a ajudar as gentes de Rio de Onor num acessível trabalho comunitário”.

Trata-se de “um momento que se quer de plena união entre quem visita e quem vive a aldeia” que voltará a ouvir “o saudoso tocar ao conselho”, no campanário da Igreja Matriz”, a chamar para a reunião nas amoreiras junto à ponte antiga.

O que ficar decidido é para ser cumprido e quem falhar vai estar a contas com a “vara da justiça”, um pau onde são inscritas as infrações que merecerão o devido castigo por parte do Conselho.

O rosto destas tradições, Ti Mariano Preto, desapareceu há alguns meses e ficará eternizado nas Recolhas Musicais da Tradição Oral, um trabalho da editora Sons da Terra, numa iniciativa da Casa da Portela – Turismo Rural que registou também interpretações da tradição oral de outra habitante, Tia Diolinda do Campo.

O festival é feito, sobretudo, “de experiências” com música de identidade tradicional e, nesta edição, além dos habituais concertos junta-se a iniciativa “Músicas no Rio”, que reunirá projetos musicais e intérpretes do distrito de Bragança, junto à Ponte Antiga de Rio de Onor, ao lado do lavadouro e da forja comunitária.

Gil Miranda, Fernando Ferndandes, Lá Crau e Charango reavivam temas do cancioneiro tradicional, não só português, mas também espanhol, e da música que marcou gerações a fio, explicou David Vaz.

Os cabeça de cartaz no palco principal são a banda folk SEIVA baseada na música da tradição oral portuguesa, e OMIRI, um projeto descrito como “um autêntico desafio para reinventar a tradição musical”.

Cumprindo a tradição, durante o festival há “Ronda Cultural e das Adegas”, com os gaiteiros da Associação da aldeia e festivaleiros de porta em porta, e o “Baile do Gaiteiro”, uma recriação dos antigos bailes que se realizavam ao som da gaita-de-foles.

O segundo dia começa com um passeio interpretativo pela Natureza, no “percurso do carvalho”, que permitirá aos participantes observar a paisagem em torno da aldeia e “o maior exemplar de Carvalho Negral da Europa, com 23 metros de altura e cerca de 20 metros de copa”.

Serão cerca de sete quilómetros acompanhados pelo biólogo Paulo Mafra e com o apoio da Associação de Caminheiros Enzonas de Bragança.

A tarde será ocupada na aldeia com o tradicional “jogo da raiola”, com que se ocupavam antigamente os tempos livres, e em que, quem perder na pontaria de acertar com uma moeda num traço riscado no chão, paga a rodada seguinte na taberna.

A iniciativa é desenvolvida pela Associação de Jogos Populares do Distrito de Bragança. A igreja matriz de Rio de Onor, onde atua o Coral Brigantino, será também palco do festival, que termina com “uma Visita ao Passado Comunitário de Rio de Onor, um momento surpresa dedicado aos habitantes da aldeia.

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