quarta-feira, 20 de julho de 2022

Seca causa constrangimentos ao abastecimento de água em alguns concelhos do distrito

 A percentagem de água no solo em grande parte do Nordeste Transmontano está abaixo dos 10%.


Este é o cenário mais gravoso de todo o país e nos últimos dias foram várias as notícias alarmantes sobre a situação, nomeadamente as que deram conta do corte de água, à noite, em alguns concelhos de Trás-os-Montes, onde há cinco barragens em situação crítica. Em Mogadouro e Alfândega da Fé já há vários constrangimentos. O concelho de Mogadouro é abastecido a partir de duas captações, resolvendo as necessidades de 90% daquela população. Ainda assim, há aldeias mais pequenas que, até hoje, são abastecidas por pequenas captações e nessas há constrangimentos. António Pimentel, presidente da câmara, explica que há 15 aldeias que estão a ser abastecidas com autotanques, sendo que muitas delas, em anos normais, não registariam estes problemas já por esta altura.

“Já contávamos com dificuldades. O problema estava identificado. Temos aldeias, nomeadamente Vilarinho dos Galegos, Ventozelo e Vila de Ala, a ser abastecidas diariamente, temos outras, duas ou três, em que há abastecimento cerca de três vezes por semana e há mais algumas em que o abastecimento é apenas semanal, “Estas aldeias que estamos a abastecer diariamente são as que têm mais consumo e, portanto, as captações no Verão reduzem sempre. Como este ano não se verificou pluviosidade suficiente, as captações não estão a receber água. A água está a ser transportada pelos bombeiros e que são pequenas quantidades porque, embora sejam muitas aldeias, a população é reduzida. Para já, acho que Mogadouro consegue controlar a situação durante os próximos meses”, explicou o presidente da câmara de Mogadouro.

O problema, além de estar identificado, está já a ser resolvido, como confirmou o próprio autarca de Mogadouro.

“Vai ser lançado um concurso para abastecer esta parte do concelho. “Já dispomos da primeira fase dessa obra, que é um depósito de três milhões de litros de água em Brunhosinho. Falta agora fazer uma adutora até à Serra do Variz para, a partir daí, levarmos por gravidade a água que vem do Douro para essas aldeias”, salientou António Pimentel, que admite que “o problema fica assim sanado”.

Mogadouro está a abastecer estas aldeias, que, nesta altura, são mais que as que abastecia nos anos anteriores.

Em Alfândega da Fé a situação também está crítica. A barragem de Sambade, que abastece a população do concelho, tem apenas 35% do seu volume. De acordo com o presidente da câmara, Eduardo Tavares, se continuar sem chover, só haverá água até ao final do ano. Por isso, o município teve que recorrer às barragens para regadio.

“Foram terem sido tomadas medidas com a Associação de Beneficiários e Regantes, que gere a barragem da Estevainha, “no sentido de acautelar uma reserva de água nessa barragem para o abastecimento humano”.

O município está já a sensibilizar os agricultores para pouparem água e vai mesmo implementar medidas restritivas.

A barragem de Sambade abastece todo o concelho de Alfândega da Fé e ainda algumas aldeias dos concelhos de Macedo de Cavaleiros e Mogadouro. Tem actualmente apenas 35% de volume de água.

O abastecimento às populações pode estar em causa nos próximos meses, em alguns pontos do distrito. Em Mogadouro e Alfândega da Fé já há alguns problemas.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves/Ângela Pais

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