quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Criadores de bovinos de raça mirandesa queixam-se de pouco lucro na venda da carne

 A carne de bovino certificada mirandesa está mais cara mas quem vende os animais não está a lucrar praticamente nada com a subida de preço


Os criadores de vacas mirandesas pedem apoios ajustados e querem carne mais bem paga.

A carne de vaca mirandesa está mais cara para os consumidores. Segundo os criadores do concelho de Bragança, houve um aumento bastante grande do preço, mas não se traduz em mais dinheiro para quem cria e vende os animais.

Perante o cenário de seca, que obriga a dar de comer aos animais o que só se daria por alturas de Inverno, e de aumento do preço de rações, farinhas e combustíveis, os criadores fazem contas à vida e querem que o quilo de carne lhes seja comprado a um preço mais justo.

“Desceram-nos a carne 80 cêntimos a meio da pandemia, depois subiram 25 cêntimos, para 5,5 euros. Agora no princípio de Julho é que subiram para 5,8 euros, mas ainda não é um preço compensatório”, disse Licínio Rodrigues.

 “Na pandemia estavam a pagar-nos o quilo da carcaça a 5.50 euros. Naquela altura, no mercado, a costeleta, por exemplo, estava a 12 euros/quilo. Agora pagam-nos mais 30 cêntimos pela carcaça mas o mesmo quilo de costeleta, no mercado, está a custar 17 euros”, queixou-se José Domingues Pires.

Além disso, os criadores de bovinos mirandeses do concelho de Bragança também consideram que os apoios do Governo deviam ser repensados e ajustados à realidade local. Se a situação assim permanecer, há quem pense reduzir ao efectivo.

“A única coisa que nos tem chegado são os subsídios e, em vez de subir, todos os anos lhe cortam um bocadinho”, referiu Paula Maria.

Declarações dos criadores, à margem do Concurso Concelhio de Bovinos de Raça Mirandesa, no domingo, no Recinto de Promoção e Valorização das Raças Autóctones, em Bragança.

O Governo anunciou, este mês, um apoio, de 500 mil euros, destinado aos criadores de animais. Servirá para os ajudar no que toca à alimentação animal. Ainda assim, é destinado aos agricultores afectados pelos incêndios em Portugal continental, que destruíram unidades de exploração económica, nomeadamente pastos usados na alimentação de animais das espécies, bovina, ovina e caprina. Portanto, são muitos os que ficam de fora, os que não sofreram o flagelo dos incêndios e, por isso, não vão ter ajuda nenhuma.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

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