Por: José Mário Leite
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)
Foi público que os deputados eleitos pelo distrito de Bragança ultrapassaram as diferenças ideológicas e partidárias unindo-se em torno da proposta de lei que há de conceder aos Institutos Politécnicos a capacidade de conferirem o grau de Doutor. É uma medida que pode trazer ganhos para o nordeste. Os reitores universitários estão contra. Claro! Não querem perder o monopólio.
Os doutoramentos, em Portugal, tradicionalmente eram feitos no seio das universidades, de forma restrita e endogâmica. Daí a dificuldade em evoluir e diversificar, crucial na investigação científica contemporânea. A “rutura” aconteceu em 1993 pela mão e, sobretudo, vontade e empenho de quatro homens: Vítor Sá Machado, Administrador da Gulbenkian, António Coutinho, Diretor do Instituto Pasteur, Alexandre Quintanilha investigador no ICBS e no IBMC, e Valente Oliveira, Ministro do Planeamento. Outros e outras vontades se lhes juntaram para concretizar o primeiro Programa de Doutoramento, lecionado fora das universidades, embora o grau fosse atribuído por uma instituição do ensino superior. Mariano Gago viria apoiar e reforçar este movimento.
O PGDBM - Programa Gulbenkian de Doutoramento em Biomedicina (mais tarde replicado no Porto e em Coimbra) formou dezenas de jovens investigadores, conhecidos então por “super-doutores”. Regressaram, na sua grande maioria a Portugal e, quando foram instituídas as “grants” milionárias da União Europeia, foram eles os principais beneficiários trazendo para Portugal, só nesse Programa, mais do triplo do dinheiro investido nos seus estudos. Algo parecido pode acontecer agora com a chegada deste grau académico aos Institutos Politécnicos. Vontades e empenho estão a ser reunidos à volta do IPB para iniciar em Bragança um programa exemplar.
O mentor do PGDBM, António Coutinho, está empenhado em contribuir com o seu conhecimento, experiência e influência e a Fundação Champalimaud já exprimiu o seu apoio a esta iniciativa. Coloca-se a pergunta óbvia: doutoramento, em que área?
Esta é, julgo eu, uma pergunta de resposta fácil: Doutoramento em Tecnologias de Saúde. Na Escola Superior de Saúde, certamente, mas também na Escola Superior de Tecnologia, dado o atual estado da arte dos cuidados médicos.
Fernando Araújo, Presidente do Hospital de S. João, afirmou recentemente que “pensar que o atendimento se faz apenas com médicos é não entender os princípios modernos na prestação de cuidados de saúde, em equipa”.
O antigo Secretário de Estado da Saúde sabe bem o papel dos técnicos de saúde e que será tão mais relevante e mais eficaz quão maior e melhor for a sua formação.
Cada vez mais. Numa altura em que a chegada da Inteligência Artificial aos hospitais é já uma realidade, a importância da formação avançada em tecnologias é cada vez maior.
Se é do conhecimento geral haver, de vez em quando, equipamentos sofisticados hospitalares, sem uso só pode ser devido à inexistência de quem os opere, adequadamente. É urgente formar quem o faça. Em Bragança, porque não?
Os doutoramentos, em Portugal, tradicionalmente eram feitos no seio das universidades, de forma restrita e endogâmica. Daí a dificuldade em evoluir e diversificar, crucial na investigação científica contemporânea. A “rutura” aconteceu em 1993 pela mão e, sobretudo, vontade e empenho de quatro homens: Vítor Sá Machado, Administrador da Gulbenkian, António Coutinho, Diretor do Instituto Pasteur, Alexandre Quintanilha investigador no ICBS e no IBMC, e Valente Oliveira, Ministro do Planeamento. Outros e outras vontades se lhes juntaram para concretizar o primeiro Programa de Doutoramento, lecionado fora das universidades, embora o grau fosse atribuído por uma instituição do ensino superior. Mariano Gago viria apoiar e reforçar este movimento.
O PGDBM - Programa Gulbenkian de Doutoramento em Biomedicina (mais tarde replicado no Porto e em Coimbra) formou dezenas de jovens investigadores, conhecidos então por “super-doutores”. Regressaram, na sua grande maioria a Portugal e, quando foram instituídas as “grants” milionárias da União Europeia, foram eles os principais beneficiários trazendo para Portugal, só nesse Programa, mais do triplo do dinheiro investido nos seus estudos. Algo parecido pode acontecer agora com a chegada deste grau académico aos Institutos Politécnicos. Vontades e empenho estão a ser reunidos à volta do IPB para iniciar em Bragança um programa exemplar.
O mentor do PGDBM, António Coutinho, está empenhado em contribuir com o seu conhecimento, experiência e influência e a Fundação Champalimaud já exprimiu o seu apoio a esta iniciativa. Coloca-se a pergunta óbvia: doutoramento, em que área?
Esta é, julgo eu, uma pergunta de resposta fácil: Doutoramento em Tecnologias de Saúde. Na Escola Superior de Saúde, certamente, mas também na Escola Superior de Tecnologia, dado o atual estado da arte dos cuidados médicos.
Fernando Araújo, Presidente do Hospital de S. João, afirmou recentemente que “pensar que o atendimento se faz apenas com médicos é não entender os princípios modernos na prestação de cuidados de saúde, em equipa”.
O antigo Secretário de Estado da Saúde sabe bem o papel dos técnicos de saúde e que será tão mais relevante e mais eficaz quão maior e melhor for a sua formação.
Cada vez mais. Numa altura em que a chegada da Inteligência Artificial aos hospitais é já uma realidade, a importância da formação avançada em tecnologias é cada vez maior.
Se é do conhecimento geral haver, de vez em quando, equipamentos sofisticados hospitalares, sem uso só pode ser devido à inexistência de quem os opere, adequadamente. É urgente formar quem o faça. Em Bragança, porque não?
José Mário Leite, Nasceu na Junqueira da Vilariça, Torre de Moncorvo, estudou em Bragança e no Porto e casou em Brunhoso, Mogadouro.
Colaborador regular de jornais e revistas do nordeste, (Voz do Nordeste, Mensageiro de Bragança, MAS, Nordeste e CEPIHS) publicou Cravo na Boca (Teatro), Pedra Flor (Poesia), A Morte de Germano Trancoso (Romance) e Canto d'Encantos (Contos), tendo sido coautor nas seguintes antologias; Terra de Duas Línguas I e II; 40 Poetas Transmontanos de Hoje; Liderança, Desenvolvimento Empresarial; Gestão de Talentos (a editar brevemente).
Foi Administrador Delegado da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, vereador na Câmara e Presidente da Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo.
Foi vice-presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes.
É Diretor-Adjunto na Fundação Calouste Gulbenkian, Gestor de Ciência e Consultor do Conselho de Administração na Fundação Champalimaud.
É membro da Direção do PEN Clube Português.
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