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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

O INTELECTUAL TEM QUE SER SOLITÁRIO?

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Disse escritor argentino, cujo nome varreu-se completamente – a idade não perdoa, –: " Que de longe tudo parece pequeno, menos o intelectual".
Na verdade, a excessiva familiaridade, diminui o: escritor, articulista, poeta ou o professor.
Já São Tomás recomendava o apartamento do seu público.
O próprio conjugue e filhos, apesar de se orgulharem do sucesso, devido ao frequente convívio e conhecerem perfeitamente: hábitos, costumes e até vícios, raras vezes lhe dão o devido valor, chegando a considerá-lo: lunático.
Casos há, que se desinteressam, considerando-o: excêntrico solitário.
Muitos, nunca lhe deram o devido valor, nem o escutaram com atenção.
Em entrevista ao semanário " SETE", a grande fadista Amália Rodrigues, declarou ao perguntarem:
- " Costuma ler com frequência?
-" Eu? Já nem leio. Houve uma altura em que eu acreditava que as pessoas que escreviam aquilo que eu lia, eram realmente pessoas maravilhosas.
- " Depois conheci essas pessoas. E tive muitas desilusões. Agora já quase nem leio. Tive uma temporada em que para adormecer, lia histórias de " Cow-boys" (Num aparte: Não escreva isso, que é uma vergonha, mas não tenho vergonha nenhuma...) Agora já nem isso. Tenho outra " chucha" para adormecer: ouço cassetes, chega ao fim e volto ao princípio. Mas leio pouco, infelizmente, porque gostava de ler. Mas por um lado é bom, porque me evita esse desencanto de que lhe falei, se calhar é melhor assim. - "SETE" (1-11-83)
Foi o desencanto que Clarissa sentiu ao conhecer o poeta Paulo Madrigal. - " Música ao Longe", de Érico Veríssimo.
É o desencanto de todos nós, após conhecer: o artista plástico, o escritor ou o jornalista da moda.
O escritor, o intelectual, tem que ser um mito para o leitor ou aluno, como se vivesse, permanentemente, no Olimpo, acompanhado de corte, que sem cessar, proclamem na: tv, rádio, imprensa e redes sociais: - " É grande! É mestre! É Mestre entre os Mestres!..."
Então o Zé-povinho, extasiado, repete entusiasmado:
- " Sim: a prosa, os quadros, são magníficos, perfeitos, divinais!..."
Mesmo que não goste, não aprecie e jamais terá coragem de discordar ou de o criticar em público, porque não quer passar por néscio...
É a velha e revelha história do Rei Vai Nu.

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG” e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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