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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 5 de setembro de 2022

NO DESERTO DA VIDA

Por: Maria da Conceição Marques
(colaboradora do "Memórias...e outras coisas...")

Pleno de areias movediças, é no deserto da vida que o sonho deambula ao cair da noite.
Tento decifrar o enigma que se espraia nas veias, enquanto na intimidade da solidão, o tempo aos poucos me vai enlouquecendo!
Acendo uma fogueira que se transforma em vulcão, 
e explode todos os amanheceres nas meninas dos meus olhos!
No meu corpo lírico, no meu coração de fumo,
as pupilas dilatam-se e vomitam palavras e frases pegajosas!
Necessito ser exorcizada.
Acalmar a disritmia que me bate peregrinamente no peito,
e tomar um novo rumo.
Consultar as estrelas que trago guardadas nos bolsos, 
lamber as feridas e as queimaduras da pele, e no silêncio da minha cama adormecer.
Depois, mesmo de sorriso apagado, 
embrenhar-me nos jardins do ar,
cortar a raiva e o pecado,
e pausadamente respirar!
Aspergir um pouco de água benta no seio familiar,
Aninhar-me no útero que partilhamos, 
e nele ficar a morar.

Maria da Conceição Marques
, natural e residente em Bragança.
Desde cedo comecei a escrever, mas o lugar de esposa e mãe ocupou a minha vida.
Os meus manuscritos ao longo de muitos anos, foram-se perdendo no tempo, entre várias circunstâncias da vida e algumas mudanças de habitação.

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