Uma flor humilde como o malmequer também pode merecer um lugar na pasta das fotografias favoritas. Basta ser, como esta, de uma simetria impecável. De facto, desse ponto de vista é uma perfeição.
O nome malmequer, todos o sabemos, vem do costume de os adolescentes (sobretudo as adolescentes, que isso era mais coisa de raparigas — desmintam-me, se forem capazes, caras Amigas FB) o desfolharem, pétala por pétala, cantarolando ‘bem-me-quer, mal-me-quer, bem-me-quer, mal-me-quer’, julgando, ou fingindo julgar que dessa forma apuravam qual o sentimento que lhes dedicava a pessoa amada. Quer dizer, atribuíam-se, ou fingia-se atribuir ao modesto malmequer poderes divinatórios. Não é caso virgem de crença em que outras criaturas têm também esses poderes. O exemplo mais comum é certamente o cuco, que alegadamente dá tantas cucadas quantos anos restam de solteira à rapariga consulente. Miguel Torga tem um conto muito interessante sobre esta crença. É o ‘Farrusco’, dos “Bichos”
Olhando com atenção a nossa florinha, não pude deixar de estranhar a quantidade invulgar de pétalas. Já repararam? Serão bem para cima de uma centena. Os malmequeres que vi desfolhar na adolescência tinham muito menos pétalas.
E, como gosto de reflectir sobre as coisas, às vezes com uma dose bem generosa de fantasia — como vai ser o caso —, deu-me para pensar que se trata duma estratégia de sobrevivência da flor. Porquê? Como? Aumentando enormemente o número de pétalas, ela desencoraja as adolescentes de as colherem para a referida cantilena do ‘bem-me-quer, mal-me-quer’.
Podem rir-se à vontade, que eu também me rio.
O nome malmequer, todos o sabemos, vem do costume de os adolescentes (sobretudo as adolescentes, que isso era mais coisa de raparigas — desmintam-me, se forem capazes, caras Amigas FB) o desfolharem, pétala por pétala, cantarolando ‘bem-me-quer, mal-me-quer, bem-me-quer, mal-me-quer’, julgando, ou fingindo julgar que dessa forma apuravam qual o sentimento que lhes dedicava a pessoa amada. Quer dizer, atribuíam-se, ou fingia-se atribuir ao modesto malmequer poderes divinatórios. Não é caso virgem de crença em que outras criaturas têm também esses poderes. O exemplo mais comum é certamente o cuco, que alegadamente dá tantas cucadas quantos anos restam de solteira à rapariga consulente. Miguel Torga tem um conto muito interessante sobre esta crença. É o ‘Farrusco’, dos “Bichos”
Olhando com atenção a nossa florinha, não pude deixar de estranhar a quantidade invulgar de pétalas. Já repararam? Serão bem para cima de uma centena. Os malmequeres que vi desfolhar na adolescência tinham muito menos pétalas.
E, como gosto de reflectir sobre as coisas, às vezes com uma dose bem generosa de fantasia — como vai ser o caso —, deu-me para pensar que se trata duma estratégia de sobrevivência da flor. Porquê? Como? Aumentando enormemente o número de pétalas, ela desencoraja as adolescentes de as colherem para a referida cantilena do ‘bem-me-quer, mal-me-quer’.
Podem rir-se à vontade, que eu também me rio.
Sem comentários:
Enviar um comentário