terça-feira, 25 de outubro de 2022

Quebra na produção de amêndoa ronda os 50% na região transmontana

 A quebra na produção de amêndoa em Trás-os-Montes está a ser superior a 50%.


A garantia é do presidente do Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos, Albino Bento, que atribui a culpa não só à seca, mas também às geadas:

“Em Trás-os-Montes e em algumas zonas de Espanha, a geada provou estragos muito avultados na amêndoa.

Há uma redução de produção certamente superior a 50%, vamos ter metade ou até menos do que tivemos o ano passado em Trás-os-Montes.

O Alentejo e a zona da Andaluzia não tiveram quebras porque não tiveram geadas e têm rega. Aqui em cima, estamos em sequeiro e tivemos o problema da geada, por isso, as produções são baixíssimas.”

André Vaz, Administrador da Cooperativa Soutos os Cavaleiros, sediada em Macedo de Cavaleiros mas com associados de todas as regiões do país, diz que a quebra na produção só não é tão significativa graças ao aumento de novos pomares instalados que começaram agora a produzir.

Apesar de haver menos fruto, o preço pago ao produtor não subiu:

“Infelizmente não temos qualquer impacto no mercado da amêndoa a nível global.

Representamos muito pouco em termos de produção e, por isso, a amêndoa este ano está mais ou menos ao preço que estava o ano passado no princípio da campanha, com uma ligeira tendência de descida.

É mau para os nossos agricultores que têm menos produção, o valor também desceu ligeiramente, por isso é mais um problema para o setor agrícola da região.”

O mau ano agrícola é transversal a praticamente todas as culturas.

No que toca aos frutos secos, também a castanha e a avelã se estão a ressentir com a seca. O único que parece sair “quase” ileso é a noz:

“Relativamente à noz, parece-me que é o único fruto seco que não teve uma quebra de produção, embora o calibre seja ligeiramente inferior. Isso poderá ter repercussões no preço, que acredito que vá cair ligeiramente . No entanto, a cultura da noz não tem aquele impacto na economia da região como os outros frutos secos.

A avelã, que já representa alguma coisa aqui na nossa região, também teve uma ligeira quebra, embora que pouco significativa.

No que toca à castanha estamos neste momento na iminência do início de colheita e não temos previsões muito concretas em relação a este fruto seco, embora seja do senso comum que haverá uma quebra de produção, não sabemos de que ordem, e uma redução também do calibre dos frutos. A castanha é um dos maiores veículos da economia da região e está um pouco nesta dúvida, mas sabemos que haverá uma grande quebra.”

Declarações à margem do seminário “Perspetivas de Futuro para o Amendoal Transmontano”, que esteve inserido no programa da I Feira da Amêndoa e outros Produtos da Terra, que aconteceu durante o fim de semana na aldeia da Amendoeira, em Macedo de Cavaleiros.

Escrito por ONDA LIVRE

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