segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Desafio demográfico alarma secretária de Estado do Desenvolvimento Regional

 O distrito de Bragança acolheu, até agora, 130 pessoas, através de dois programas que o Governo implementou, em 2020, para apoiar a criação de emprego e para atrair pessoas para o Interior


O programa Regressar atraiu 86 pessoas e o Emprego Interior Mais trouxe para estas terras 44 novos residentes.

Ainda assim, isto não basta. Segundo os resultados definitivos dos censos, todos os concelhos de Bragança perderam gente. O desafio demográfico é, por isso, o que mais preocupa a brigantina Isabel Ferreira, secretária de Estado do Desenvolvimento Regional. "Embora haja estas dinâmicas de fixação e atração de pessoas, isto não é suficiente para compensar o saldo natural, que tem a ver com uma diminuição grande da natalidade. Vivemos com isso em toda a Europa. Por isso, temos que ser cada vez mais competitivos. Como a população europeia é pouca, todos os territórios competem por recursos humanos, seja para o sector primário, seja para a indústria, mas também por massa crítica especializada nas áreas tecnológicas".

A ANACOM já fez o estudo sobre a qualidade da rede móvel e de internet em Portugal. Agora, já foi lançada a consulta pública do estudo para depois se corrigir o que é necessário. A governante assume que a conectividade digital é determinante para estimular a competitividade e atrair gente. "Queremos intervir em todas as zonas que seja necessário, seja zonas de habitação, empresas, terrenos agrícolas, florestais. Do levantamento que foi feito, estamos a falar de uma necessidade de investimento de pouco mais de 300 milhões de euros, em Portugal. Aquilo que propomos no caderno de encargos do concurso é que o apoio seja de 50%, com fundos europeus, e o resto que seja investimento privado. Estamos a exigir que a intensidade de esforço seja posta nos primeiros dois anos para ver se temos o mais rapidamente possível esta situação ultrapassada".

Declarações de Isabel Ferreira à margem do Conselho Raiano: Cidadania e Cooperação Transfronteiriça, que aconteceu em Bragança, tendo sido organizado pela RIONOR. O presidente da associação, Francisco Alves, assume que os espanhóis não estão tão envolvidos na cooperação transfronteiriça. "A RIONOR realizou reuniões com políticos, na Puebla de Sanabria, em 2021, e um conselho raiano, em La Bañeza, em Junho deste ano. Não vimos compromisso dos políticos de Castela e Leão com os projectos que já estão financiados por Portugal. Estamos um pouco desiludidos".

O Conselho Raiano: Cidadania e Cooperação Transfronteiriça decorreu, no sábado, em Bragança, no Auditório Paulo Quintela.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

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