terça-feira, 22 de novembro de 2022

“Os dias de Grijó”

 Mostro-lhes agora, com embevecimento de pai, o meu mais recente filhote: “Os dias de Grijó”. Transcrevo de seguida parte da dedicatória, que dá pistas sobre a génese da obra.

«[...] Grijó deu-me muitas coisas. Começou por dar-me uma Mulher, espelho de mulheres, que enriquece, ilumina e dá sentido à minha vida, e que, por sua vez, me deu três Filhos de que muito me orgulho. Deu-me ainda outras coisas, muitas e boas, que seria ocioso enumerar.

Mas não calarei que entre elas está também o reforço, que Grijó produziu em mim, do sentimento de ser um homem rural. Por muito que a pequena cidade onde vivo – Vila Real – se esforce por me apagar os traços de rusticidade, Grijó fala mais alto: “É aqui, na vizinhança destes montes da Terra Quente, arredondados pelo tempo, que tu pertences.”

Este generoso receber-me no seu seio merece ser pago de alguma maneira. E como a costela de escritor (já o tenho dito mais vezes) é a única moeda de que disponho, é com ela que pago o que devo a Grijó. Por isso, é este livro dedicado a Grijó e à sua gente, em cuja dianteira vai naturalmente a minha Mulher e vão alguns familiares dela já falecidos – pessoas que reforçaram em mim a paixão pela cultura popular.

A. M. Pires Cabral

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