Uma antiga freira começou a ser julgada esta terça-feira em Bragança acusada de desviar quase 360 mil euros do Centro Social e Paroquial de Cerejais, em Alfândega da Fé, no distrito de Bragança.
A acusada, agora com 77 anos, foi expulsa da Igreja, quando surgiram as primeiras suspeitas, há 12 anos, de que terá desviado dinheiro das mensalidades e donativos de utentes e vários bens, inclusive animais como um pavão.
A arguida não quis prestar declarações na primeira sessão e está dispensada de comparecer ao julgamento, depois de o coletivo de juízes ter aceitado, atendendo à idade da mesma, o pedido do advogado de defesa nesse sentido.
A antiga freira está acusada de dois crimes de abuso de confiança por alegadamente ter desviado do centro, onde era tesoureira, 340 euros em dinheiros e 20 mil euros em bens da instituição católica.
Os factos terão ocorrido entre os anos de 2007 e 2010 e a acusada devolveu, entretanto cerca de 35 mil euros ao centro paroquial.
No processo judicial foram arrestados, preventivamente, à antiga freira, bens de valor superior a 301 mil euros.
A mulher foi freira durante mais de 40 anos e está acusada de, na qualidade de tesoureira do Centro Paroquial e Social de Cerejais, ter desviado avultadas quantias das contas bancárias e aplicações financeiras da instituição para uma conta própria e de irmãos.
A acusação acrescenta que também terá feito levantamentos das contas do centro e ficado com dinheiro das mensalidades dos utentes do lar de idosos e de peregrinos que pernoitavam neste local.
No processo chegou a ser constituído também como arguido um padre, que entretanto morreu, por alegadamente receber em casa bens de que a acusada se apropriava.
A acusação apresenta um rol de bens que terão sido desviados da instituição, como uma motocultivadora, um fogão, uma fotocopiadora, uma imagem de um santo, mobiliário e diversos animais, nomeadamente perus, galinhas, um porco e um pavão, entre outros.
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