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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 12 de fevereiro de 2023

Carpa e achigã entre as 24 espécies aquáticas invasoras mais ameaçadoras em Portugal e Espanha

 O projecto LIFE Invasaqua divulgou esta quinta-feira a Lista Negra e a Lista de Alerta das espécies exóticas invasoras da Península Ibérica.

Foto: Fabio Poggi/Wiki Commons

Uma equipa de 49 peritos ligados ao projecto luso-espanhol LIFE Invasaqua chegou a uma lista negra final com 126 espécies invasoras que estão hoje instaladas tanto em estuários como em rios, lagos e outros sistemas de água doce na Península Ibérica. Os resultados foram publicados num novo relatório, divulgado esta quinta-feira pela Universidade de Évora.

Deste total, 24 espécies “apresentaram um risco de impacto muito elevado e, consequentemente, uma prioridade muito elevada porque obtiveram os valores máximos no processo de pontuação da avaliação de risco”, detalha o documento divulgado pela Universidade de Évora, que aponta algumas destas espécies como estando “consistentemente destacadas como as piores actualmente registadas nas águas interiores ibéricas”. Em causa estão animais e plantas que são considerados os mais ameaçadores para a biodiversidade, a economia e a saúde humana.

Neste grupo incluem-se, entre outras, “a carpa-comum (Cyprinus carpio), o achigã ou robalo-de-boca-grande (Micropterus salmoides), o lagostim-vermelho-da-luisiana (Procambarus clarkii) , o mexilhão-zebra (Dreissena polymorpha), o jacinto-de-água (Eichhornia crassipes) e a azola (Azolla filiculoides)”, exemplifica o mesmo documento.

Lagostim-vermelho-da-luisiana. Foto: Pedro Anastácio
Azola. Foto: Dubbeltänk/Wiki Commons


Olhando para a tabela das 24 espécies mais preocupantes, encontram-se ainda outras que já têm dado que falar em Portugal, entre as quais o góbio-de-boca-subida (Pseudorasbora parva), o lucioperca (Sander lucioperca), gambúsia (Gambusia holbrooki), siluro (Silurus glanis), alburno (Alburnus alburnus), visão-americano (Neovison vison), caranguejo-azul (Callinectes sapidus), amêijoa-asiática (Corbicula fluminea) e luísinha-de-flores-grandes (Ludwigia grandiflora).

Siluro. Foto: LIFE Invasaqua
Visão-americano. Foto: Ryzhkov Sergey/Wiki Commons

Peixes, moluscos e crustáceos
Tanto entre as aquáticas invasoras mais preocupantes como na lista negra geral, os peixes são um dos grupos que surgem em destaque. Entre as 126 espécies desta última lista, aqueles estão representados por 22 espécies diferentes, tantas como os grupos dos moluscos e dos crustáceos, sintetiza o novo relatório.

Por outro lado, 58 das espécies desta lista negra tiveram origem na América do Norte, outras 31 na Ásia temperada e 27 na região do Pacífico. Há ainda outras 19 aquáticas invasoras que são parcialmente nativas do próprio continente europeu, sendo “invasoras altamente problemáticos nas suas áreas não nativas” – Por exemplo, o siluro e o mexilhão-zebra – e outras 10 oriundas de África.

Dez invasoras com “risco muito elevado” de introdução
Já a lista de alerta identifica 89 espécies exóticas invasoras que representam um “risco notável de invasão na Península Ibérica”. Deste total, os autores do relatório alertam para um total de 10 animais que se destacam com “um risco muito elevado de introdução através das águas interiores ibéricas e, consequentemente, capazes de causar impactos graves nas próximas décadas”.

Algumas das espécies nessa categoria incluem o mexilhão-quagga (Dreissena rostriformis bugensis), o lagostim-marmoreado (Procambarus virginalis), o caboz-do-amur (Perccottus glenii) – único vertebrado neste grupo – a trompeta-serpulídea (Hydroides dirampha) e o mosquito-da-febre-amarela (Aedes aegypti). Este último, nativo de África, já foi detectado na ilha da Madeira, sendo que o relatório aborda apenas os territórios continentais de Portugal e Espanha.

Lagostim-marmoreado. Foto: Lorenz Seebauer/Wiki Commons

Fora desta lista de risco muito elevado, a maioria dos vertebrados e plantas analisados pelos peritos foram considerados “altamente susceptíveis de serem introduzidos” em Portugal e Espanha. Uma outra espécie de azola (Azolla microphylla), a alga-pantanal-indiana (Hygrophila polysperma) e a carolina (Cabomba caroliniana) são três das plantas com valores de risco mais altos.

“Surpreendentemente, para muitos táxones suscetíveis de serem introduzidos no futuro, as suas vias de introdução permanecem até agora desconhecidas”, alertam também os autores do relatório, avançando que há por isso “uma necessidade urgente de continuar a fornecer conhecimentos sobre as vias de introdução das espécies suscetíveis de serem introduzidas e causar danos aos ecossistemas da Península Ibérica, a fim de implementar com sucesso acções de biossegurança”.

Quanto às recomendações finais, a equipa do LIFE Invasaqua sugere que se utilizem tanto a lista negra como a lista de alerta das espécies aquáticas invasoras “para apoiar as revisões e a implementação da legislação europeia, nacional e regional relevante”. Outras medidas importantes apontadas são a melhoria dos requisitos europeus e nacionais para o seguimento e registo das espécies listadas e ainda a realização de novos estudos científicos sobre essas espécies, em especial as que têm um risco elevado ou muito elevado.

Helena Geraldes

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