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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Em Carrazeda de Ansiães folia carnavalesca encerra com rebentamento do “Pai da Fartura”

 Durante a tarde do dia de Carnaval, que este ano acontece a 21 de fevereiro, mais de 20 tratores cujos atrelados são transformados em carros alegóricos, integram o cortejo carnavalesco que acontece na vila de Carrazeda de Ansiães, aos quais se juntam os Zíngaros e outras associações locais com gigantones, cabeçudos e músicos.


A sátira social é a tónica dominante do Carnaval de Carrazeda de Ansiães que, ao final do dia, julga e rebenta o “Pai da Fartura”. As atividades, promovidas pela Câmara Municipal, são organizadas em parceria com os Zíngaros de Carrazeda de Ansiães.

É como se por um dia a comunidade local “expurgasse” todo o descontentamento, usando a sátira social para apresentar publicamente os motivos de insatisfação e discórdia.

Durante a tarde do dia de Carnaval, que este ano acontece a 21 de fevereiro, mais de 20 tratores cujos atrelados são transformados em carros alegóricos, integram o cortejo carnavalesco que acontece na vila de Carrazeda de Ansiães, aos quais se juntam os Zíngaros e outras associações locais com gigantones, cabeçudos e músicos. Os carros representam aldeias ou associações locais, que aproveitam o desfile pela sede de concelho para ironizar com as políticas, locais nacionais ou europeias, que marcam a atualidade. “Como é Carnaval ninguém leva a mal”, as mensagens vão passando e as alfinetadas deixadas sem dó nem piedade.

Mas é ao início da noite que o espetáculo “aquece”. O povo arrasta o “Pai da Fartura”, o responsável pelos excessos, pelas mentiras e enganos, para um julgamento, junto ao Pelourinho da vila. Primeiro ouvem-se as lamúrias de uma figura que de antemão se sabe vai ser condenada. Depois a sentença, extensa e encenada pelos Zíngaros de Carrazeda de Ansiães, que expõe as políticas ou falta delas, que interferem diretamente com a vida dos cidadãos e causam a contestação. Versos satíricos são lidos a alta voz, provocando riso e aplausos na comunidade, que acorre em massa para assistir ao evento.

A sentença já está (antecipadamente) decidida: pena de morte. O método também: rebentamento do “Pai da Fartura”.

Não há recurso possível, as “esposas” do “pai da fartura”, que em breve serão viúvas, choram aos gritos, e vão carpindo durante todo o cortejo fúnebre, ao som dos tomares que marcam o compasso da marcha e das sirenes dos carros dos bombeiros.

Literalmente o “pai da fartura” é explodido, desfeito em pó.Os festejos seguintes já são comedidos, até porque o “pai da fartura” já se foi.

Apesar de se tratar de uma festa pagã, por vezes até com pitadas satânicas, este momento representa o fim de um ciclo, de fartura e de folia, e o início do período de Quaresma que, seguindo a religião católica, representa sacrifícios, jejum, abstinência, recolhimento e oração.

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