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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 29 de abril de 2023

𝗙𝗲𝘀𝘁𝗮𝘀, 𝗳𝗲𝗶𝗿𝗮𝘀, 𝗽𝗮𝗽𝗮𝘀 𝗲 𝗯𝗼𝗹𝗼𝘀

 Começou oficialmente a época das festas com um grande momento a decorrer há 15 dias atrás, por ocasião das festas em honra da Nossa Senhora dos Prazeres, nos Cortiços e do espetáculo de stand-up comedy de Gilmário Vemba num salão nobre do centro cultural repleto e que trouxe a nós espetadores não só do distrito de Bragança como também de Vila Real, reforçando que a centralidade do  nosso concelho é uma enorme mais valia. 
Após o seu espetáculo, Gilmário foi até aos Cortiços para experimentar, então, o que ainda temos de melhor.  
É que Macedo, com festas e feiras é, de facto, parte dum reino maravilhoso. 
Mas Macedo de Cavaleiros, a cidade, não o é apenas nesses, mas sim durante todos os dias do ano.
Lamentavelmente, não o é da mesma forma.

📌 Nesses dias, em que não há festas ou feiras, Macedo é marcado pelas lojas vazias e/ou abandonadas, pela maioria dos cafés fechados a partir das 19h e pelos parcos motivos para sair de casa;

📌 Nesses dias, Macedo é a cidade em que coisas tão simples como a limpeza e manutenção das ruas e praças parece ter sido esquecida, a degradação das estradas e passeios proliferam e as fontes e grande maioria dos canteiros ou jardins estão secas, sujas ou abandonadas;

📌 Nesses dias, Macedo é a cidade em que as obras de grande envergadura se arrastam e parecem não ter fim;

📌 Nesses dias, Macedo é a cidade em que os edifícios mais antigos e marcantes estão como que esquecidos ao pesado passar do tempo que os marca, da pior forma possível;
 
📌 Nesses dias, Macedo é a cidade em que as freguesias gerem orçamentos reduzidos que não lhes permitem terminar obras que  pretendam fazer e em que as que foram alvo de intervenção recente veem o serviço parado a meio, deixando os caminhos em estado de avançada degradação, como se metade da obra fosse  suficiente;

📌 Nesses dias, Macedo é a cidade em que alguns bons cidadãos, eleitos e ao serviço da nobre causa do serviço público por partidos da oposição, são alvo de abordagens a roçar a chantagem, a si próprios ou, mais fácil ainda, a seus familiares;

📌 Nesses dias, Macedo é a cidade em que a violência gratuita e os maus costumes se multiplicam, noite adentro, na via pública, resultando em equipamentos danificados, propriedade destruída e, pior ainda, jovens feridos;

📌 Nesses dias, Macedo é a cidade em que dezenas de migrantes de várias nacionalidades deambulam pelo seu seio, como que esquecidos por uma classe política que apregoa a sua defesa mas que cujo programa de inclusão e integração, se é que existe, não me parece estar a resultar como era suposto;

📌 Nesses dias, Macedo é a cidade em que o comércio que resta, estagnado, passa por momentos difíceis e espera em desespero pelo regresso dos meses de Verão, brindados com a visita dos emigrantes que abandonaram a cidade que os viu nascer em busca de emprego e melhores condições de vida;

📌 Nesses dias, Macedo é a cidade em que a zona industrial, sempre afirmada como uma prioridade se mantém, dia após dia, sem qualquer rasgo de progresso à vista;

📌 Nesses dias, Macedo é a cidade que convida a visitar monumentos de interesse público em péssimo estado de conservação e parcas condições de segurança;

📌 Nesses dias, Macedo é a cidade em que serviços públicos fulcrais, como as finanças, prestam funções cada vez mais diminutas, fruto da desvalorização que nos é atribuída por quem governa.

📌📌 Em suma, nos restantes dias do ano, Macedo caracteriza-se por uma cidade moribunda, em que o progresso é, pelos vistos, percetível apenas para alguns e fica cada vez mais claro que a estratégia de  desenvolvimento, se é que existe, teima em não produzir resultados – E neste tema, parece-me pertinente questionar qual é, e em que consiste esse plano de desenvolvimento? É que ao longo das 314 paginas do dossier Macedo 2030, esse documento que custou milhares de euros do erário público, não encontrei mais do que uma descrição social, económica, urbana e patrimonial daquilo que existe. E isso, já nós sabemos.  
E tudo isto, bem à vista dos seus cidadãos que admitem, à míngua, sucessivas governações sazonais em que a obra surge, sempre, na reta final dos mandatos. Cidadãos que infelizmente parecem ter desistido ou, pior ainda, parecem ter receio de o admitir.
Macedo, no seu melhor e naqueles dias de festas e feiras é de facto maravilhoso. 
Mas, nos restantes dias, não é para os Gilmários deste país... infelizmente.

Cláudio Trovisco

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