segunda-feira, 24 de abril de 2023

Olivicultores com quebras significativas na produção de azeite devido a seca temem que este ano cenário se repita

 As grandes oscilações de temperaturas e a falta de água trouxeram quebras significativas na produção de azeite na região


As geadas em Abril do ano passado e altas temperaturas e falta de água no verão deixaram as oliveiras em sofrimento e a azeitona não foi muita. A Cooperativa de Macedo de Cavaleiros registou uma quebra de 60% e não tem grandes perspectivas para a campanha deste ano.

“O ano passado foi a pior produção dos últimos 20 anos, foi realmente terrível, depois de termos dois anos excelentes, batemos records, o ano passado foi mesmo para esquecer, tivemos 40% da produção. Penso que foram as condições climatéricas. Este ano vamos ver, porque isto está a ficar complicado, senão vier chuva brevemente. De certeza que uma óptima campanha não vamos ter”, afirmou o presidente da cooperativa, Luís Rodrigues.

Em Vila Flor, o cenário não foi muito diferente. De acordo com o presidente da cooperativa, Hélder Teixeira, dos 500 mil litros de azeite habituais, produziram apenas 200 mil. A falta de água é um problema, que poderia ser resolvido com charcas e regadio, mas o excesso de burocracia é um entrave para os produtores.

“Para se legalizar uma manutenção de água ou um sequestro de água é preciso fazer uma via-sacra muito grande, burocracia, pessoas que estão ligadas aos Ambiente, os labirintos da legislação, é muito complicado. Se eu quiser fazer uma charca tenho que fazer vários processos de licenciamento e atrasam sempre, por questões ambientais, por questões do passarinho”, criticou Hélder Teixeira.

Preocupações transmitidas, na sexta-feira, no nono encontro de cooperativas olivícolas, que aconteceu, em Macedo de Cavaleiros. O presidente da FENAZEITES, Aníbal Martins, aproveitou para reclamar mais apoios para Trás-os-Montes, já que é difícil viver-se apenas da agricultura, contrariamente ao que acontece no Alentejo.

“Os apoios que existem no sector podiam de alguma forma ser diferenciados no sentido de apoiar mais o olival tradicional, que é o olival predominante em Trás-os-Montes. Enquanto um hectare de olival aqui tem um rendimento bruto de cinco mil euros, no Alentejo tem rendimentos brutos que ultrapassam os 10 mil euros e, às vezes, atingem até os 15 mil euros, com custos de produção muito inferiores aos de Trás-os-Montes”, sublinhou.

A Xylella Fastidiosa é outra das preocupações dos produtores. No final do ano passado, foi registado o primeiro caso de xylella na região, em Mirandela. A DGAV aproveitou o evento para esclarecer os agricultores, adiantando que não foi detectado mais nenhum caso desta bactéria, que para já ainda não tem cura.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

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