Por: António Orlando dos Santos (Bombadas)
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
Argentino Urbano Seixas |
Claro que muitos mais haveria a mencionar mas para além de fastidioso, eu não teria conhecimento para tal empresa.
A classe de Sargentos era a que mais gente de Bragança comportava. O mais admirado era o nosso primeiro Cereja que tinha fama de ser para além de outros atributos o de melhor "pisteiro" das Tropas Pára-quedistas. Quando eu era encarregado da secção de fardamento da 1CCP o 1 sargento da Companhia soube que eu era de Bragança. Chamou-me então e perguntou-me se eu conhecia o 1 Cereja. Respondi afirmativamente e acrescentei que ele era afilhado do meu pai. O homem nem queria acreditar tal era a admiração que nutria por ele. Era já naquele tempo o primeiro sargento da Força Aérea em antiguidade, pois como já tinha feito duas comissões no Ultramar o tempo de serviço era gratificado a 100/" a antiguidade deste Sargento era já maior do que a de qualquer outro Sargento da Força Aérea.
O 1 Sargento Alberto de Sousa era um admirador incondicional do brigantino 1 Cereja, mas como ele milhares de outros páras tinham o mesmo sentimento.
O segundo personagem da classe de Sargentos é nada mais nada menos que o 1 Machado. O Machado era o nome porque era conhecido na tropa o Carlinhos dos Nogueiros que morava na Boavista e trabalhou nos Nogueiros & Compª antes de assentar praça. Seguiu a carreira militar e especializou-se em Educação Física e em Saltos em Queda Livre. Era uma força da Natureza. Competente, como poucos a sua fama chegava a todos os que pertenciam ao Batalhão de Instrução como alunos da 1a, 2 e 3a de Alunos Especialista em Kalistenicas Toros & toda a Educação Física dos cursos de pára-quedismo, de Combate e tudo que tivesse a ver com Instrução e Saltos em queda livre, era a sua praia Sargento de grande competência era admirado e considerado por todos os que por ele foram instruídos. Do primeiro curso de pára-quedismo para mulheres sabemos que uma moça de Bragança foi apurada para o frequentar. Chamava-se Rosa Exposto e foi das primeiras enfermeiras das tropas pára-quedistas tendo atingido o grau de oficial. Não sei qual foi o último posto na sua carreira, porque nunca me cruzei com ela nas minhas andanças pela tropa. Só uma vez fui à enfermaria pois queimei as costas quando me deu para tirar a camisola numa peladinha no campo de futebol. À enfermeira Tenente que me atendeu perguntei pela enfermeira Rosa e ela informou-me da sua permanência no Ultramar em missão de serviço.
Sei que fez carreira na tropa e que é hoje um símbolo das Mulheres nas Tropas Pára-quedistas.
continua...
V.N. de Gaia, manhã do dia de Páscoa
09/04/2023
A. O. Dos Santos
(Bombadas)
Sem comentários:
Enviar um comentário