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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 10 de abril de 2023

"Pára-quedistas militares nascidos no distrito de Bragança que por valor e lealdade se "vão da lei da morte libertando " - 1ª PARTE

Por: António Orlando dos Santos (Bombadas)
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

José Manuel Garcia Ramos Lousada
Há dias assisti em Tancos a uma cerimónia que culminou num retorno mesmo que apenas memorial ao R.C.P.
Eu não pretendo dar a ideia às pessoas que me não conhecem de ser um "aldrabão" que se quer fazer passar por alguém que não é, mas também não vou sonegar a informação que possa ajudar a fazer compreender a quem de direito possa, querendo, preencher uma lacuna que me parece evidente e fácil de rectificar.
Um antigo pára-quedista, amigo meu, que vive hoje em Guimarães telefonou-me querendo saber se em Bragança havia alguma placa, nome de rua, monumento ou qualquer referência às Tropas Pára-quedistas. Indaguei junto de quem poderia dar-me resposta fidedigna e esta foi negativa. Posteriormente fui informado de haver no Castelo dentro da muralha interior uma placa mencionando o primeiro salto de um grupo alargado de Pára-quedistas, oficiais, sargentos e praças no ano de 1958, data que eu recordo e me faz lembrar dos míticos Argentino Seixas, Cereja e todos os outros que saltaram e que o vento que soprava forte dispersou indo o Cereja aterrar perto de sua casa no Bairro da Coxa.
Ora as Tropas pára-quedistas foram, de longe, as que proporcionalmente mais admissões fizeram a jovens que havendo escolhido a pertença às forças armadas pediam para a incorporação nos Páras.
No ano de 1970 foi a minha vez de me alistar no Regimento onde passei três anos da minha vida que eu considero, como sendo os mais proveitosos dos anos que vivi ligado aos deveres militares. Cedo compreendi que os Páras eram uma tropa especial e que felizmente para mim ela enquadrava centenas de transmontanos que escolheram os seus quadros de recrutamento.
Em Agosto de 1972 todos os departamentos do R.C.P. tinham nos seus quadros, oficiais, sargentos e praças, nascidos em terras transmontanas, que muito honravam as gentes da nossa província, pois todos conseguiam adaptar-se e por razões de personalidade todos tinham conseguido fazer a I.C. (instrução de combate), e seguiram depois para as várias unidades dispersas pelos territórios ultramarinos, Angola, Moçambique e Guiné -Bissau.
Destaco por ordem hierárquica os que eu tive ocasião de conhecer pessoalmente e outros de quem tive notícia por quem tinha combatido as mesmas batalhas ou haviam feito a instrução sob a sua orientação sabendo que sendo eu de Bragança me ufanaria com a apreciação das qualidades destes Transmontanos.
Começo pelo Coronel Argentino Seixas, que nos primórdios do pára-quedismo militar, esteve no Brasil de onde trouxe todo o saber necessário para ministrar cursos de Pára-quedismo Militar que ainda hoje são os mesmos desde o curso de Pára-quedismo número 1 até aos dias de hoje, havendo sido ministrados centenas ou talvez milhares. Campeão do Mundo de tiro com arma de Guerra, foi comandante de Batalhões em pelo menos duas províncias ultramarinas e é hoje, após falecer, uma figura mítica do imaginário das Tropas que tão galhardamente serviu.
O segundo é o nosso General Almendra que está ainda entre nós e que eu cumprimentei no passado dia 25/03/2023 na cerimónia dos Grifos e que é também parte essencial da história dos Páras e muitíssimo considerado pelo cavalheirismo que dispensou aos seus soldados com os quais foi sempre solidário. Homem de rija têmpera foi grande na sua profissão que muito honrou e dignificou.
Destaco a seguir o General Ramos LOUSADA conhecido na cidade por Manolo e que é tão só o mais condecorado oficial da Força Aérea Portuguesa. A folha de serviço deste COMANDANTE é algo de fora do normal e é um hino ao Valor, Lealdade e Mérito. Nasceu em Bragança onde frequentou o Liceu e onde voltava quando podia, mantendo sempre um grande carinho pela sua cidade. Foi comandante do R.C.P., casa mãe, após a independência dos territórios ultramarinos.

Continua...



V.N. de Gaia, 08/04/2023
A. O. dos Santos
(Bombadas)

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