terça-feira, 23 de maio de 2023

"𝗙𝗲𝗶𝗿𝗮" 𝗱𝗮 𝗔𝗴𝗿𝗶𝗰𝘂𝗹𝘁𝘂𝗿𝗮 𝗱𝗲 𝗧𝗿𝗮́𝘀-𝗼𝘀-𝗠𝗼𝗻𝘁𝗲𝘀

 Antes de mais, vejamos o que diz a enciclopédia:
- "A agricultura é a prática de cultivar plantas e criar gado."
- "(...) Os principais produtos agrícolas podem ser agrupados em alimentos, fibras, combustíveis e matérias-primas (como a borracha). As classes de alimentos incluem cereais (grãos), vegetais, frutas, óleos, carnes, leite, ovos e fungos."
- "(...) Mais de um terço dos trabalhadores do mundo estão empregados na agricultura, perdendo apenas para o setor de serviços."
Partindo destes 3 pequenos pontos já se consegue perceber que o evento a que se assistiu no passado fim de semana, em Macedo de Cavaleiros, ficou muito aquém daquilo que um evento com esta temática pode e deve ser, para ser apelidado de Feira da "Agricultura".
A agricultura já não pode ser vista apenas como um hobby de alguns. Tornou-se efetivamente mais complexa, mais exigente e cara demais para poder ser apenas isso. E isso atribui-lhe um carácter financeiro, juntando esta prática a outras do sector das atividades económicas.
E, nesse contexto, lamento mas aquilo a que assistimos este fim de semana era muito pouco daquilo que poderia e deveria, efetivamente, ser.
O setor agrícola no nosso concelho vem a ganhar  dinâmica e a reforçar a sua posição. E é por isso que a Agricultura é o sector que, à semelhança de outros em Macedo de Cavaleiros, se pretende que venha a tornar-se num dos mais importantes do Concelho e que traduz verdadeiramente aquilo que é a nossa região.
Mas, sendo esta uma das principais atividades económicas da região, muito mais há a fazer.
E para perceber como o fazer, é essencial regressar uns bons 15 ou 20 anos atrás, aos idos tempos áureos da Feira de São Pedro, um dos primeiros e mais importantes certames empresariais e de atividades económicas da região e até do país.
Um certame em que se incluíam todas as áreas de negócio e em que mais de metade da área descoberta de exposição era destinada a dois dos mais importantes sectores de então. Sendo um deles, a agricultura.
Os principais representantes das marcas de equipamentos agrícolas aproveitavam cada dia daquela semana para expor as novidades, apresentar os desenvolvimentos e estabelecer contactos para futuros negócios.
Era ali, durante aquela semana, que os agricultores compravam o último modelo de trator ou a mais recente evolução em equipamentos para a sua cultura.
Para além disso, cabia naquele certame tudo aquilo que este fim de semana se esperava da feira do agricultor, lado-a-lado com os representantes das restantes atividades económicas. E por tudo, refiro-me a todos os sectores da agricultura.
E é nesse sentido que questiono (se bem que acho que até sei porquê) porque razão se separam duas feiras que se complementam, por meras 3 a 4 semanas, com a agravante de que a participação na feira da agricultura é gratuita, contrariamente à feira de São Pedro, colocando a organização da segunda em clara desvantagem.
Questiono, porque a agricultura é uma atividade económica com uma expressão enorme que não deve ser tratada com ligeireza e merecedora de muito mais que 2 dias de convívio e jogos tradicionais.
A agricultura e a pecuária, juntamente com todas as actividades lúdicas, formativas e de desenvolvimento que lhes são atribuídas, podiam muito bem representar a primeira metade da semana em que a feira de São Pedro decorre, ajudando-a a recuperar a força que outrora teve. 
Afinal, um fim de semana tanto o é em Maio como em Junho...
Houvesse vontade em unir esforços com aquela que deveria ser a associação comercial e industrial mais forte da região e tenho a certeza que teríamos, durante aquela última semana de junho, um dos maiores certames empresariais e das atividades económicas de Trás-os-Montes e uma cidade repleta de visitantes.
Seremos sempre maiores, juntos.
Parabéns Carlos Rodrigues pela clarividência que demonstras.

Cláudio Trovisco
(OPINIÃO)

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