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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 4 de maio de 2023

Casos sinalizados pelas CPCJ’s do distrito são cada vez mais complexos

 Os casos de maus-tratos, sinalizados pelas Comissões de Protecção de Crianças e Jovens do distrito de Bragança, são cada vez mais graves


Em Abril assinalou-se o Mês Internacional da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância e, tentando compreender a realidade da região, percebeu-se que as principais sinalizações são relativas a negligência parental e exposição a violência doméstica.

Nos últimos três anos, os casos de maus tratos em crianças e jovens têm aumentado consideravelmente em Bragança. A maior parte das sinalizações são de adolescentes e jovens entre os 11 e os 17 anos. De acordo com o presidente da CPCJ de Bragança, Fernando Teixeira, há mais de 170 casos a serem tratados. “Hoje em dia, temos 172 processos, sendo que 75 transitaram do ano de 2021 e foram abertos 87 novos. Temos ainda 10 processos que foram reabertos. Comparativamente a 2021 terá aumentado na ordem dos 20 a 30% e em relação a 2020 talvez na ordem dos 40%”.

As principais sinalizações devem-se à falta de supervisão e acompanhamento dos pais e ainda exposição a violência doméstica. “Temos tido algumas sinalizações sendo que o grande boom delas foi, de facto, no ano de 2022, relativamente a esta questão da exposição à violência doméstica. O absentismo escolar aparece aqui mas associado a escolas profissionais. No âmbito da negligência também há aqui alguns processos ligados à falta de supervisão e acompanhamento familiar, pais separados, onde existe aquele conflito da separação e, pelo meio, temos a criança a servir de arma de arremesso”

Os técnicos da CPCJ estabelecem acordos com as famílias que estão sinalizadas e durante um ano são vigiadas e tomadas medidas para que seja estabelecida a normalidade. Fernando Teixeira lembra que os maus tratos às crianças e jovens não acontecem só na classe mais pobre.

Já em Alfândega da Fé, segundo esclareceu a presidente da CPCJ local, os casos são, agora, menos que aquilo que se tinha vindo a registrar. “Por ano, temos mais ou menos 20 processos activos. Neste momento temos menos. Estamos com 14 processos activos. Significa que estamos a proteger as crianças e que as entidades de primeira linha estão a fazer o seu trabalho e, por isso, também não nos chegam tantos processos como chegavam, que tinham, muitas vezes, a ver com absentismo escolar”.

Ainda assim são também mais complexos. “Normalmente seriam casos ligados ao absentismo escolar e negligência ao nível das necessidades básicas, que são graves de qualquer forma mas que, com algum tipo de acompanhamento, eram questões facilmente resolvidas. Agora, o que a pandemia nos trouxe, foi processos que nunca tínhamos tido em mãos ou se tínhamos tido eram muito poucos, nomeadamente maus-tratos à infância e negligência mais grave”.

Fernanda Almeida é coordenadora da equipa técnica regional do Norte da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Protecção das Crianças e Jovens e, não podendo avançar com um número exacto, no que toca a casos, porque “ainda não há dados globais”, também confirma uma realidade pouco animadora. “O momento que vivemos, de pós-pandemia e uma guerra, tem trazido para as famílias grande complexidade na satisfação das necessidades básicas e na satisfação das necessidades das próprias crianças, o que leva, muitas vezes, a situações de negligência e de falta de supervisão. Acresce aqui um mau-trato mais complicado e situações mais difíceis de tratar e de reparar”.

O número de crianças e jovens em risco aumentou, em 2021, segundo indicou o relatório da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Protecção das Crianças e Jovens, divulgado em Junho de 2022.

O aumento em 2021 foi de 8,6%. Os dados relativos a 2022 ainda não foram divulgados.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves / Ângela Pais

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