terça-feira, 2 de maio de 2023

Produtos apreendidos em Macedo de Cavaleiros pela ASAE estragaram-se porque a empresa estava fechada

 A unidade industrial de Morais, no concelho de Macedo de Cavaleiros, que foi encerrada pela ASAE, assume que o cenário não é como se está a pintar. A justificação surge depois de, no sábado, a ASAE ter dado nota de ter apreendido mais de 3300 mil quilos de produtos impróprios para consumo humano.


Filipe Teles é proprietário das instalações, que arrenda à empresa, e esclareceu que os produtos se estragaram porque a entidade parou a actividade, devido a questões burocráticas. Deixando de produzir, a empresa também não terminou a secagem de alguns produtos, acabando estes por se danificar. A acção aconteceu duas semanas depois da paragem de actividade, por isso os produtos já ali estavam a estragar-se há algum tempo, não tendo sido nenhum deles vendido. “No dia 30 de Março estiveram nas instalações e aquilo que aconteceu foi que encontraram as instalações paradas. O único produto que estava, digamos assim, avariado por questões sanitárias, foi o que ficou no secador, na sala de secagem. No dia 14 tínhamos produto pendurado que ficou sem sofrer mais qualquer tipo de secagem e desenvolveu bolores devido à humidade presente no ar. Todo o outro produto não tinha qualquer inconformidade, além de o número de controlo veterinário estar suspenso”.

A operação decorreu em Março mas o comunicado da ASAE é de sábado. Além de ter envolvido a brigada da Unidade Operacional de Mirandela, houve ainda perícia da Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária, que determinou a destruição dos bens apreendidos, que apresentavam “grandes quantidades de bolores, desidratação, coloração anormal, presença cristais de gelo na sua superfície, rancificação e sinais de putrefação”. Filipe Teles diz que a questão da putrefação também tem justificação. “Não é nada mais nada menos que os produtos que são devolvidos do ponto de venda, quando aparece alguma inconformidade. Quando uma chouriça perde vácuo ou quando algum rótulo cai esses produtos são devolvidos. Temos que os acondicionar num espaço apropriado. Não os podemos eliminar no lixo doméstico comum. Posteriormente temos que fazer um pedido de recolha a empresas externas, que só fazem a recolha quando há uma quantidade que torne a recolhe viável”.

Filipe Teles explicou que tudo isto começou porque no início do ano resolveram mudar a imagem dos rótulos. “No início do ano resolvemos mudar a imagem dos rótulos. Contactámos uma empresa exterior para saber se estavam conforme a legislação exigida, mas, durante esse período, a empresa chegou à conclusão que havia um problema a nível do número de controlo veterinário, que deveria estar como activo e na plataforma surgiu a indicação de que estava como suspenso. Essa informação foi conseguida no dia 10 de Março e chegou ao nosso conhecimento no dia 13. No dia 14 decidimos parar a produção de todas as formas, deixando de ter disponível o site de vendas e suspendendo as redes sociais”.

Filipe Teles acrescentou ainda que se “estranha” a situação ter “surgido agora, desta forma”, um pouco “adulterada”, passado já mais de um mês. Diz que agora “só há um caminho”, explicar o que aconteceu na “realidade” e que toda esta situação surgiu da preocupação em estar “conforme a lei”.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

Sem comentários:

Enviar um comentário