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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 4 de junho de 2023

A História de ANTÓNIO JOSÉ na prisão de Izeda

 Pelas descrições que fazem, o Estabelecimento Prisional de Izeda é uma espécie de cárcere do século XIX. É lá que vive o recluso António José, que tem uma história para nos contar.


No dia em que os reclusos do Estabelecimento Prisional de Izeda souberam que António José ia vender um imóvel, a vida dele tornou-se um inferno. Passou a ter de aguentar uma pressão diária, a sensação de perigo iminente. Pelo assédio, bullying, ameaças, extorsão, já lhe levaram milhares de euros.

Numa prisão como a de Izeda, onde não há celas individuais e onde os reclusos vivem amontoados, não há como resistir. Estamos a falar de um ambiente onde as necessidades são muitas e a oferta não existe. Por isso, dentro de uma prisão, tudo tem um valor exagerado, principalmente o que se relaciona com toxicodependências, dívidas, cigarros e comida.


Estamos a falar de um recluso diferente. Talvez não seja caso único nas cadeias portuguesas, mas um doutorado em Gestão Hoteleira, com uma licenciatura em Economia, é um recluso diferente. O que ele tem de semelhante com todos os outros é a condenação em tribunal pelos crimes cometidos. No caso de António José, foram fraudes informáticas.

Viveu vários anos em Inglaterra e em França. Nas redes sociais há ainda vestígios dessa vida, mas as páginas estão “mortas”, provavelmente desde que ficou detido. Na prisão, os reclusos não têm acesso à internet.

António José atingiu 1/3 do cumprimento da pena de 9 anos a que foi condenado. Tem mais 3 anos pela frente, pelo menos. Queria aproveitar esse tempo para estudar. O seu objetivo é conseguir mais uma licenciatura, desde vez em Estudos Europeus. Mas em Izeda não tem sequer uma mesa onde possa abrir um livro e ler.


A cadeia de Izeda fica para lá de Bragança, em Trás-os-Montes. Para um recluso com raízes familiares na zona de Lisboa, ir para Izeda é não só a normal privação de liberdade decretada pelo tribunal, mas também implica uma segunda condenação não lavrada de exílio. Para quem o queira visitar, são mais de 400 kms de estrada, para uma visita de alguns minutos.

Carlos Narciso

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