Licenciou-se em Engenharia Agronómica pelo Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa.
Ingressou na vida política filiando-se na União Nacional, a organização política que suportava o Estado Novo, organização de que seria vogal da Comissão Executiva e membro da Comissão Organizadora do IV Congresso.
Alto funcionário público, entre outras funções políticas, foi Secretário do Secretário de Estado da Agricultura, Secretário de Estado do Ministério da Agricultura, vogal do Conselho Cooperativo, presidente da Comissão Administrativa do Grémio dos Armazenistas e Produtores de Azeite em 1947, em cuja qualidade integrou como Procurador a Câmara Corporativa, pelo Comércio do Azeite na IV Legislatura, na qual fez parte da 4.ª Secção – Azeite, Frutas e Produtos Hortícolas, não tendo subscrito ou relatado qualquer parecer, tendo na XI Legislatura sido nomeado pelo Conselho Corporativo e sido 2.º Vice-Presidente da Mesa, Membro do Conselho da Presidência e feito parte da 12.ª Secção – Interesses de Ordem Administrativa, 1.ª Subsecção – Política e Administração Geral, não tendo subscrito ou relatado qualquer parecer, presidente da Junta do Café ou Junta da Exportação do Café de 1953 a 1957, deputado eleito pelo círculo eleitoral de Bragança à Assembleia Nacional na VI, VII e X Legislaturas (1953 a 1973), Delegado do Governo junto do Grémio dos Armazenistas e Exportadores de Azeite de 1953 a 1957, Vice-Presidente Adjunto do Conselho Técnico Corporativo de 1953 a 1957, primeiro presidente do conselho de administração da Radiotelevisão Portuguesa, SARL (a atual RTP) em 1957, Presidente do Grémio dos Agricultores e da Federação dos Grémios da Lavoura do Nordeste Transmontano (desde a sua fundação), vice-presidente da Comissão de Coordenação Económica.
Empreendedor e persistente, em 1964, como um dos membros do setor desenvolvimentista do Regime, foi o grande impulsionador e liderou a fundação, no concelho de Mirandela, do empreendimento do Complexo Agro-Pecuário e Agro-Industrial do Cachão. Projetado para suportar uma verdadeira revolução agrícola que colocaria a agricultura transmontana ao nível das melhores congéneres europeias, para além de um complexo destinado à agro-indústria, o empreendimento incluía a extensão do regadio a uma vasta área, suportado pela construção de 130 barragens de terra.
Nos anos de 1975 a 1978, como consequência da Revolução do 25 de Abril, o projeto entrou em colapso. Apesar disso, ficaram diversas fábricas, algumas das quais vieram a encerrar posteriormente, e as seguintes barragens: Vila Flor, Alfândega da Fé, Cachão, Carvalheira, Vilarelhos e Vilares da Vilariça.
Dada a sua ligação ao regime do Estado Novo, tendo sido próximo de Marcelo Caetano, Camilo de Mendonça optou pelo exílio voluntário no Brasil, regressando a Portugal doente e confinado a uma cadeira de rodas, falecendo pouco depois.
Camilo de Mendonça foi padrinho de batismo de Marcelo Rebelo de Sousa.
Camilo de Mendonça é lembrado por um busto (da autoria do escultor Hélder José Teixeira de Carvalho) colocado junto à Escola Secundária de Mirandela (Av. Camilo de Mendonça) e na toponímia das freguesias de Gostei (Bragança) e de Carrazeda de Ansiães.
Em suma, o documento do mês enaltece o grande vulto que foi o Eng. Camilo Mendonça, evidenciando a sua grande personalidade que emana da nossa história transmontana, pelo seu espírito empreendedor, inovador, marcando definitivamente a nossa memória coletiva e identidade.
Fonte: Arquivo Distrital de Bragança
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