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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 19 de julho de 2023

O Sanfarriã

Por: Carlos Pires
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)


Faz hoje, 19 de Julho, 48 anos que faleceu, em Bragança, uma figura popular bem conhecida das gentes do distrito de Bragança – o Toninho de Conlelas, também conhecido por Sanfarriã (“Ça ne fait rien”?) e Bininho. A notícia foi dada pelo “ènié” na sua edição de 23 de Julho de 1975.
Natural da aldeia de Conlelas, o Toninho tinha mais seis irmãos, “tão tchavascos ou mais do que eu”, dizia ele.
Regista a notícia que por essas aldeias fora, sempre alegre, sempre bobo, não haveria casa onde não subisse e descesse escaleira, ora para matar a fome, ora para se agasalhar do frio.
Deixava alegria, levava consolo. Tal qual a imagem que me ficou, eu garoto ainda, da primeira vez que o vi na minha aldeia, Meles: ele a dar puns com a mão por baixo do braço e minha avó materna, a rir, a rir, que não parava mais de rir, a abondar-lhe um bô carolo de pão e cibo de carne gorda ao consoante, pagando-lhe as maluqueiras…
Isto em vida, este Toninho, o Sanfarriã.
Que na morte, diz a notícia, nesse fim-de-semana quente de julho, dias de rachar, cadáver ao abandono no hospital da Misericórdia, cheiro nauseabundo, crivadinho de moscas, sem badalo de sino a anunciar enterro,  não teve o Toninho a mesma sorte…

Carlos Pires

Carlos Pires
é natural de Macedo de Cavaleiros, tendo adoptado a pequena aldeia de Meles, onde crestou à  solta nas férias grandes, como o seu verdadeiro berço. Como jornalista, fez parte das Redações do "Tempo", "Portugal Hoje", " Primeira Página", "Liberal", "Semanário" e da revista de economia "Exame" (de que foi editor).
Em Bragança, colaborou no semanário "Mensageiro de Bragança" (1970-72), tendo sido co-fundador do semanário "ÈNÍÉ - uma voz do Nordeste Português" (1975) e da publicação  "Domus", da Casa de Cultura da Juventude de Bragança (1977-78).
Foi assessor de imprensa de Maldonado Gonelha, ministro da Saúde (1983-85).
Entrou para o Infarmed em fins de 2000, depois de ter sido assessor de imprensa da ministra Elisa Ferreira, nos dois governos de António Guterres, primeiro no Ministério do Ambiente, depois no Planeamento (1995-2000).
No Infarmed criou o Gabinete de Imprensa, tendo sido porta-voz da instituição durante mais de uma dúzia de anos.
Alguns aspetos marcantes: a iniciativa da realização de um curso para jornalistas (2001), ministrado por peritos do Infarmed, em que os principais órgãos de informação estiveram representados, sobre o ciclo de vida do medicamento; a elaboração do jornal da instituição, "Infarmed Notícias", trimestral (de que é coordenador/editor/redator); a edição especial de Janeiro de 2018, com 120 testemunhos sobre o INFARMED na altura conturbada da ideia controversa da sua deslocalização para o Porto (depois editada em livro); e ainda a publicação de um livro, editado pela Âncora, "Redondilhando", que nasce no seio da instituição e cujo prefácio foi assinado por Ernesto José Rodrigues.

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