quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Empregada que casou com centenário, três médicos e uma funcionária do Registo Civil julgados

 O caso da empregada que casou com um centenário de Parada começou a ser julgado no Tribunal de Bragança, com três médicos, uma funcionária do Registo Civil e a protagonista do processo-crime a sentarem-se no banco dos réus acusados pelos crimes de sequestro e uso de documento falso.


Os dois psiquiatras e uma psicóloga respondem pela emissão de atestados médicos falsos e a funcionária do Registo Civil por desobediência qualificada. A empregada está também acusada de sequestro.

Na passada segunda-feira, os filhos do homem de 101 anos, que residia em Parada, aldeia do concelho de Bragança, entretanto falecido, contaram em tribunal que desde 2010 o pai apresentava problemas de saúde, nomeadamente do foro mental, além de que tinha perdido a mobilidade e usava uma cadeira de rodas. A família possui um relatório médico de 2011, passado por um profissional conhecido, que dá conta que o idoso tinha problemas do foro neurológico, sofria de demência e estava incapacitado de tomar decisões. “Não me conhecia e chamava-me mãe. Quando eu telefonava não sabia quem eu era. Não comia sozinho, nem pedia comida”, explicou a filha, Maria Alice, que depôs por videoconferência, indicando que o pai tinha estado internado em 2010 durante três meses. “A partir dessa altura a sua saúde piorou muito. Não estava bem mentalmente. Já não era o senhor Francisco Marcolino. Era mandado”, acrescentou Maria Alice.

A filha explicou que toda a situação em torno do casamento do pai e a repercussão que teve na praça pública “foi uma humilhação para a família”.

Glória Lopes

Sem comentários:

Enviar um comentário