A luso-francesa vai voltar a inspirar-se numa mulher, tal como fez em “Alma Viva”, filme em que recorda a avó materna, que vivia na Junqueira. “Eu já estou a pensar no próximo filme, que também vai ser entre França e Portugal. Será sobre uma mulher muito forte, que me inspira, que existiu na vida real, mas não posso dizer mais. Quero continuar com o cinema e tenho mais histórias para contar. Gosto de contar histórias e de trabalhar com as pessoas, de aventuras colectivas. Isso anima-me muito”.
O filme premiado foi rodado na Junqueira, em 2021. Boa parte do elenco é composto por gente da região, sendo que a longa-metragem acompanha a história da pequena Salomé que, anualmente, regressa a Portugal, para passar as férias de Verão na aldeia natal da família, em Trás-os-Montes. A avó da criança morre e esta é assombrada pela anciã, enquanto os mais velhos perdem tempo com as quezílias associadas à partilha de bens.
“Alma Viva” foi considerado o ‘Melhor Filme’ do ano na 27ª Gala dos Globos de Ouro SIC. A realizadora não podia estar mais satisfeita. “Para mim é um reconhecimento. É uma forma de dizer “os teus pais saíram de Portugal mas continuam a ser portugueses e tu és francesa mas também és portuguesa e mereces fazer parte das personalidades portuguesas do ano”.
O filme está a percorrer o Mundo, o que deixa a realizadora agradada com o facto de poder dar a conhecer a aldeia da família. “Tive testemunhos do Mundo inteiro, mexicanos, japoneses, russos, a dizer “na minha aldeia também é assim, a minha avó também era assim”. Porque o filme trata de assuntos universais e até a bruxaria, que pensamos que é um tabu, é uma realidade que aparece em vários países e não só no campo como nas cidades.
Senti uma recepção muito forte no Mundo inteiro e, por isso, fico contente por dar a conhecer a minha aldeia”.
“Alma Viva” é a primeira longa-metragem de Cristèle Alves Meira, que tem raízes no concelho de Vimioso.
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