quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Doentes oncológicos de Vinhais admitem que transporte gratuito do município para idas ao IPO é "uma salvação"

 Os doentes oncológicos do concelho de Vinhais têm transporte gratuito para tratamentos, consultas e exames


As deslocações são várias e muitas pessoas não aguentariam pagá-las. Há doentes que dizem que se a câmara não tivesse implementado este apoio não se tinham tratado.

Maria Aboim tem 65 anos e há quase seis que recebeu a notícia de que tinha cancro da mama. A lutar contra a doença, não restava mais nada a não ser ir aos tratamentos, consultas e exames, no Instituto Português de Oncologia do Porto.

Se não fosse este transporte gratuito, que a câmara disponibiliza, não era fácil suportar os custos. “Não sei se eu conseguiria fazer face às despesas aos anos que eu ando lá. Quando comecei os meus tratamentos tinha semanas de ir lá três vezes. Não fiz contas, mas deve ser muito dinheiro que pouco”, frisou.

Além do transporte gratuito, os doentes também têm acompanhamento. Ou seja, os motoristas assumem uma espécie de papel de familiares.

Desta forma, Maria Aboim nunca precisou que os familiares deixassem de fazer a sua vida para a acompanhar.

Maria da Graça Alves é outra das vinhaenses que também utiliza o transporte. Vai ao IPO do Porto há sete anos e diz que se não fosse este apoio não teria tratado o cancro da mama. “Não me conseguia curar, porque não ia lá. Não tenho meios financeiros. É uma mais-valia este transporte, eu falo por mim, mas falo também pelas pessoas do concelho de Vinhais, Foi uma salvação”, contou.

Se um doente tiver que estar no IPO de tarde mas houver outro que tem que lá estar de manhã, o transporte é feito bem cedo. E os doentes que têm que ir horas antes do agendamento ou que, depois, apesar de já estarem despachados, ficam, por lá, à espera, não estão nada preocupados com o tempo perdido. Pelo contrário, além de o transporte evitar que se gaste dinheiro, também apresentou amigos a muita gente.

O transporte gratuito foi implementado em 2014, depois de o Governo ter feito alguns cortes no transporte de doentes, em 2013, que levaram várias pessoas a desistir de tratamentos e consultas, por dificuldades financeiras.

O facto de os transmontanos também estarem a centenas de quilómetros de unidades de saúde onde podem ser tratados, no que diz respeito ao cancro, pesou, igualmente, na decisão da implementação.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

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