A Diocese nasce em Miranda do Douro, em 1545, pela bula «Pro Excelenti Apostolicae Sedis» do Papa Paulo III, iniciando-se em 1552 a edificação da Catedral. Em 1770, foi dividida em Miranda e Bragança e, dez anos depois, reunificou-se em Diocese Bragança-Miranda. A Catedral funcionou desde então na Igreja de S. João Batista, na Sé, até à sagração da dedicada a Nossa Senhora Rainha, a 7 de outubro de 2001. Está organizada em 4 Arciprestados, englobando os 12 concelhos do distrito.
Relativamente ao território do concelho de Bragança, o respetivo Arciprestado compreende as Unidades Pastorais da Senhora das Graças, São Bento, Santo Cristo e Santa Maria do Sabor. Anotamos que a freguesia do Parâmio pertence à Unidade Pastoral da Senhora da Encarnação, concelho de Vinhais. Inserindo esta freguesia na listagem, identificamos 216 santuários, igrejas e capelas. A que se acrescenta cerca de 30 capelas particulares institucionais e de morgadios/familiares voltadas para o espaço público.
O concelho de Bragança, dos mais extensos de Portugal, (1.173,6 km² de área), tem 39 freguesias, que inclui Bragança, sede de município e capital de distrito, a vila de Izeda, 104 aldeias e cerca de uma dezena de lugares habitados com templo católico. De Bragança e pertença à Igreja de Cristo, foi este multifacetado «mundo transmontano» que nos propusemos percorrer, conhecer a riqueza histórico-patrimonial de cada povoado, apreciar a beleza religiosa na diversidade das igrejas e interagir com o cativante ambiente sociocultural. O ponto de partida foi o livro «Bragança e o Tempo do Senhor Bairro. A Cidade na História e Histórias de Bairro», lançado em Bragança em 2021, de nossa autoria.
Para esse fim, visitámos as povoações e franqueámos as igrejas, observando, avaliando, fotografando e descrevendo-as. Assumiu-se, então, o desenvolvimento de um coerente trabalho Foto-Literário Ecclesia, conscientes do saber ser e saber estar das gentes da terra, replicado por Miguel Torga: «entre, quem é?». Naturalmente que tal é praticável devido ao bom acolhimento da Diocese, nomeadamente dos Bispos D. José Cordeiro, inicialmente, e D. Nuno Almeida, presentemente, e da cortesia dos sacerdotes das diversas paróquias. Contamos ainda com a entreajuda dos presidentes de junta de freguesia e a confiada simpatia dos fiéis guardiães das chaves do templo.
A par do trabalho de campo, há um manancial bibliográfico e documental a analisar. No primeiro caso, existe considerável acervo, com chancela camarária, de cariz institucional, trabalhos académicos e de autoria individual, principalmente no que à cidade diz respeito. No segundo, o arquivo Distrital tem sido de visita obrigatória, onde a colaboração da Dr.ª Élia Correia, mediante disponibilização de informação, é utilíssima. Trata-se de um projeto exigente, motivante e de largo espectro, entendendo-se pertinente a pública partilha de conteúdos no semanário diocesano «Mensageiro de Bragança». A proposta de publicação de textos, complementados com imagens, colheu interesse e disponibilidade do seu Diretor, Dr. António Rodrigues, a quem muito agradecemos.
Para o efeito, informamos os leitores que as igrejas divulgadas obedecem a escolhas assentes na sua menor visibilidade e conhecimento ou pouco estudas e menos divulgadas, tendo ainda a preocupação de abranger as freguesias e as unidades pastorais. Quinzenalmente e durante um período estimado de dois anos, os artigos de igrejas do concelho de Bragança apresentarão um enquadramento geográfico, caracterização arquitetónica do exterior, descrição religiosa interior dos bens imóveis e eventuais curiosidades.
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