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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

COMPENSA POUPAR?

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

No século passado chegou-me às mãos, pequeno jornal local, que incluía curiosa crónica de alguém, cujo nome se varreu completamente.
Contava o articulista, que havia na Beira dois irmãos, que cansados de labutar a terra, com: enxada charrua e ancinho, assentaram abalar até à Capital.
Instalados em Lisboa, buscaram emprego. O mais velho alcançou num armazém; o outro dedicou-se à construção civil, e fazia biscates, nas horas livres.
Enquanto o mais velho trabalhava sem cessar, para pagar arrenda do modesto apartamento, o irmão, resolveu erguer barraco clandestino, na periferia. Receoso que a renda subisse, resolveu adquirir casa, pedindo dinheiro ao banco.
Lentamente surgiram novas despesas: além do empréstimo, apareceram: seguros, IMI, condomínio, obra no prédio e consertos urgentes, no apartamento.
Preocupado, sempre que podia fazia horas extraordinárias, e poupava o máximo no: vestuário, alimentação e até nos dias de folga e férias permanecia em casa, para economizar.
Por sua vez o irmão, liberto de aluguer e encargos, comprou carro, almoçava em restaurantes caros, e todos os anos ia de férias para o Algarve. Como era pobre, recebia, ainda, vários auxílios.
Certa ocasião o camartelo arrasou o barraquito, para se urbanizar o terreno.
Gritou, protestou, declarando que ia morar na rua com os filhos... Condoídos deram-lhe casa ampla, e de renda simbólica.
O irmão, enredado em despesas, trabalhava desesperadamente, e pouco auxílios obtinha, por ser proprietário.
Perguntava o articulista: Vale a pena poupar? Economizar? Para ter a sua rica casinha?

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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