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Os Refugiados - Na Madrugada dos Tempos - Parte 20

Por: Manuel Amaro Mendonça
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

 A guerra é uma parteira: das entranhas do mundo faz emergir um outro mundo.
Não o faz por cólera nem por qualquer sentimento.
É a sua profissão: mergulha as mãos no Tempo,
com a altivez de um peixe que pensa que ele é que faz despontar o mar.

Mia Couto
Escritor e Biólogo moçambicano
Nascido em 1955

Mirsulo e a sua comitiva partiram há algumas semanas, levando consigo o ferido Tibaro, agora em franca recuperação.

Para Barinak fora um encontro muito produtivo. Apesar de não terem conseguido saber como fazer o tão desejado cobre, obtiveram um bom acordo com o sal, que seria trocado por pontas de lança e de seta. Além disso, de modo a conseguir trazer mais sal de cada viagem, Mirsulo iria entregar dois burros já domados e levou com ele um homem que iria aprender a lidar com os animais. Seriam pagos com a primeira entrega de oito cestas de um cotovelo de largo e dois de fundo, cheias de sal.
É verdade que socorreram um estranho e fizeram tudo para o ajudar, sem esperar nada em troca, mas essa era a lei de quem habita grandes espaços desertos. A vida é escassa e preciosa, por isso, os humanos devem ajudar-se reciprocamente e, mesmo na caça, só matar aquilo que se planeja comer.
Mergulhado nestes pensamentos, Erem ajudava a abrir a cova para mais um monólito, que chegaria dentro de dois dias. Já se avistava, numa colina a norte, o grupo de dez diligentes homens e mulheres que o fazia rolar sobre troncos. Seria o oitavo, de um total de vinte e quatro. O chefe do clã mudava assim o tema das suas preocupações; a ideia inicial era ter dez monólitos quando fizessem as festas das fogueiras[1], mas estavam com um atraso de dois. Não era grave, mas o décimo monólito seria o representante da estação e não estaria lá.
A festa das fogueiras era uma ocasião importante; seria escolhido um casal de adolescentes que envergaria respetivamente uma pele de auroque macho e uma de fêmea. O macho, ostentando enormes cornos, dançaria com a fêmea e simulariam o acasalamento. As crianças correriam em volta deles atirando as flores colhidas nos dias anteriores, para a união ser abençoada e produza muitas crias para alimentar os humanos. Ao anoitecer, as fogueiras acender-se-iam em vários pontos da aldeia e os jovens, para mostrar a sua força e coragem, fariam saltos mais ou menos acrobáticos por cima delas. Era uma noite de alegria e felicidade onde se festejava o milagre da vida e da fecundidade… naquela noite seriam concebidas algumas crianças que haveriam de nascer ao aproximar-se o fim do inverno. Naci, que partira entretanto para Hatiweik a fim de ir buscar a sua nova esposa, iria apresentá-la a Barinak nessa altura, buscando a bênção de Swol.
Pelo canto do olho, o chefe do clã viu um dos miúdos do grupo de Tailan aproximar-se em corrida.
— Erem! — A voz esganiçava fez-se ouvir ainda antes de parar a corrida. — Estão a chegar… — estava ofegante —… estão a chegar…
— Quem está a chegar? — Ele fingiu um ar aborrecido. — Fala, rapaz!
 — Muita gente… — o miúdo ainda não conseguira recuperar o fôlego —… vem aí muita gente… com trouxas e animais… muitos! Estão a ir para a casa da reunião.
Sem perceber que tipo de invasão seria aquela, Erem meteu-se ao caminho em passos largos, o que resultou num abandono geral do trabalho; todos o seguiram, mortos de curiosidade.
Ao aproximar-se da casa da reunião estremeceu. Havia um grande grupo de pessoas, como o rapaz dissera, com trouxas, crianças e animais. Eram principalmente mulheres, mas havia alguns homens entre elas. Sem contar, eram quase tantos quantos os habitantes de Barinak. Não sabia o que dizer e caminhou entre eles, atordoado, olhando-os e sendo olhado com curiosidade.
— Erem! — Uma voz feminina chamou de entre os estranhos. — És tu, Erem?
Procurou a origem da voz e localizou uma mulher, já entrada nos anos, bastante magra e com o rosto tisnado do sol e coberto de rugas. Havia qualquer coisa de familiar nela.
— Erem! — Ela insistiu. — És mesmo tu! Sou Cira!
O nome acertou-lhe como uma pedrada e uma onda de recordações; era sua tia, uma das irmãs de Birol. Correu a abraçá-la e interpelou-a com uma enxurrada de perguntas. Queria saber que estava ali a fazer, onde estava o resto do clã, quem era aquela gente…
Gradualmente, mais dos habitantes de Barinak apareciam e vinham questionar os recém-chegados. Havia estranheza por verem o seu chefe a conversar alegremente com um deles, mas alguns reconheceram a irmã de Birol e saudaram-na mais ou menos efusivamente.
Cira tinha muito que contar. Com lágrimas nos olhos, começou a narrativa:
“Após nos separarmos, seguimos sempre na direção da nascente do lago salgado. Retomamos a vida nómada, Birol estava obcecado em ver a grande catarata, para desagrado de alguns dos nossos que foram abandonando o clã assim que passávamos perto de alguma povoação.
O lago salgado, porém, crescia imenso a cada mudança de lua. Encontrávamos várias aldeias abandonadas e a terras, começando a salgar, estavam repletas de vegetação morta e despovoadas de pessoas e animais. Começamos a passar fome e o meu irmão não queria ouvir as vozes do clã que diziam para nos afastarmos do lago.
Por fim, chegamos a uma área muito extensa de terras encharcadas. Já não tínhamos comida há alguns dias e a água potável estava a acabar, toda a que nos rodeava era salgada ou cheirava mal. Acabamos por perceber que havíamos percorrido uma grande distância a embrenhando-nos num enorme pântano. A passagem que usamos foi-se estreitando até chegar a um sítio sem saída. A única solução era recuar, virados para Ner[2] até conseguirmos uma passagem que nos tirasse dali.
Birol já estava com febre e sentindo-se fraco há algum tempo. A fome e a sede que passamos naquela armadilha mortal acabaram com ele e com mais uns quantos dos mais fracos. Quando finalmente encontramos uma passagem, estávamos reduzidos a metade dos que começaram e mais mortos que vivos. Logo a seguir encontramos uma nascente de água doce e foi a nossa salvação.
Estávamos desvairados e perdidos, sem saber o que fazer. Retomamos a caminhada seguindo as estrelas-guias até encontrar uma povoação. Mas eles não nos quiseram lá. Tinham um muro de troncos em volta das casas e só nos deixavam montar as tendas no exterior. Podíamos entrar durante o dia, mas ao anoitecer tínhamos de sair.
Aí aconteceu a divisão; o meu irmão mais novo, Okan, revoltado por termos sido guiados numa caminhada para a morte, não quis mover-se mais; perdera a mulher e dois filhos, restava-lhe apenas uma menina. Ficaria ali, o povo da aldeia acabaria por os aceitar. A prima Ezgi e a maioria escolheu continuar para poente. Eu e o meu filho Demir e a mulher, Gizem, decidimos que voltaríamos para trás à tua procura. O Clã do Rio Brilhante, depois de tantos invernos a crescer e a tornar-se um dos maiores, destruiu-se completamente. O crescimento do lago salgado e a insistência louca do meu irmão reduziu-nos a nada.
Depois disso temos caminhado por essa terra imensa até que, no inverno passado, parámos numa povoação chamada Annakos a poente daqui. Já tínhamos ouvido falar de Barinak por caçadores e pastores, que ficava a poucos dias de distância e do seu amado chefe. Embora não soubéssemos o nome, já suspeitávamos de quem se tratava. Mais uns dias e empreenderíamos a viagem para cá. Aconteceu que, uma tribo nómada de Ner atacou a povoação, matou muita gente e roubaram tudo o que puderam levar. Perdemos Demir nesse ataque e acho que toda a população se dispersou, deixando Annakos vazia.
Pela minha parte, se tinha de fugir, que fosse para junto do meu sobrinho e da minha família. Esta gente que me acompanha sabia da minha intenção e resolveu seguir-me. Também eles vieram ao som das histórias do santuário que aqui se constrói e que protege este povo.”
Erem olhou o aspeto desolado daquele grupo, com carinho, mas, ao mesmo tempo preocupação. Era um número muito grande de bocas a alimentar.
Alim chegou, espantado com a quantidade de pessoas que ali via reunidas. Foram chamá-lo que estava junto de Lemi, de quem se tornara muito amigo. Este último não viera porque estava cada vez mais debilitado e já não andava. Tailan apareceu quase a seguir, acompanhado pelos cerca de cinco outros homens que atualmente o seguiam para todo o lado. Falava-se em lutas entre os “estrangeiros” de Barinak, a liderança dele era contestada.
— São nómadas? — Perguntou Alim diretamente a Erem.
— Não. — Respondeu o chefe do clã sem hesitar. — A maioria vem de Annakos, já estive lá, numa das minhas últimas caçadas. — Foram atacados e a aldeia foi destruída.
— Querem ficar aqui? — Tailan mostrou-se desagradado. — Não podemos aceitar tanta gente. Vejam só; quase só mulheres e crianças! Não podemos alimentar tanta gente.
Humilde e pacientemente, o grupo de refugiados mantinha-se praticamente em silêncio. Continuavam sentados no chão, agarrados aos seus pertences, olhando com esperança para os três homens que decidiriam o seu futuro.
— Algumas crianças já são crescidas, já trabalham. A maioria das mulheres são jovens, de certeza que poderão alimentar-se. Trazem alguns homens e alguns animais… — Alim observou, aproveitando o que de bom se conseguiria obter.
— Teremos de ver o que podemos fazer. — Disse Erem pensativamente.
Zia e Nehir aproximaram-se, também surpreendidas com aquela quantidade de estranhos de uma só vez. Ambas reconheceram a velha Cira e logo se abraçaram e beijaram-se, chorando de alegria com o reencontro. A curandeira, no entanto, começou de imediato a verificar entre os refugiados os que estavam feridos ou doentes.
— Mas… — Tailan estava espantado. — Estão mesmo a pensar em aceitá-los? Que faremos a tantas bocas?
— São bocas, mas também são braços e cabeças. — Erem olhou diretamente o amigo. — Estranho que sejas quem mais reclama, quando, também tu, foste um estranho em Barinak.
Ele não gostou de ser recordado e virou o rosto, contrariado, vendo chegar Fikri e Remzi, os filhos de Lemi, chamados da equipa que arrastava o monólito. Sabia serem críticos daqueles que continuavam a chamar estrangeiros e apelou à sua opinião: — Fikri, o teu primo pensa receber esta gente em Barinak. Que te parece?
O visado e o irmão olharam demoradamente para o grupo, aparentando não ter reconhecido a tia, pois eram muito novos quando saíram do Clã do Rio Brilhante. Quando os olhos de Fikri tornaram para o membro do conselho que o questionava, já a habilidade diplomática herdada de Lemi se sobrepunha à sua habitual impulsividade; percebera o conflito e que tinha de tomar uma posição. Ou estava do lado do primo, ou daquele homem, que detestava e admirava ao mesmo tempo.
— Porque está o nobre Tailan preocupado com mais estrangeiros a chegar aqui? — Ele colocou o braço sobre o ombro do irmão mais novo para que este não se manifestasse. — Todos sabem a minha opinião, não ma pediram quando vos aceitaram, mas também não era necessário, porque Erem é o nosso chefe e confiamos nas suas decisões. — Exibiu um pequeno sorriso para o primo. — Além de tudo, apesar de eu não gostar, os estrangeiros em Barinak têm sido muito úteis.
— Veremos o que dirá Naci quando regressar. — Respondeu Tailan com azedume.
— O meu filho, foi buscar a sua nova esposa fora do clã. — Ripostou Erem. — De resto, também pessoas do teu povo procuraram homem ou mulher entre nós e os nossos entre os vossos. Não defendias tu a união?
O rosto de Tailan fechou-se contrariado e cruzou os braços sobre o peito. Sempre fora um homem impressionante, que respirava energia e liderança. Agora, permanentemente seguido pelos seus protetores, estava habituado a que a sua vontade se impusesse sem necessidade de se justificar.
— Entre os nossos povos, sim. — Ele respondeu lentamente, sopesando cada uma das suas palavras. — Entre aqueles que vivem, nascem e crescem em Barinak.
Zia aproximou-se, entretanto, sentindo a tensão que se formava. Mesmo que inconscientemente, Tailan e o seu séquito estavam perfeitamente agrupados frente a frente com os vários elementos do Clã do Leão das Montanhas.
— Verás, que será bom para todos. — Erem deu um passo em frente e pousou conciliadoramente a sua mão sobre o braço de Tailan. — Não vês aqui novas esposas para os nossos homens? Crianças que em pouco tempo serão caçadores, pastores, pescadores? Mais braços para ajudar a construir o santuário. Em breve não se distinguirão de nós.
— O que eu vejo, — o chefe dos estrangeiros replicou com uma careta e sem perder a pose defensiva —, é uma grande quantidade de bocas a alimentar e um grupo perseguido por inimigos. Sabe se virão atrás deles? Eu não os quero junto de mim. — Com esta sentença, virou costas e afastou-se rudemente, seguido pelo séquito de guarda-costas.
Erem olhou para Zia, que se mantivera calada todo o tempo e depois tornou para o grupo que se afastava. Tailan, porém, ainda tinha mais um aviso e interrompeu brevemente a marcha para o fazer: -- Devias estar preocupado era em preparar para te defenderes, em vez de construir um santuário e estar a receber quem não se pode defender sozinho.

[1] Correspondia aproximadamente à primavera

[2] Norte

Manuel Amaro Mendonça
nasceu em Janeiro de 1965, na cidade de São Mamede de Infesta, concelho de Matosinhos, a "Terra de Horizonte e Mar".
É autor dos livros "Terras de Xisto e Outras Histórias" (Agosto 2015), "Lágrimas no Rio" (Abril 2016), "Daqueles Além Marão" (Abril 2017) e "Entre o Preto e o Branco" (2020), todos editados pela CreateSpace e distribuídos pela Amazon.
Foi reconhecido em quatro concursos de escrita e os seus textos já foram selecionados para duas dezenas de antologias de contos, de diversas editoras.
Outros trabalhos estão em projeto e sairão em breve. Siga as últimas novidades AQUI.

Ls oufícios

 Eiqui tenemos un de ls lhaços mais repersentatibos de ls dançadores de ls palos de la Tierra de Miranda. Ten cumo motibo alguns de ls oufícios d´anton: l barbeiro, l ferreiro, l ferrador i l cardador. L “Grupo Folclórico Mirandês de Duas Igrejas”, cun ls sous dançadores dou la buolta al mundo, tenendo atuado an países de la Ouropa, de la Àfrica, de la America de l Norte i de la Ásia. Siempre ourientado pul Padre António Maria Mourinho. Durante esse tiempo ls tocadores tamien fuoram quaise siempre ls mismos: Alexandre Feio; l gueiteiro. Alfredo Ventura; l caixeiro i Belmiro Antão; l tocador de l bombo i ansaiador de la dança. Ls dançadores iban mudando cunforme la eidade. La pauta desta moda stá an l lhibro de “La Nuossa Gaita” i nun squecer que las gaitas stán afinadas an “Si bemol menor híbrido”. Grabaçon de refréncia: “Os Jogos e os Homens IV, Rádio Televisão Portuguesa,” 1981-01-06.

XXXV Festival Nacional de Folclore

 O Rancho Folclórico de S. Tiago de Mirandela comemora o seu 61º aniversário com um festival nacional de músicas e danças tradicionais portuguesas, em que participam grupos etnográficos de vários pontos do país.

Dia Internacional do Livro Infantil

 No dia 2 de abril, comemora-se em todo o mundo o nascimento de Hans Christian Andersen. A partir de 1967, este dia passou a ser designado por Dia Internacional do Livro Infantil, chamando-se a atenção para a importância da leitura e para o papel fundamental dos livros para a infância.
Como é habitual, para assinalar este dia a DGLAB disponibiliza um cartaz digital, da autoria de Inês Viegas Oliveira, vencedora do Prémio Nacional de Ilustração em 2023.

O cartaz transmite a ideia que tem sido subjacente a este dia ao longo dos anos: que nos livros cabem todas as histórias e todas as personagens, que nos fazem sonhar e viajar.

Inês Viegas Oliveira nasceu em Tavira em 1995. Na tentativa de saber sobre tudo, licenciou-se em Física, e depois de meio mestrado em Matemática apercebeu-se de que não sabia nada. Fez então uma pós-graduação em Ilustração na UAL, que a deixou mais satisfeita. Em 2020 e 2023 foi selecionada para a exposição de ilustradores da Feira Internacional do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha, e em 2022 foi finalista daquela exposição.

Faz parte do projeto europeu Every Story Matters, que promove a inclusão através de histórias e livros. O seu primeiro livro, O Duelo, surgiu no âmbito deste projeto, e em 2022 foi publicado pela editora Planeta Tangerina, tendo vencido o Prémio Nacional de Ilustração no ano seguinte. Inês move-se entre a ciência e a arte, o autor e o leitor, a imagem e a palavra, tentando quebrar algumas fronteiras. Continua a questionar o mundo, mas de vez em quando decide parar para escrever ou desenhar.

Dia Mundial da Consciencialização do Autismo

 O Dia Mundial da Consciencialização do Autismo é comemorado no dia 2 de abril, data definida pela Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo prende-se com a necessidade de esclarecer a população mundial sobre o Autismo. Segundo a ONU, acredita-se que existam mais de 70 milhões de pessoas com Autismo. Afeta cerca de uma em cada cento e cinquenta crianças e é uma condição permanente, ou seja, não tem cura.
O Município de Mirandela assinala este dia com iluminação da fachada do Paço dos Távoras com a cor azul, distribuição de informação e divulgação nas redes sociais com o intuito de sensibilizar a população.

Celebração dos 50 Anos do 25 de Abril - Programa

 No ano em que se celebram os 50 anos do 25 de Abril, a Câmara Municipal de Mirandela e a Assembleia Municipal promovem um conjunto de iniciativas que assinalam este marco histórico, que moldou o destino de Portugal e fortaleceu os alicerces da nossa democracia.


Miranda do Douro: Espanhóis visitam a Feira da Bola Doce

 Em Miranda do Douro realizou-se na manhã desta Quinta-feira Santa, dia 28 de março, a abertura oficial da Feira da Bola Doce e nem mesmo a chuva demoveu os vizinhos espanhóis de visitar o certame que decorre até sábado, dia 30 de março.


De acordo com a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, todos os anos na época festiva da Páscoa regista-se uma grande afluência de público, em particular dos vizinhos espanhóis, que aproveitam as férias da Semana Santa para visitar a cidade e a região.

“Com este certame que reúne expositores locais e regionais, pretendemos dar a conhecer ao público, sejam eles portugueses, espanhóis e outros turistas, a qualidade dos nossos produtos, destacando a bola doce mirandesa, um doce tradicional da Páscoa, feito com camadas de açúcar e canela”, disse.

Na abertura da Feira da Bola Doce, os espanhóis Javier e Fabíola, vindos de Madrid e de Bilbau, aproveitaram para degustar e adquirir o doce tradicional e o folar mirandês.

“É a primeira vez que estamos nesta região de Portugal. Aproveitámos a Semana Santa para gozar uns dias de férias, numa cada de turismo rural, nas arribas do Douro. Ao visitarmos a cidade de Miranda do Douro fomos informados da feira, onde comprámos a bola doce e o folar”, disseram.

Do lado dos produtores, a responsável pela empresa Cimo da Quinta, confirmou que a Páscoa é mesmo a melhor altura do ano para vender estes produtos e o público espanhol é o que mais visita o certame.

Para dar relevo aos dois produtos, vão realizar-se na tarde de sexta-feira, dia 29 de março, o IX Concurso da Bola Doce Mirandesa. E no sábado, dia 30, realiza-se o IX Concurso do Folar de Carne Mirandês.


Na feira que decorre até sábado, dia 30 de março, os visitantes têm a oportunidade de adquirir outros produtos locais e regionais como o fumeiro, azeite, vinho, licores, pão, mel, frutos secos e compotas.

No evento participam também vários artesãos, que expõem peças em madeira, burel, joalharia, cutelaria, pintura, couro, instrumentos musicais ou olaria.

Numa tenda exterior, os visitantes podem ainda conhecer as raças autóctones da Terra de Miranda: os bovinos mirandeses, os ovinos da raça churra galega mirandesa, o cão de gado transmontano, o burro de Miranda, as cabras serranas e o porco bísaro.

Como já é tradição em Miranda do Douro, a animação cultural da feira é realizada pelos vários grupos e associações locais, como é o caso da Associação Filarmónica Mirandesa, os grupos de pauliteiros e gaiteiros do concelho, os ranchos folclóricos, entre outras coletividades.

Nesta edição, os cabeças de cartaz da animação musical e cultural são o concerto musical dos “Trasga”, no dia 28 de março; a representação teatral da Via Sacra, no serão de Sexta-feira Santa; e no sábado, dia 30, aquando do encerramento da feira, está programado o concerto de Tiago Nacarato.

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A partir de hoje, o cabrito pode ser encontrado na ementa de vários restaurantes do concelho de Macedo de Cavaleiros

 O cabrito é considerado um símbolo religioso que representa o sacrifício e a comemoração da Última Ceia de Cristo, onde, de acordo com a Bíblia, terá sido servido.


É por isso um prato típico de se encontrar à mesa de muitos portugueses no domingo de Páscoa, que são fiéis à tradição gastronómica, de Norte a Sul do país.Em Macedo de Cavaleiros, de sexta-feira a domingo, consta das ementas dos 11 restaurantes aderentes ao fim de semana a que esta iguaria dá nome.

João Borges, proprietário de um restaurante na cidade que adere à iniciativa, explica como é preparado este prato:

“Tem de ser um cabrito fresco e da nossa região, de preferência.

Depois, cortamos o cabrito em peças iguais, todas pequenas, que vamos pôr durante 24h em vinha de alhos.

Esta receita leva vinho branco, alho, cebola, um pouco de banha de porco, colorau e malagueta ou outro picante. Fica com esses temperos dentro do frigorífico durante, no mínimo, 24h, virando a carne, pelo menos, duas vezes.

No dia seguinte colocamos bastante cebola num tabuleiro e azeite. Colocam-se as peças do cabrito por cima e rega-se bem com o molho. É importante que a carne fique sempre coberta com o molho. Vai assar no forno durante 1h30/2h, virando de vez em quando e está feito. Fica bom e suculento.

Acompanha bem com batatas assadas no forno e uns grelos ou legumes.”

Uma tradição gastronómica que faz o gosto a muitos apreciadores, trazendo até pessoas de fora a Macedo de Cavaleiros:

“É muito recomendado e procurado, por pessoas aqui de Portugal, também de Lisboa e do Porto, mas sobretudo de Espanha, muitos espanhóis que conhecem a nossa gastronomia e vêm aqui de propósito, praticamente, para comer este tipo de carnes.”

Este é o último de seis fins de semana gastronómicos que têm vindo a acontecer no concelho macedense desde novembro.

Iniciativas que pretendem destacar alguns dos produtos típicos da região, o que atrai turistas ao concelho, refere o presidente da autarquia de Macedo, Benjamim Rodrigues:

“São iniciativas positivas, que temos vindo a realizar ao longo dos últimos anos e acabam por ser um instrumento de divulgação do nosso turismo gastronómico e das nossas potencialidades.

São produtos endógenos de grande qualidade, genuínos e com confeções muito específicas, próprias do território.

Vamos culminar agora com o sexto fim de semana gastronómico, todos os outros foram um sucesso porque as pessoas já vêm à procura do produto específico.

São formas de nós podermos divulgar o que de melhor tem e a região e, ao mesmo tempo, fazemos uma promoção turística, captando a vinda de turistas, não só internos mas também de fora do país.”

As castanhas, o azedo, as casulas e o butelo, o javali, o grelo e agora o cabrito, foram os produtos escolhidos para os seis fins de semana gastronómicos do concelho de Macedo de Cavaleiros, que estiveram em destaque nas ementas de vários restaurantes desde novembro.

Escrito por ONDA LIVRE

Confira os restaurantes aderentes

Teatro Infantil: “Os Músicos da Aldeia” 🎶 🐕 🐈 🐓

 No âmbito do ATL Páscoa F’ Liz promovido pelo Município de Vila Flor, convidam-se todos os ATL’s, pais e avós do Concelho, a trazerem as as suas crianças para assistirem à história de 4 animais que resolvem contrariar o destino e rumam à cidade para participarem na Fanfarra Municipal. Adaptada da obra dos Irmãos Grimm "Os Músicos de Bremen”, esta peça é levada à cena pela Filandorra-Teatro do Nordeste e tem como objetivo celebrar o valor da amizade e a importância de ter amigos. 

📆 2 de Abril 
⏰ 10h30horas
📍Auditório Adelina Campos do Centro Cultural de Vila Flor

Igreja de São Miguel, Palácios. Guardião Celeste é “Fonte de Encanto” em Terras da Lombada!

 Inserida no Parque Natural de Montesinho, 15 km a Noroeste de Bragança, a aldeia de Palácios pertence desde 2013 à União das Freguesias de São Julião de Palácios e Deilão, juntamente com Caravela, Vila Meã e Petisqueira. Freguesia de Paços, assim denominada nas Inquirições de D. Afonso III (1258), com herdades agregadas ao Mosteiro do Castro de Avelãs, teve a Casa de Bragança por donatária a partir do século XV.



Com a criação da Diocese de Miranda em 1545, o padroado da Igreja passou a pertencer “in solidum” ao Cabido. Seiscentista, a Igreja situa-se no meio da aldeia, delimitada por adro. Tinha então duas naves, o altar-mor dedicado a São Miguel e os altares laterais de Nossa Senhora do Rosário, no lado do evangelho, e de Santa Cruz, no da epístola. Atualmente é de nave única, o frontispício, com portal de verga reta, é cego, truncado por campanário com dupla sineira, resguardado por telheiro, a terminar em empena e encimado por cruz latina. O acesso é feito por escadas adossadas à fachada lateral esquerda. A fachada lateral direita tem portal também de verga reta protegido por alpendre.
A nave é sóbria, com piso em mosaico, paredes rebocadas e pintadas de branco e teto de madeira em forma de berço, com tirantes transversais. Contém coro-alto balaustrado, a que se acede por escadas do lado da epístola, compartimento de batistério no do evangelho e um distinto púlpito, de acesso através da sacristia. A guarda é balaustrada e apoia-se em plataforma de granito escalonada em pirâmide invertida sobre mísula, de pinturas policromadas. Está encimado por robusto e estético dossel, com pomba do Espírito Santo dourada ao centro. Relativamente aos altares laterais, em estilo rocaille, confrontantes e gémeos, verifica-se mudança na sua dedicação: Sagrado Coração de Jesus no lado do evangelho; Nossa Senhora de Fátima na epístola.
Os retábulos, policromados e de eixo único, são definidos por pilastras exteriores, de cor rosa a marmoreado fingido, e colunas interiores de fuste liso, cor verde e concheados dourados, e capitel coríntio. O nicho que acolhe as imagens, com painel costeiro liso e pintado, apresenta moldura almofadada e recortada. É coroado por espaldar concheado e volutado, “amparado” por duas figuras angélicas seminuas. O arco triunfal, de granito e em arco de volta perfeita assente sobre impostas salientes, franqueia a capela-mor, mais estreita que a nave. O teto é forrado a madeira pintada de azul, com decoração floral e cartela central. A mesa em uso nas celebrações é em forma de urna, pintada a rosa e verde e decoração vegetalista a dourado, e a do altar paralelepipédica, com cartelas douradas no frontal. O retábulo foi encomendado em 1767 ao mestre entalhador Francisco Xavier Machado, da Quinta de Veigas, pelo Cónego diocesano Simão Coelho e por Miguel de Novais, procurador do 5.º Visconde de Barbacena e Comendador de São Julião, Francisco Vicente Xavier Furtado de Castro do Rio de Mendonça. É um precioso exemplar rocaille de talha policromada e três eixos, profusamente decorado por concheados relevados a dourado.
As pilastras interiores, onde assenta arco de volta perfeita moldurado, enquadram a tribuna. De vão profundo, expõe o Orago São Miguel Arcanjo, príncipe celeste que defende o trono de Deus, em majestoso trono escalonado. O painel costeiro é pintado de azul com floreados e o intradorso apainelado. Quatro colunas de fuste liso a marmoreado fingido com concheados e capitel coríntio definem os nichos laterais, com São José e Santo António, com o Menino, sobre peanha. Das colunas interiores emerge arquivolta.
O ático dá ideia de cortina de camarim, com duas volutas, cartelas concheadas e festão superior. Qui ut Deus! 
Errata: Na Igreja anterior, por lapso referiu-se Calvelhe a Norte e não a Sul do concelho.

Susana Cipriano e Abílio Lousada

Aldeias transmontanas esforçam-se por manter tradição do Sábado de Aleluia

 Habitantes de duas aldeias transmontanas do concelho de Bragança esforçam-se por manter viva a tradição de tocar o sino na madrugada de Domingo de Páscoa, que, alertam, está em risco por falta de gente

No Nordeste Transmontano, no Sábado de Aleluia, acendia-se uma grande fogueira e levava-se comida. O objetivo era estar apto para, após a meia-noite, tocar o sino da igreja madrugada dentro e marcar o fim da Quaresma.

“À meia-noite, o mais ousado, o mais atrevido, iria ser o primeiro a tocar o sino (…) Era o sinal de que terminava ali o período de silêncio, de reflexão. Estas coisas nas aldeias levam-se muito a sério”, descreveu Paulo Afonso, 46 anos, natural de Gondesende, Bragança, onde atualmente moram cerca de 20 pessoas.

Paulo Afonso é um dos que garante que a tradição é para manter, também este ano, mas assume que é difícil. 

“Naquilo que depender de mim, sim [é para manter]. Vamos ver se conseguimos organizar as coisas. Porque as pessoas vão ficando mais velhas e fica na mão dos mais novos. Cada um tem vidas diferentes. Julgo que está a terminar [a tradição] com a minha geração”, disse à Lusa.

Para Paulo, foi-se perdendo “o cimento que liga tudo isto”, que é o “sentido da comunidade”, em festas que aconteciam espontaneamente. 

Orlando Pires, de 79 anos, também de Gondesende, atesta que antes havia outro fulgor. 

“Agora a rapaziada toca mais nos telemóveis [do que no sino]. Eu vejo pelos meus netos. E não há juventude nas aldeias. Uma pessoa queria jogar futebol, havia aldeias que quase formavam uma equipa. Agora, há dois ou três jovens”, lamentou o habitante.

Orlando Pires lembra-se que, quando era criança, o sino tocava ao meio-dia de quinta-feira da Semana Santa e ficava mudo até à madrugada de domingo. Marcava também a suspensão, por causa da época festiva, dos trabalhos no campo.

A disputa entre os tocadores do Sábado de Aleluia era também para “revirar o sino”, ou seja, deixá-lo a girar sobre si mesmo. “Nem todos o conseguiam. Era uma proeza, que o sino é pesado”, riu-se Orlando.

Paulo transmite memórias semelhantes, num aproveitar da situação de uma forma que apelidou de “mais pagã”, porque podiam fazer barulho em horários proibidos, numa tolerância concedida por quase todos.

“No dia seguinte, havia pessoas que estavam mesmo chateadas” e que reclamavam que “não pararam com o sino toda a noite!”, perguntando quem tinha sido, contou.

E acrescentou: “E nós, calados. Havia pessoas que levavam mais na desportiva e que entendiam que fazia parte. Toleravam, embora custasse, porque as pessoas queriam dormir”.

Orlando acrescentou que acontecia, certas vezes os tocadores encontrarem os acessos à igreja fechados.

“Uma pessoa punha uma escada para ir para o campanário”, contou Orlando. Não encontravam mais oposições durante a madrugada.

Em Lagomar, no mesmo concelho, a Associação Lagomar Terra Lendária encontrou outra forma de preservar a tradição, promovendo, há cerca de 20 anos, o jantar do Sábado de Aleluia. 

“O Sábado de Aleluia foi sempre o convívio dos homens, que se juntavam, antigamente, no adro da igreja. Houve um tempo em que a tradição esteve meio apagada, quase não se fazia. Agora, desde que temos a nossa casa do povo fazemos um convívio bastante grande. Mantemos a tradição de serem só homens”, explicou Bruno Afonso, 41 anos, membro da associação.

Durante o ano, Lagamar tem cerca de 80 habitantes. Nesta época festiva a população aumenta.

Regressam também emigrantes, que Bruno diz que “fazem questão de vir para participar”, e, até ao momento, já há 80 inscrições. Mantêm ainda o costume de recolher lenha (que antes era, em parte, roubada) pela aldeia para fazer a fogueira característica e depois, chegado o momento, tocam o sino.

“As senhoras ficam um bocadinho chateadas. Temos passado por esse problema. Elas dizem que já não faz sentido, que elas tinham que se integrar, mas nós continuamos a dizer que esse dia é nosso”, partilhou Bruno.

TYR // JAP
Lusa/Fim

Feira do Folar começa hoje em Carrazeda de Ansiães

 O folar está em destaque, a partir de hoje e até sábado, em Carrazeda de Ansiães


A Feira do Folar e dos Produtos da Terra conta com 40 expositores, não só desta iguaria tradicional do concelho, mas também de outros produtos regionais. “13 expositores vendem folar, que é o rei desta feira, mas teremos também outros produtores presentes, com outro tipo de produtos, como enchido, azeite, vinho, mel, frutos secos. Temos também momentos musicais e teremos no sábado, integrado na feira, o Festival Douro Superior com Vida e Movimento, com a participação de grupos de Mogadouro, Miranda do Douro, Foz Côa e Carrazeda de Ansiães”, adiantou o presidente da câmara, João Gonçalves.

O folar é um produto tradicional transmontano da altura da Páscoa. É composto por massa e carnes. Com a feira, o objectivo é aumentar o número de vendas desta iguaria. “Os proditores existentes têm aumentado a produção nesta altura. É isso que se pretende também, além de estarmos a contribuir para que esta tradição do fabrico do folar, nesta altura, se mantenha, mas também a feira tem o propósito de dinamizar a economia local”, sublinhou.

A par da Feira do Folar decorre também o Festival do Cabrito, entre sexta-feira e domingo. Há 10 restaurantes do concelho aderentes. Além de dinamizar a restauração e a produção pecuária, o município dá a conhecer os vinhos de Carrazeda, atribuindo uma garrafa de um produtor local em refeições superiores a 30 euros.

Segundo o autarca, esta é também uma iniciativa que atrai pessoas ao concelho. “A maior parte dos restaurantes adere e tem sempre muita procura, não só da região, mas também pessoas que vêm do litoral”, disse.

A Feira do Folar e o Festival do Cabrito a dinamizar a economia de Carrazeda de Ansiães.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

Concluídas obras no Posto da GNR de Vimioso num investimento de 750 mil euros

 Está finalmente requalificado o Posto da GNR de Vimioso


O edifício foi inaugurado, esta terça-feira, depois de estar dois anos em obras. Um investimento de cerca de 750 mil euros.

O Tenente General, Paulo Silvério, realça a importância da empreitada para prestar serviço à população. “A Guarda sente-se brindada por receber esta infra-estrutura requalificada. As infra-estruturas policiais quando são condignas apresentam sempre uma melhoria na qualidade do serviço público prestado, portanto, representam sempre um bom investimento quer para as comunidades que servimos, quer para os militares ou agentes que prestam serviço nas instalações policiais”, sublinhou.

A requalificação faz parte de um pacote de 600 milhões de euros anunciado pelo Governo para modernização de infra-estruturas até 2026, dos quais 5 milhões serão para o distrito de Bragança.

Na inauguração do posto, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, sublinhou que este tipo de investimentos são importantes para o Interior. “A minha presença aqui demonstra que os investimentos nestes territórios são decisivos para a coesão do território, para a realização do desenvolvimento económico e social e também para a criação de oportunidades de vida”, referiu.

Enquanto as obras decorriam, os militares estiveram no Pavilhão Multiusos. Estava previsto a empreitada estar concluída num ano e meio, mas acabou por se estender, devido à falta de materiais e de mão-de-obra.

O presidente da Câmara de Vimioso, Jorge Fidalgo, não tem dúvidas de que havendo serviços públicos no território, também as pessoas cá permanecem. “Sou daqueles que defende que o Estado tem que ser o último abandonar os territórios. Grande número dos militares que aqui estão são do concelho ou de concelhos limítrofes, o que significa que fizeram a sua formação fora daqui, até trabalharam nos grandes centros urbanos, mas o gosto dele foi vir para a sua terra. Portanto, se aqui houver condições e serviços públicos, vamos ter mais gente a querer vir e viver aqui nestes territórios, porque aqui vive-se bem, há qualidade de vida”, vincou o autarca.

O edifício da GNR de Vimioso está finalmente requalificado. Neste posto trabalham 21 militares.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

Mulher morre num acidente de carro perto da aldeia de Cabanelas

 Uma mulher de 55 anos morreu, na tarde desta quarta-feira, na sequência de um acidente de viação que ocorreu na Estrada Nacional 315, próximo do cruzamento de acesso à aldeia de Cabanelas, no concelho de Mirandela


O óbito foi declarado no local pelo médico da equipa da VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação), adiantou o comandante dos bombeiros de Mirandela, Luís Carlos Soares.

Ao que conseguimos apurar, a vítima, uma agricultora que residia naquela localidade, conduzia a sua viatura no sentido Cabanelas/Mirandela e preparava-se para entrar num ramal de acesso à sua casa, quando, por razões ainda por apurar, se deu a colisão com uma outra viatura que vinha no mesmo sentido, provocando um embate violento contra os rails de proteção da estrada. Na altura, chovia com intensidade na zona do acidente.

O alerta para o acidente aconteceu às 16,50 horas, “Quando as equipas de socorro chegaram ao local do acidente, a vítima estava encarcerada e já se encontrava em paragem cardiorrespiratória”, refere o comandante dos bombeiros de Mirandela.

O corpo foi levado para o gabinete do Instituto de Medicina Legal, no hospital de Mirandela onde será realizada a autópsia. O condutor da outra viatura envolvida no acidente, um homem de 30 anos, sofreu ferimentos ligeiros.

Nas operações de socorro, estiveram nove operacionais dos bombeiros com o apoio de três viaturas, a equipa da VMER e a ambulância SIV (Suporte Imediato de Vida) do INEM.

A tomar conta da ocorrência esteve uma equipa do destacamento de trânsito da GNR que procedeu ao corte da circulação do trânsito, nos dois sentidos, para as operações de socorro e de remoção das viaturas acidentadas, bem como da limpeza da via. A circulação foi reposta meia hora depois do acidente.

Entretanto, foi acionada uma outra equipa da GNR de investigação de crimes em acidentes de viação para apurar as causas que estiveram na origem deste acidente que provocou uma morte.

Escrito por Terra Quente (CIR)
Foto: Rádio Terra Quente

quarta-feira, 27 de março de 2024

Vila Flor vai integrar Caminho Português de Santiago de Leon de Rosmithal

 Esta nova rota de peregrinação vai ter uma extensão aproximada de 230 quilómetros e integra 12 municípios.


Vila Flor faz parte do grupo de 12 concelhos que assumiram o compromisso de implementar o “Caminho Português de Santiago de Leon de Rosmithal", uma rota de peregrinação com uma extensão aproximada de 230 quilómetros. Vila Flor é um dos municípios com maior extensão no Caminho, com cerca de 29 quilómetros, passando por três freguesias: Freguesia de Freixiel, Freguesia de Samões e União de Freguesias de Vila Flor e Nabo.

“Sabemos da importância do turismo cultural e religioso e sabemos que as rotas de peregrinos têm cada vez maior procura, por essa razão, e porque o nosso concelho é riquíssimo em termos de património religioso, gastronomia e vinhos,  paisagens e cultura, entendemos que fazia todo o sentido participar neste projeto supramunicipal”, defende o presidente da Câmara de Vila Flor, Pedro Lima.

O compromisso foi assumido recentemente, numa cerimónia de apresentação do projeto que aconteceu em Póvoa de Lanhoso e envolve os concelhos de Vila Flor,  Póvoa de Lanhoso, Braga, Vieira do Minho, Cabeceiras de Basto, Ribeira de Pena, Vila Pouca de Aguiar, Alijó, Murça, Mirandela, Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta.

Os promotores acreditam que desta união e junção de  sinergias, será mais fácil estimular a projeção mundial dos territórios visados de forma a valorizar e promover todos os concelhos atravessados por este novo percurso cultural, bem como uniformizar todas as ações inerentes a este projeto para que possa ser submetido à certificação do itinerário.

O Caminho ainda não está sinalizado, mas já foi definido o traçado que já pode ser percorrido com recurso ao mapa GPS disponibilizado em GPX e KMZ. Toda a informação sobre o projeto e os recursos turísticos dos Municípios encontra-se acessível AQUI.

Ana Fragoso

Carta de Francisco de Sampaio, governador da Torre de Moncorvo, ao cabido de Miranda. Saque de Lagoaça e Fornos 22 de Setembro de 1644

 «Sua Magestade que Deos guarde me manda que das duas companhias que ha nesta fronteira paguas mande hüa para esa praça se o R.do conego lhe disera como hüa dellas asiste maes tempo nessa cidade que na sua praça não fora necessario esta ordem pois V. S.a sabe que com qualquer avizo que tenha assi desse Cabido como do capitão mor a diligensia com que secorro essa fronteira com o pouco que ha nesta que como o enemiguo sabe entrou hum dia da somana passada entre Laguoasa e Fornos e levou 30 ou 40 bois e Frexo tem hua fortaleza que não he das menos emportantes a este Reino e ainda que tem hum rio de premeio esta oje com vaos de meia perna e se eu tivera poder com toda a dificuldade me atrevera arrazar todos os lugares que o enemigo tem naquella fronteira.
As mas paguas deste Inverno fes faltar alguns soldados nestas duas companhias; outros tirei por doentes; alguns tornei a seus pais que como lhe tomei de dois filhos hum e alguns destes morrerão o fiz por se lhe não acabar sua caza e familia; se tivera dinheiro não falta jente que quer asentar praça os tostonis se vão cobrando dos soldados que tirei que detremino mandar fazer outros e dos que couberem a essa companhia lhos restetuirei ao capitão Manuel de Miranda mando asista com ella nessa praça na forma das ordens de S. Magestade em cujo servisso fico mui serto e no de V. S.a a quem Deos guarde como pode; Setembro oje 22 de 644. Francisco de Sampaio» (348).
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(348) Copiada da carta original existente no Arquivo do Paço Episcopal de Bragança.
Ver o 2.° volume destas Memórias Arqueológico-Históricas, p. 91.
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MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA

Lagos do Sabor em Trás-os-Montes

 “São 70 quilómetros desde a barragem do Baixo Sabor até à foz do Azibo, com grandes lagos, ligados entre si por gargantas e penhascos, que formam um verdadeiro santuário da vida selvagem e oferecem aos visitantes um céu azul e um horizonte de cortar a respiração”, afirma a Associação de Municípios do Baixo Sabor.


Como tal, a Associação de Municípios do Baixo Sabor criou um circuito automóvel Panorâmico dos Lagos do Sabor para dar a conhecer este imenso azul que engloba os concelhos de Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Mogadouro e Torre de Moncorvo no distrito de Bragança.


O nosso roteiro pelos lagos do sabor foram de 3 dias pelos concelhos de Torre de Moncorvo e Alfândega da Fé. Uma vez que nosso objectivo também era conhecer a rota de miradouros "Sente Terra de Moncorvo", não deu tempo para visitar os restantes miradouros do circuito, nomeadamente, em Macedo de Cavaleiros e Mogadouro. Mas que irá ficar para uma próxima oportunidade.

1. Praia fluvial da Foz do Sabor

Esta praia fica situada no concelho de Torre de Moncorvo onde o Rio Sabor se encontra com o Douro. É um local muito agradável possuindo um parque de merendas, relvado e várias árvores que proporcionam sombra. E ainda possui um local para a manobra de veículos de reboque e embarcações, um cais de desembarque e atracagem, incluindo outros serviços de apoio, como arrecadações, um bar e sanitários.




2. Miradouro de São Gregório

Daqui avista-se uma grande extensão do vale da Vilariça, a fragada da Lousa e para

sul, a foz do rio Sabor e rio Douro a circundar o Monte Meão. Perto deste local encontra-se o sítio arqueológico do Baldoeiro.



3. Miradouro do Vale do Sabor

Localizado na freguesia de Adeganha e Cardanha, deste miradouro pode vislumbrar-se uma magnifica paisagem sobre o vale do Sabor, sendo visível ao longe o Rio Sabor a desaguar no Douro, na Foz do Sabor. Destaca-se também uma vista sobre Torre de Moncorvo e sobre parte do vale da Vilariça.



4. Miradouro da Póvoa

Situado na Póvoa, freguesia de Adeganha e Cardanha, está localizado este miradouro cujas vistas se estendem pelo Lago de Cilhades, um dos quatro Lagos do Sabor criados com a construção da Barragem do Sabor. Daqui, pode observar-se um extenso manto de águas límpidas, as encostas do Sabor e a Capela de S. Lourenço.



5. Miradouro de S. Lourenço

Este miradouro está situado no santuário de São Lourenço, em Felgar. Daqui observamos o magnífico Lago de Cilhades, um dos quatro Lagos do Sabor criados com a construção da Barragem do Sabor. Este miradouro está incluido no projecto "Sente Torre de Moncorvo", cujo o ponto turístico deste miradouro é o Baloiço de S.Lourenço.



6. Torre de Moncorvo

Como a maioria do circuito dos Lagos do Sabor passa por Torre de Moncorvo, aproveitamos para conhecer o projecto "Sente Torre de Moncorvo" criado pelo munícipio desse mesmo concelho. Consiste num rota de miradouros de onde se podem apreciar as singulares paisagens dos rios Douro e Sabor. Como tal, passamos dois dias a visitar essa zona, e onde pernoitamos.


7. Miradouro de "Batman"

Este miradouro foi designado por nós como o miradouro de "Batman", dado a sua forma de morcego, supostamente estávamos à procura do miradouro em Picões, mais precisamente no concelho de Alfândega da Fé. Este miradouro cativou-nos de tal forma que só dava vontade de abrir os braços e voar em cada recanto dos lagos do Sabor.



8. Santuário do Santo Antão da Barca

Este santuário situado na Parada, em Alfândega da Fé, é constituído pela antiga capela, e por edifícios construídos de raiz como a hospedaria, um bar restaurante e um espaço museológico e administrativo. No local vai também ser construído um ancoradouro e uma praia fluvial que vão contribuir para potenciar turisticamente este lugar.





9. Onde dormir? 

Casa da Bila Moncorvo

A primeira noite do nosso roteiro pelos lagos do sabor ficamos a dormir na Casa da Bila Moncorvo. Basicamente consiste num apartamento que está bem localizado, numa zona sossegada, não havendo barulhos à noite, e fica a poucos minutos a pé do centro da Vila. O que foi sem dúvida uma experiência satisfatória visitar a vila de noite, e aproveitamos, para jantar no restaurante "O lagar" considerado um dos melhores daquela localidade.

Hotel&Spa Alfândega da Fé

Na segunda noite do nosso roteiro ficamos no Hotel & Spa Alfândega da Fé. Na tranquilidade da Serra de Bornes, eleva-se a 1100 metros de altitude, este hotel que é detentor de uma das mais deslumbrantes vistas da região transmontana. Um espaço nobre, acolhedor e majestoso, envolto pela esplêndida e multicolor paisagem transmontana.





Publicação original AQUI.