(colaborador do Memórias...e outras coisas...)
Não Chega cinquenta anos de liberdade para fazer esquecer quarenta e oito de ditadura. A democracia não tem prazo de validade!
Não Chega hastear a colorida bandeira azul e amarela da Ucrânia para poder esquecer a carnificina genocida de Gaza.
Não Chega acenar com descidas de IRS e contas certas, para garantir um futuro melhor para todos, especialmente para a juventude.
Não Chega prometer baixar o IRC e depois não ser capaz de promover uma justa redistribuição da riqueza produzida que, mesmo em diferentes parcelas e proporções, tem de ser um rendimento comum, propriedade de toda a comunidade e não de apenas de um punhado de privilegiados.
Não Chega reclamar contra as insuficiências de um indispensável SNS e permitir que o acesso às carreiras médicas seja condicionado por corporações mais interessadas na preservação de supostas regalias que na saúde da generalidade da população. Nem tão pouco deixar que fundamentalismos ideológicos impeçam uma colaboração ativa e produtiva dos vários setores existentes na sociedade independentemente de serem públicos ou privados, com ou sem fins lucrativos!
Não Chega bater no peito e fazer juras de amor pelo interior cada vez mais desertificado e abandonado para promover o seu necessário desenvolvimento e repovoação.
Não Chega encher a boca com TGVs e HUBs e Aeroportos para adiar para as calendas a renovação e expansão da ferrovia.
Não Chega protestar contra as alterações climáticas nem tão pouco vociferar contra as restrições necessárias para a sua contenção, para deter e reverter a degradação ambiental.
Não Chega exigir o combate à corrupção e continuar a eleger “os mesmos” a permitir que o dinheiro de duvidosa proveniência e de intenção pouco confiável suporte e dê sustento às campanhas eleitorais e às benesses dos “aparelhos” partidários.
Não Chega querer e prometer aumentar (até ao limite) as penas para TODOS os corruptos e não ser capaz de criminalizar o enriquecimento ilícito, afrontoso, descarado e provocador.
Não Chega reciclar em S. Bento autarcas em final de vida útil para ter um parlamento competente e representativo.
Não Chega esperar que seja o Mercado a resolver o gravíssimo problema da habitação, mantendo edifícios públicos abandonados e a degradarem-se enquanto aumentam os sem abrigo e o preço das casas não para de crescer.
Não Chega ao Presidente da República ter a legitimidade da eleição universal e direta para arrastar o país para um ciclo de crises sem uma boa solução estável, à vista.
É preciso que quando nos vierem, de novo, dizer Chega, cada um de entre todos os que, à sua maneira, ao seu modo, no seu entendimento, prezam, valorizam e reclamam a liberdade, a democracia e o desenvolvimento, prometidos há cinquenta anos e sem data de prescrição, antes de ter de ouvir Basta, juntando aos requisitos acima enunciados tantos quantos cada um entender, sem qualquer limite que não o da luta solidária pela melhoria comum da vida em sociedade, conteste, sem qualquer hesitação e, de forma clara e determinada, afirme: NÃO, NÃO CHEGA!
Colaborador regular de jornais e revistas do nordeste, (Voz do Nordeste, Mensageiro de Bragança, MAS, Nordeste e CEPIHS) publicou Cravo na Boca (Teatro), Pedra Flor (Poesia) e A Morte de Germano Trancoso (Romance), Canto d'Encantos (Contos) tendo sido coautor nas seguintes antologias; Terra de Duas Línguas I e II; 40 Poetas Transmontanos de Hoje; Liderança, Desenvolvimento Empresarial; Gestão de Talentos (a editar brevemente).
Foi Administrador Delegado da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, vereador na Câmara e Presidente da Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo.
Foi vice-presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes.
É Diretor-Adjunto na Fundação Calouste Gulbenkian, Gestor de Ciência e Consultor do Conselho de Administração na Fundação Champalimaud.
É membro da Direção do PEN Clube Português.
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