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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 4 de março de 2024

UMA BELA LIÇÃO DE VOLTAIRE

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Li numa antiga gramática de Claude Augé, esta curiosa história, que é excelente lição para todos os preguiçosos.
Voltaire tinha sido convidado para almoçar em casa de amigo, em dia chuvoso. Ao vestir-se verificou que os sapatos estavam sujos e enlameados.
Desgostoso, encrespou-se asperamente com o criado encarregado de os limpar, que respondeu muito ligeiro:
- "Limpar! Para quê?! Com o tempo que está, logo ficam cheios de lama! Vossa Mercê logo vê, que não vale a pena!"
Voltaire concordou, e saiu com os sapatos sujos até à fivela.
Já ia o amo na rua, muito açodado, quando assume à janela, o criado aflito, fazendo grandes gestos:
- " Ó Senhor Voltaire! Ó Senhor Voltaire! Vossa Mercê esqueceu-se de me deixar a chave da dispensa. Eu não tenho na cozinha o suficiente para confecionar o meu almoço!..."
Então, o autor de " Cândido" com sorriso escarninho, que lhe era peculiar e, usando as mesmíssimas palavras do criado madraço, ripostou todo lesto:
" A chave! A chave da dispensa para quê?! Com o decorrer das horas logo voltas a ter fome!... Deves ver, que não vale a pena!"
E assim Voltaire, seguindo calmamente seu caminho, deixou o criado embasbacado.
Deste modo o filosofo deu ao seu serviçal, bela lição; não só ao criado, mas a todos os que, por preguiça, deixam de cumprir suas obrigações, argumentando que em curto espaço de tempo, tudo fica emporcalhado, obrigando a novo trabalho.

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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